Capítulo 7: descoberta.

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Tinha três semanas que eu estava lá, a última nevasca passará e a neve não dificultava mais transitar pela alcateia, ou seja, já podia ir embora, porém prometi treinar as mulheres.

— Vocês precisão aprender a enxergar os pontos fracos, sendo eles do inimigo ou os próprios.

Durante dez dias era assim que funcionava, o alfa cederá três horas por dia, qual optei em ser um período de manhã e outro atarde, para não atrapalhar as tarefas diárias delas.

Já no final do treino da tarde ouço passos atrás das árvores e em prontidão afasto as garotas e ameaço a pessoa escondida.

— Recomendo que saia de seu esconderijo e diga quem é, assim te darei a oportunidade de não morrer imediatamente.

Os passos de aproximam e vejo um homem.

— É assim que me trata maninha depois de tantos anos?-diz com um sorriso bobo.

Por alguns segundos meu coração parou e minhas pernas também, mas quando tomei o controle, fiz o mais racional possível, corri para o encontro dele e como ele estava despreparado caiu comigo.

As lágrimas corriam deixando meu rosto salgado.

— Por que não me salvou seu lobo pulguento?— disse fingindo esta magoada.

— Não teve um minuto que não pensei e procurei você pequena e outra não sou pulguento, pirralha.— respondeu sincero.

Dei um pequeno tapa no seu peitoral, fugindo esta brava.

Percebi estar ainda sobre o corpo dele, levantei rápido percebendo o quão isto podia soar estranho a quem olhasse e foi o que aconteceu.

Segundos depois Aleck e Joseph estavam rosnando um para o outro na forma transitória, era estranho meu irmão assim.

— Aleck por favor pare, esse é o Alfa Joseph, qual me ajudou e me abrigou depois que fugi. — disse tentando manter a paz.

— É um prazer conhecer a pessoa que ajudou minha irmã, caso precise de algo, serei grato em recompensá-lo. Como minha irmã já disse, sou Aleck, supremo Alfa.

Fiquei totalmente surpresa.

Todos curvaram um pouco a cabeça, não percebi que muitos haviam se aproximados.

— Não há de que senhor, não preciso de recompensa, só a presença da sua irmã aqui é o suficiente. — ele fez pausa — Ela tem contribuído muito para nosso acampamento.

 O alfa fez um sinal pedindo para todos se afastarem.

— Acho que o senhor deseja conversar com ela a sós.

 Meu irmão fez um sinal com a cabeça positivamente e o Joseph saiu sem dizer mais nada.

— Vamos para um lugar mais reservado, pelo que vi, você tem muito o que me contar. — disse andando em direção ao lago congelado.

— Você também senhorita Aiya.

Perto do lago, ele me contou sobre como descobriu que era filho ilegítimo do supremo, mas a mãe lua o deu esse a supremacia e ele conseguiu dominar várias terras e transformar Florence em capital. Por fim, ele encontrou sua alma gêmea, sua companheira. Contei tudo que consegui contar sobre o sequestro, minha fuga e sobre minha curta estádia naquela alcateia.

— Eu me odeio por não ter te achado antes. — Suas unhas cravavam a pele por de baixo da calça de couro e eu puxei e as segurei.

— Não repita mais isso, não foi sua culpa e estou bem olhe — queria que ele acreditasse em mim e uma parte minha também.

— Sei… — ele respondeu relutante.

O silêncio reinou por alguns minutos, mas ele quebrou com uma pergunta que me aterrorizou:

— Mas me diga uma coisa. Como alguém que sempre odiou a ideia de ter um companheiro de tornou luna de um alfa? — disse irônico.

—Tá zuando né?-minha voz saiu falhada.

— Não estou, ele te olha diferente e rosnou para mim devido ao nosso contato físico, é óbvio que ele é seu companheiro, ele não te contou? — a última frase saiu com uma pergunta.

Respondi com um sinal negativo, minha garganta estava fechada e minha mente zonza, um filme do nosso primeiro encontro até a última vez que vi há poucas horas passou pela minha cabeça, o quão burra fui para não perceber?

— Vou matar esse cara, como ele pode ser idiota e esconder isso de você?-disse furioso.

— Calma, não faça nada que vá se arrepender.

— Fazemos assim então, está muito frio e já anoiteceu, amanhã cedo te buscarei e não é seguro um alfa estar num território de outro, além de que não vim sozinho, já devem estar preocupados, tudo bem?

 Balancei a cabeça num silêncio sim.

— Te amo pequena. — ele beijou minha cabeça e se transformou completamente e foi em direção ao rio.

 — Também te amo irmão. — respondi em sussurro, mas ele ouviu com a sua audição aumentada, ele virou o rosto e balançou o rabo, logo desapareceu da minha vista.

Quando voltei a tenda não consegui encará-lo, mas ele não perceberia a frieza, sempre mantive distância desde que encontramos.

— Tudo bem com a senhorita?

— Sim, só estou cansada.

— Coma uma pouco, fiz guisado, depois durma para descansar.

Fiz o que ele disse, deitei na cama, mas não consegui descansar, observando o adormecido no tapete ao lado.

Decidi levantar e fui até a mesa e escrevi duas cartas, uma para as mulheres e uma para ele:

 Agradeço por tudo, mas        agora entendi, entendo suas ações, sei que devo minha vida a você, mas não consigo pagar essa dívida. Sei também que a rejeição nos causará dor, porém não maior que te aprisionar, mim e eu a ti. Desejo que a lua te envie alguém melhor, alguém que te ame, algo que não sou capaz.  

Coloco sobre a cama e recolho minhas coisas e sai em direção ao rio.

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