EPÍLOGO

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“𝑬𝒔𝒕𝒓𝒆𝒍𝒂𝒔 𝒄𝒂𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒏𝒖𝒏𝒄𝒂 𝒗𝒐𝒂𝒎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒎𝒊𝒎. 𝑼𝒎𝒂 𝒄𝒂𝒔𝒂 𝒆𝒎 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒆,  𝒎𝒆𝒊𝒐 𝒅𝒊𝒇𝒊́𝒄𝒊𝒍 𝒅𝒆 𝒗𝒆𝒓. 𝑴𝒂𝒔 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒂𝒃𝒆, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒂𝒃𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓𝒆𝒊 𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒗𝒐. 𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒂𝒃𝒆, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒂𝒃𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓𝒆𝒊  𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒗𝒐. 𝑸𝒖𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒆𝒖 𝒗𝒐𝒖 𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓, 𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓, 𝒕𝒆 𝒗𝒆𝒓 𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒗𝒐 𝑬𝒖 𝒔𝒐́ 𝒒𝒖𝒆𝒓𝒐 𝒔𝒆𝒈𝒖𝒓𝒂𝒓 𝒔𝒖𝒂 𝒎𝒂̃𝒐, 𝒔𝒊𝒎.”
Shakka        

                                                  

Duas crianças correndo em um campo florido, com vários tipos de plantas, a criança maior corria na frente, naturalmente enquanto a outra menor corria atrás. Seus rostos iluminados pela inocência. 

— Me espera Jake, você está muito rápido. A criança menor gritava ofegante enquanto corria tentando alcançar o outro. 

— Vamos logo Alex, vai ficar pra trás desse jeito. — Ele sorria enquanto corria mais rápido ainda, e finalmente parando quando sentiu seus pés na areia. 

Logo a criança menor caía ao seu lado respirando ofegante, ele ainda não tinha notado o mar à sua frente, quando levantou o rosto para repreender o outro e olhou que sua atenção estava na sua frente, sua boca apenas abria e fechava sem conseguir falar nada, ele estava admirado com a vista que se estendia sobre seus olhos. 

Era o mar. O maior olhou para baixo estendendo a mão para o mais novo, que segurou sua mão se levantando, eles começaram a andar sobre a areia indo em direção ao mar barulhento, as gaivotas planando no horizonte enquanto eles pairam sobre a água. Olhando pra baixo sentiram a água sobre os pés, indo e voltando, como se ele pudesse levar qualquer coisa embora a qualquer hora. "Lindo" foi o que saiu da boca da criança maior, o outro apenas concordou com a cabeça apertando a mão firmemente, como se estivesse com medo de deixá-lo ir.

— Jake, quando a gente crescer nós dois vamos no casar, aqui nesta praia. — Ele abriu um sorriso angelical para o maior que o olhava surpreso, logo suas bochechas ganharam um tom rosados e ele disse as seguintes palavras; 

— Sim, vamos nos casar aqui, mal posso esperar pra crescer Alex. — Confirmou afagando os cabelos rebeldes do menor que fechava os olhos apreciando o carinho. Vamos ficar juntos pra sempre, foi o que a criança maior pensou enquanto olhava para ele com um sorriso tranquilo no rosto. E no outro dia, Alex tinha ido embora. 

Abro os olhos calmamente, uma pequena lágrima caía sobre meu olho direito enquanto me levanto da cintura pra baixo, olho pro céu observando as nuvens passarem suavemente. Sim, foi a porra de um sonho. O sonho que eu venho tendo desde quando eu me separei dele, e essa memória vem toda vez que eu volto para esse campo florido. Me deito sobre o chão novamente enquanto fecho os olhos aproveitando a brisa suave e o som das ondas batendo nas pedras, o cheiro das flores invadiam meu nariz, era agradável e me lembrava dele.

Suspiro pesadamente tentando esquecer essas memórias, eu quase não lembro mais do rosto dele, nos pequenos flash que eu tenho, apenas vejo seu rosto levemente borrado por uma mancha preta, não é de se espantar, já fazem oito anos desde aquele dia. O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tonalidades quentes de laranja e rosa, refletindo nas ondas que quebravam suavemente na praia. Andando, ainda imerso em minhas memórias, sinto uma brisa suave acariciar meu rosto, como se o próprio vento quisesse acalmar as tempestades internas.

Enquanto a fumaça do cigarro se dissipa, provavelmente ele ia me bater ao ver que estou fumando. Eu observo uma gaivota solitária sobrevoando o horizonte, me lembra eu. Caminhando mais adiante pela areia, deixando pegadas marcadas que logo serão apagadas pelo avanço das ondas, uma metáfora das lembranças que persistem em minha mente. 

Será que ele ainda se lembra de mim? O que ele está fazendo agora, o quanto ele cresceu... Perguntas assim costumam ficar na minha cabeça, se você não tivesse ido embora sem se despedir naquele dia, hoje estaríamos juntos nessa praia como você me disse oito anos atrás? Porra, estou parecendo uma criança, ele nem deve mais se lembrar disso. Toda vez sinto um grande aperto em meu peito ao lembrar de você, quero esquecê-lo mas não consigo. Me sento na beira enquanto levo minhas mãos até a cabeça, olhando para o chão vendo as cinzas cair do cigarro. Com os olhos fixos no horizonte, onde o mar se estendia infinitamente, murmurei mais uma vez o nome que ecoava em minha alma.

 — Alex, eu quero vê-lo novamente. — Uma prece para as ondas levarem a dor da saudade. 

'O vento sussurra memórias enquanto as ondas ecoam a saudade. O amor entre Jake e Alex transcende o tempo, desafiando distâncias e o passar dos anos. O destino, como as ondas, pode ser imprevisível, mas o elo que une seus corações permanece forte. O campo florido, o mar e as promessas feitas na infância são a essência desse amor que persiste. Será que o destino os guiará de volta um ao outro, ou será o amor que construíram que resistirá às tempestades da vida?'

Entre Campos e Ondas: A Dança do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora