5. Um perigo para mim

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Rainy

Apesar das nuvens escuras nublando o céu cinzento, o sol está brilhando entre elas e reluzindo sobre o campo verde musgo da escola onde, há apenas alguns minutos atrás, o time de futebol estava treinando. Nesse momento, eles provavelmente estão no vestiário limpando todo o suor e grama dessa tarde; Keoy também deve estar lá entre eles, mas estou tentando não pensar nele ou na situação bizarra que ele acabou trazendo para a minha vida.

Estou presa em um acordo.

Parece que tudo está ao avesso. De repente fui trocada como pagamento a pedido de Keoy — filho do mafioso Seo que minha mãe devia — e não sei as intenções dele comigo, nem ao menos porque ele me pediu como pagamento. Nós não conversamos hoje de manhã, exceto enquanto estávamos indo junto para o colégio.

Ele disse que gostaria de fazer a minha vida melhor.

Não vejo como ele pode tornar um acordo que me aprisiona em algo melhor. Não há como ser melhor, ainda mais porque ele mentiu para mim antes.

Keoy fingiu ser um usuário das drogas que Jungkook vendia, disse que não devia de verdade ao Jungkook e tudo era uma farsa. Ele planejara tudo isso apenas para saber quem Jungkook era, quais tipos de coisas ilegais ele fazia. Que tipo de pessoa com sanidade fazia isso? Mas, agora, eu compreendia que eles não eram alguém que eu entenderia facilmente.

Mafiosos são diferentes, com objetivos e planos estranhos que envolvem, na maioria das vezes, sangue. Eles não são fáceis de entender. Sendo honesta, eu também não gostaria de tentar. Não quero tentar ser amiga de Keoy quando ele acha que está me fazendo um favor, quando acha que estou livre agora, quando ele é um mafioso.

Como posso ser livre quando estou presa à ele?

Keoy não compreendeu este fato, é claro. Ele pode ter sido gentil comigo enquanto andávamos até a escola debaixo de um guarda-chuva juntos — quase morri de vergonha, aliás — e ele me fez rir contando piadas bobas, porém, há algo que ainda me faz ficar receosa. O modo como está sendo cortês, gentil demais, engraçado e tocando-me....

Alguém que me comprou não pode ser uma boa pessoa...Ou pode?

Ugh — resmungo, piscando cansada ao ver a luz do sol esvair por causa da noite que chegará em breve. Remexo no bolso do casaco de meu uniforme, entediada, e meus dedos tocam em algo.

Pego o pequeno pacote plástico e fico com ele na mão, olhando para a última coisa que resta de minha mãe. Ketamina. É claro que a última coisa que tenho dela é um tipo de droga.

Solto uma risada, avaliando a Ketamina. É uma droga sedativa que mamãe usava para dormir e ficar alucinada rindo sozinha. Eu já usei algumas vezes quando fumava com ela, porém sempre mantive o limite. Não iria ficar viciada igual a ela. Jamais ficaria dependente de algo químico.

É um princípio. Odeio drogas. Odeio porque essa maldita droga tirou tudo de mim.

— Rainy — uma voz masculina me chama, soando suave.

Ergo o olhar, encontrando Keoy no início da arquibancada. Os olhos são sérios.

— Já estou indo — ele informa, a bolsa de futebol nos ombros. — Tenho coisas para fazer, então se quiser ir...

— Posso ir depois? — indago.

Keoy se cala, fechando o rosto. Sua expressão fica impassível por um segundo antes que um sorriso repuxe sua boca e ele diga:

— É claro. Só pensei que gostaria de...

— Preciso finalizar um trabalho na biblioteca — minto.

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⏰ Última atualização: Feb 12 ⏰

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A Moeda de Troca || Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora