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Quando acordou, Castiel tentou esticar os braços pra se espreguiçar, mas foi impedido e confuso, ele coçou os olhos erguendo o corpo da cama rapidamente. Ele sentia-se como da primeira vez que eles chegaram naquela casa.

— Dean? Dean, acorda! – Castiel empurrou o loiro e resmungou ao sentir o pé doer pelo movimento brusco. — Dean, que porra!

— O que... – o loiro disse confuso e coçando a nuca ele pareceu assustado ao ver o garoto a sua frente. — O que diabos está fazendo aqui?

— Eu quem te pergunto isso. – Castiel disse bufando — O que faz no meu quarto?

Dean coçou a cabeça e saiu da cama indo até a janela, ignorando Castiel por completo. Ele não lembrava claramente de que horas tinha ido parar ali, ou porque havia ido, mas estava ainda mais irritado por aquilo ter acontecido.

Como ele explicaria aquilo pra Castiel, se nem ele mesmo conseguia entender?

— Eu... eu não dormi aqui – disse se defendendo e voltando sua atenção ao moreno —, eu só vim trazer os analgésicos que o médico passou e que por acaso, você esqueceu de tomar. – disse por fim e Castiel suspirou passando a mão nos cabelos, a dor no seu pé continuava pelo movimento anterior e esticando a perna na cama, ele acariciou o local e suspirou outra vez.

Seriam dias tolerando a mesma coisa.

— Você devia estar usando os quartos do andar de baixo. – Dean voltou a falar, pegando os comprimidos em cima da mesa de cabeceira e enchendo o copo de água que também já estava lá ao lado de uma jarra tamanho médio. —Não vai ser bom pra sua recuperação subir e descer tantos degraus todos os dias. – Castiel engoliu os remédios e devolveu o copo ao loiro.

— Você ligou pro pessoal? – ele negou.

— Ótimo. Eu vou tirar essa faixa antes do tempo final pra sairmos daqui, então tá tudo bem, eles nunca vão saber nada. – Dean ergueu um sobrancelha e coçou a nuca olhando para todos os lados do quarto e por um instante Castiel achou que ele diria mais algum coisa.

Mas isso não aconteceu.

Ele apenas assentiu e caminhou até a porta em silêncio, ouvindo seu nome ecoar segundos depois.

— Dean? – ele parou e virou o rosto de lado. — Obrigado.

— Não por isso. – o barulho da porta batendo foi ouvido e soltando todo o ar dos pulmões que nem percebera ter segurado, Castiel colocou as mãos atrás da cabeça e respirou fundo de olhos fechados.

O que estava acontecendo?

Sua mente ia de oito a oitenta muito rápido e Castiel não gostava de boa parte dos pensamentos que o estavam rodeando. Ele com certeza iria enlouquecer antes de voltarem pra casa.







Duas semanas, Dean, só mais duas semanas até você poder sair daqui e matar seu irmão e amigos..

Dean repetiu seu novo mantra enquanto movia-se dentro da cozinha para preparar qualquer refeição pra ele e seu "companheiro" de casa. Em outras circunstâncias ele com certeza não estaria ali dentro, tampouco fazendo comida pra dois, mas para sua infelicidade, Castiel estava machucado e impossibilitado de mover-se sozinho. Não era nada demais cozinhar "pra ele" já que ambos precisavam comer, e claro, Dean não era sempre o cara grosso e mau educado, que seus amigos vivam dizendo.

— Mais uma peça do destino pra agradecer depois. – ele ironizou consigo mesmo e rosnou ao sentir o celular vibrar e tocar em seu bolso.

Secando as mãos no pano ele olhou o visor e riu de forma maléfica ao ver o nome do seu irmão piscar incessantemente.

ℳ𝒶𝓇𝓇𝓎 𝒴ℴ𝓊 - 𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾ℯ𝓁 𝒱ℯ𝓇𝓈𝒾ℴ𝓃 -Onde histórias criam vida. Descubra agora