capítulo 52

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O antigo rei, Aegon, pensava em cada detalhe que recolhera dessa vida, agora que retornara. Estando no meio da sala do trono, ele retornou sua memória para os velhos tempos, mas impossibilitado de realmente sentir-se como antes, sentiu olhos sobre si, seus pelos se arrepiaram, seu corpo entrou em alerta.

Pai. – aquela palavra não continha emoção alguma.

Pai. – mais uma vez ela foi ecoada pela sala vazia do trono. A voz mais grave não escondia o nojo.

Lá estavam, seus filhos, uma cópia cuspida de si e outra de Visenya, ou melhor, de seu pai. Lorde Aerion foi seu terror por anos, um homem cruel ao seu ver, mas Aerys, ele tinha tanto de Visenya, sua fisionomia claramente era de seu avô, mas seus olhos desconfiados e sombrios vinham de sua irmã, Visenya.

Eu pensei em ver minha mãe, mas sabe, ela estava sozinha, deixei que ela descansasse. Deve ser muito difícil dormir ao lado de um traidor, então tomarei seu tempo, meu pai. Logo, quando nossos convidados deixarem Porto Real, mãe não terá com o que se preocupar. – a voz dele soava tão estranhamente familiar. Antes, o velho rei apanas se sentia perdido e de certa forma intimidado, mas agora a raiva o consumia ao ver ambos filhos. Maegor notoriamente estava passos ao lado do irmão, seu rosto era frio com um grande sorriso, então Aegon se lembrou que nunca o vira sorrir, aquele poder que ele exibia irritou Aegon, seu sangue ferveu ao ver a espada de Rhaenys na bainha de Aerys.

Conseguindo ver o ódio em seu pai, Aerys sorriu, agora era hora do show, por sua mãe, pela honra dela e de seu irmão, Aegon estaria dolorido mesmo que não tivesse que se mover um milímetro, nada melhor do que brincar com a morte de Rhaenys. Observando a respiração do velho rei, ele fez questão de exibir a espada que tomara da conquistadora.

Valeu a pena, pai? – perguntou Maegor ao se aproximar. — Você tem tanta sorte, porque se não houvesse um torneio, eu acabaria com essa cara de dragão boi.

Aerys caiu em uma gargalhada, tão verdadeira, ele não fazia ideia de onde Maegor tirara tais palavras. Diferente deles, Aegon não gostou nada, mas esse ato do filho mais velho o fez lembrar de Orys, ele era o mestre em inventar nomes e irritá-lo, muitas vezes trazendo as gargalhadas de Visenya, a nostalgia o atingiu, talvez? Talvez Maegor fosse o filho de Orys… mas algo não fazia sentido, ele tentava entender seu próprio raciocínio, quando aquele cheiro tomou sua atenção e o silêncio brutal dos filhos o deixou em alerta.

Aerys logo percebeu o ataque, rapidamente ele se manteve em controle com seu adversário.

Aprendam. – arrepiando se, todos o fizeram, a voz gélida de Visenya.

Olá mãe. – disse Aerys ao abaixar sua espada cuidadosamente. Seu coração se aqueceu ao ver os olhos de sua mãe, orgulhosa, ela se orgulhara dele, se sentindo confiante se permitiu acreditar em sua própria dedução.

Filhos… – seu sorriso para eles eram de pura satisfação, então ela olhou para Aegon.
Irmão. – a pequena palavra era como um soco no estômago. — Pelo o que me lembro, da última vez que eu fizeram isso você saiu com um ferimento, seja mais rápido, eu poderia ter lhe matado, assim como você, Maegor.

Também senti sua falta mãe. – disse o príncipe ao revirar os olhos.

Pensei que estivesse dormindo, minha mãe.

Impossível. Como conseguem dormir com inimigos em sua casa?

Quem seriam nossos inimigos? – perguntou o rei Aerys.

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