Capítulo 1

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Yelena Belova, POV.

O barulho agudo do despertador tocando ecoou pelos meus ouvidos, me fazendo resmungar baixo, ao abrir os olhos de forma preguiçosa, encontrei a razão por sentir minhas costas arderem de forma não dolorida, mas extremamente satisfatória. Os cabelos escuros escorrendo em cascata pelos ombros e costas desnudas da mulher de pele branca como a neve, com algumas marcas vermelhas espalhadas pela extensão de sua espinha... Admito, essas tinham sido minha culpa:

-Sabia que observar os outros dormindo é um tanto quanto estranho? - O sorriso estava ali, brincando de forma travessa em seus lábios extremamente bem desenhados e rosados, seus olhos se abriram depois de muito relutar e o azul que me encantou noite passada me invadiu.

-Acho que nesse caso vale a pena ser estranha, não? - Dessa vez sua risada rouca passeou pelo meu quarto, afastei seus cabelos lentamente me dando uma visão melhor do seu rosto, a morena me mediu da forma mais descarada possível, enquanto levava seus dedos até minha nuca, puxando os fiozinhos de cabelo dali do jeito mais desajeitado.

-Talvez. Me diga você. - Seu pedido soou mais como uma provocação, meus dedos desceram em um movimento automático, acariciando lentamente seus quadris por cima do lençol branco.

-Prefiro fazer. - Meu corpo se elevou sobre o da mulher, tomando seus lábios em um beijo calmo, enquanto sentia suas pernas rodearem minha cintura habilmente. Os suspiros manhosos me faziam delirar aos poucos.

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Refiz a trilha de beijos que havia percorrido minutos antes, chegando a boca da mulher, que arfava fortemente tentando recuperar sua respiração. Deixei um beijo casto no lugar que tanto demorei a alcançar, acariciando lentamente as linhas de seu rosto, inventariando atentamente o mesmo. Guardando cada detalhe minimamente perceptível.

Os olhos abertos, me traçavam de uma forma que me fazia ter certeza, de que uma enciclopédia estava sendo formada na massa cinzenta da garota, o azul tinha ficado mais claro, apenas o contorno da íris se encontrava escuro, suas pupilas dilatadas, os lábios rosados, as maçãs do rosto coradas.

Aquela mulher era uma perdição com certeza, eu desenhava com meus dedos por seus traços, me certificando de que era real, e assim que a ponta de minhas unhas encontraram seus lábios, ela os envolveu com sua boca, chupando lentamente, fazendo um gemido desinibido escapar do fundo da minha garganta, o que lhe arrancou um sorriso de satisfação:

-Que horas são? - Questionou após retomar o fôlego repousando suas mãos macias na parte inferior das minhas costas.

-Sete e cinquenta. Tem compromisso? - Perguntei saindo de cima da mesma enquanto me sentava na beira da cama, prendendo meus cabelos num coque frouxo.

-Preciso ir. Tô atrasada... - Ela se levantou em um supetão procurando suas roupas, eu fitei o corpo da mulher descaradamente, com certeza. Parecia perfeitamente esculpido. Pra quê essa pressa? Eu imagino que ela tenha gostado.

-Ei... Calma. Suas roupas estão ali, quer umas emprestadas? Pode tomar um banho aqui, depois quando sair deixar seu número... Talvez. - Seus olhos pararam em mim incrédulos com a falta de vergonha ao proferir tal pedido.

Mas ao contrário do fora que cogitei em levar, Ela apenas... Acenou positivamente com a cabeça e sorriu fraco antes de se dirigir até mim, se encaixando de pé entre minhas pernas, não perderia a oportunidade de distribuir beijos lentos pelo seu abdômen perfeitamente desenhado em seis quadradinhos irritantes:

Sob PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora