Entre Campos e Ondas: A Dança do Destino

SENTIMENTOS

“𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒐𝒔 𝒅𝒊𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒊𝒗𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒋𝒖𝒏𝒕𝒐𝒔. 𝑷𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒐𝒔 𝒐𝒔 𝒎𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒊𝒗𝒆𝒎𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒑𝒂𝒓𝒂𝒅𝒐𝒔.  𝑫𝒂𝒔 𝒗𝒊𝒅𝒂𝒔 𝒖𝒎 𝒅𝒐 𝒐𝒖𝒕𝒓𝒐. 𝑫𝒆 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐.”
— 𝑴𝒂𝒄 𝒅𝒆𝑴𝒂𝒓𝒄𝒐

𝐉𝐀𝐊𝐄 ᵖᵒᵛ 

Sinto como se meu coração fosse sair do peito. 

Minhas mãos estão trêmulas dentro do bolso do moletom, incapazes de se acalmarem. A realidade parece distante, quase surreal. Meu amigo de infância, aquele por quem sou completamente apaixonado desde a época de criança, está agora na sala da minha casa. Seus olhos encontram os meus com uma feição angelical que faz meu coração tropeçar nas batidas. 

Os traços finos do rosto dele parecem esculpidos por um artista celestial, e seus olhos na cor do mar, mais profundos do que me lembrava, me prendem em um emaranhado de sentimentos. Droga, Alex, por que você precisa ser tão lindo? Uma onda de calor percorre meu corpo, e eu me pergunto se Alex percebe a intensidade de minhas emoções. Será que ele sente o mesmo? 

Desde pequeno, eu imaginava que, ao crescer, ele se tornaria um jovem atraente, mas isso está além de qualquer previsão. Perco-me por um momento na beleza que agora está diante de mim, enquanto tento desesperadamente organizar meus pensamentos em meio ao caos emocional. Desvio o olhar, encarando o lado oposto, tentando esconder a confusão que se instala dentro de mim. A curiosidade é palpável; estou ansioso para descobrir por qual motivo ele decidiu retornar. Não que eu esteja reclamando; na verdade, a presença dele é maravilhosa, mas a incerteza paira no ar, misturada com a antiga atração que ressurge. 

Depois de um tempo processando, decidi me aproximar e fui em direção ao sofá, sentindo seus olhos me acompanharem. Jogo minha bolsa no chão com um gesto casual antes de me acomodar de forma preguiçosa. Ele desvia o olhar timidamente. Que fofo. 

A sala fica impregnada de silêncio por alguns minutos, e o desconforto começa a se instalar. Quero fazer muitas perguntas, anseio por abraçá-lo, mas hesito. Suspiro, balanço a cabeça para tentar afastar esses pensamentos, e finalmente decido quebrar o silêncio constrangedor. 

— Então, Alex... O que te trouxe de volta? — Minha voz sai um pouco mais hesitante do que eu gostaria, mas é o suficiente para cortar o silêncio tenso que pairava no ar. Seus olhos azuis encontraram os meus novamente, era lindo. 

Ele sorri de leve, e explica que voltou devido ao emprego do seu pai. A resposta é simples, mas há algo na maneira como ele escolhe as palavras que me faz pensar que talvez exista mais nessa história do que ele está compartilhando. Contudo, decido não pressionar e aproveitar o momento que temos agora. 

— Você se lembra daquela época na praia? — pergunto, tentando manter a leveza na voz, mas a ansiedade ainda transparece. 

Ele ergue as sobrancelhas, surpreso, e um sorriso brincando em seus lábios. 

— Claro que lembro. Foi um dos melhores dias da minha vida. 

Um calor reconfortante parece envolver a sala, dissipando parte da tensão. Eu sorrio, sentindo um peso se aliviar, então ele ainda se lembrava daquele dia... Que alívio, então quer dizer que sentimos a mesma coisa? ele tem o mesmo sentimento que o meu? Espera, não se precipite, Jake. Coço a nuca suspirando, sinto que vou ficar louco se deixar meus pensamentos falarem mais alto, encaro ele novamente que me olha com o mesmo sorriso. Sorrio de volta.