Joseph:
De madrugada, senti um tremendo aperto no coração. Levantei-me às pressas e não a vi; no lugar de seu corpo, havia duas cartas, uma delas endereçada a mim. Aquilo me ofendeu tremendamente e desceu como fogo pela minha garganta. Não pensei muito, disparei pela floresta escura e fria em busca de seu cheiro e quase ao amanhecer a avistei.
Narrador:
Quando Aiya ouviu os passos ao longe, reconheceu imediatamente. Sabendo que era ele, correu.
Joseph a perseguiu e quando se aproximou por segundos, deixou seu lobo dominar, pulando sobre ela e derrubando-a. Voltando ao controle, viu-a se agitando e batendo as mãos contra seu peitoral; então segurou os braços dela.
— Me deixe ir — seu coração batia intensamente e sua voz saía engasgada como se tivesse um nó na garganta.
— Não acredito que tenha deixado uma carta e ido embora depois de descobrir, sem me permitir me explicar. Quem a senhorita acha que sou?
— Um grande mentiroso que tentou me persuadir para me usar. Agora me solte. — Ela estava cheia de ódio e com palavras como flechas a serem disparadas.Mas em resposta ao pedido de soltura, ele agarrou seus braços ainda mais.
— Que tipo de pessoa você acha que sou? Quando nos conhecemos, disse que não confiaria em lobos; era óbvio que não me aceitaria facilmente. Só estava tentando te conquistar.
Ela só ouvia ruídos; sua mente estava na memória de todos os homens que a haviam feito mal e seu progenitor e o pai de seu irmão. A única coisa que conseguia sentir sobre o companheirismo era terror e ódio.
— Eu te odeio, odeio, odeio — disparava sem coragem para olhar seu rosto.
Em resposta, ele soltou uma das suas mãos e segurou o rosto da mulher para fazê-la encará-lo
— Diga que me odeia olhando nos olhos; me rejeite com todas as palavras possíveis, e eu a deixarei ir. Nunca mais precisará me ver.
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luar
WerewolfEla era minha se assim desejasse e eu já era totalmente dela. Esperei por dez anos acreditando que já estava morta.