ℳ𝒶𝓇𝓇𝓎 𝒴ℴ𝓊 - 𝒟ℯ𝓈𝓉𝒾ℯ𝓁 𝒱ℯ𝓇𝓈𝒾ℴ𝓃 -

015

Castiel P'O'V

Talvez eu estivesse louco, ou já tivesse bebido demais, mas a imagem e as atitudes mostradas a minha frente, indicavam totalmente o que eu via; Dean sendo amigável comigo.

Amigável até demais.

Seus sorrisos constantes e o modo de tentar manter minha atenção fixa nele enquanto conversávamos, me deixou confuso.

O que tinha mudado em algumas horas?

Talvez ele estivesse levando a sério demais o plano de "virarmos amigos" por causa do Sam. De qualquer forma, eu me sentia estranho agora e tudo o que queria era voltar pra casa.

—... Então, papai ligou pra saber se eu tinha morrido. – ele completou ainda rindo e piscando algumas vezes, tentei fingir que tinha entendido sobre o que ele estava falando, ou melhor, tentando aceitar que ele realmente estava querendo manter um diálogo sadio comigo. — Um filho a menos significaria um problema a menos, claro. – concluiu gargalhando e apenas reprovei sua atitude.

Eu conhecia os Winchester há anos e sabia e via o modo como John tratava seus filhos, o carinho, a atenção e o companheirismo que ele tinha para com os dois. Era exagero do Dean pensar que seu paificaria feliz com sua morte.

Mas claro que ele também sabia disso e talvez só quisesse arrumar pretexto para continuar conversando comigo.

— Acho que bebeu demais, Winchester. – o alertei puxando o copo de sua mão, enquanto ele reclamava. — Vamos pra casa, já está tarde.

— Ah deixa de ser chato, Novak. – protestou novamente e eu ri. Não era como se ele nunca tivesse me chamado daquele jeito, na verdade, ele é a pessoa que mais usa o meu sobrenome e quase sempre isso me irrita, porque parece que ele está irritado, o que realmente faz sentido já que Dean Winchester era o mau humor em pessoa. 

— Por que gosta tanto do meu nome? – perguntei curioso e ele deu de ombros puxando o copo de volta e erguendo na direção do garçom que fez um sinal positivo antes de ir buscar outra garrafa de whisky, ignorando completamente a minha pergunta. — Já são quase onze da noite, Dean, você disse que só íamos dar uma volta e conversar.

— E estamos fazendo isso. – resmungou com a voz falhando — Você só quer ir embora porque é fraco pra bebidas, por isso perdeu a aposta do meu irmão. – respirei fundo, tentando não socar a cara dele e depois deixar o bar e sair por ali, andando sem rumo.

— Eu não sou fraco pra bebidas, só não quero repetir o lance da boate aquele dia. – Ele então sorriu malicioso e curvou seu corpo sobre a mesa, apoiando uma mão sobre a minha, fazendo um leve carinho no mesmo local.

— Tem tanto medo de mim, assim, Novak? – Engoli seco, me mantendo firme enquanto ele não fazia movimento algum, me encarando fixamente, como um lobo analisando sua presa.

E não, aquilo não era um bom sinal.

— Claro que tenho – Rebatei, puxando minha mão rápido, enquanto ele ainda ria. — Não somos amigos e eu não confio em você!

Ele riu de novo.

E confesso que aquele sorriso me deixou estranho, de formas que eu nem saberia explicar, então apenas respirei fundo antes de seguir adiante com o plano de ir embora. Nós sabíamos agora o que tinha acontecido, embora, no fundo, eu ache que ainda falte alguma ponta para concluir o assunto.

— Qual é, Novak, do que você tem medo, huh?! – o olhar e o tom de voz usado por Dean me causaram calafrios, e isso não era bom, especialmente depois do que fiz na cozinha, minha mente havia despertado para o lado sexy de Dean Winchester. — Acha que podemos acabar fazendo algo pior do que na boate? – ele voltou a provocar e eu engoli seco.