Gold, Robb Stark

II.

ii.

Circe acompanhava a sobrinha Myrcella fazer bordado junto a Septã Mordane, Sansa, Arya, Beth Cassel e Jeyne Poole.
Esta última era melhor amiga da Stark de cabelos de chamas, que trocava cochichos e segredos com a mesma; rindo e sorrindo como tolas enquanto o ar gelado drapejava espesso na atmosfera do Norte. Beth, filha mais nova de Sor Rodrik, sentava-se aos pés de Sansa como um lagarto em pedras ao meio-dia; ouvindo-a com atenção.
Circe pouco se importava com elas, esmiuçando os pontos tortos de Myrcella que Septã Mordane tanto admirava.

A jovem esboçara uma suave careta. Suas sobrancelhas claras contorceram-se junto aos lábios e ela suspirou.

— Estão perfeitos!— Septã Mordane elogiara.

— Perfeitamente tortos.— Circe inclinou a cabeça para o lado.

Os olhos da Septã Mordane a perscrutaram. Globos ovalados refulgindo e crescendo nas sombras.

— Não vai querer bordar também, Minha Senhora?— Septã Mordane questionou.

— Não, obrigada. Já bordei demais antes do desjejum.— Circe mentiu sorridente, voltando a observar Myrcella e seus pontos.

— Joffrey gosta da sua irmã.— Lannister ouviu Jeyne segredar a Arya, tão orgulhosa que parecia ter algo a ver com o assunto.— Dissera-lhe que é muito bonita.

Circe olhou-as discretamente por cima do ombro.
Ela não costumava nutrir um espírito para fofocas, mas seus ouvidos apurados foram incapazes de ignorar as palavras cuspidas por Poole.

— Vai casar com ela.— a pequena Beth disse em tom sonhador, abraçando-se no ar.— Depois Sansa será rainha de todo o reino.

Sansa corou delicadamente, abaixando os olhos azuis feito abrunho; luzidios nas sombras maçudas da sala.

— Beth não devia inventar histórias.— Sansa censurou-a, afagando-lhe os cabelos para suavizar a rispidez das próprias palavras.— O que você acha do príncipe Joff, irmã? Ele é muito bonito, não acha?