•Capítulo Único-Lábios tentadores•

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Era apenas uma terça-feira.

Para Kunikida Doppo era um dia como qualquer outro, trabalhava e cumpria com cada uma de suas tarefas dos seus ideais; assim seu dia se torvana perfeito, ou quase perfeito, pois desde que ingressara na ADA e conhecera seu coleguinha de trabalho, sua vida se tornou um completo caos.

Era necessário muito esforço para conseguir cumprir com todos os seus ideais do dia, pois era interrompido infinitas vezes ou com o moreno gritando seu nome, ou com seu chefe lhe mandando para qualquer lugar aleatório de Yokohama para salvar o maníaco de mais uma de suas infinitas tentativas de suicídio.

Aquilo já havia virado rotina.

Ou seja, hoje não seria diferente.

08:07 AM°

Kunikida adentra na agência completamente irado, pois o trânsito estava uma bagunça e não conseguiu retornar a seu trabalho em menos de 20 minutos como havia planejado, na verdade levou uma hora. Buscar doces para Ranpo era algo completamente dentro da sua rotina também, pois o mais velho (apesar de seu incrível poder de dedução), não era capaz de ao menos atravessar a rua sozinho sem ser atropelado. Era perigoso demais. E consequentemente era a obrigação diária de Kunikida, ou Yosano fazer isso.

Quando retornou a agência seu rosto outrora sério e pacífico se converteu em um misto de raiva e frustração. Parecia ter tido um furacão ali, estava tudo uma completa bagunça e o culpado estava deitado bem a sua frente num sofá, atirando aviõezinhos de papel (feito com documentos importantíssimos) da ADA.

Ah não, aquilo já era demais!

Tirou os óculos e bufou de raiva.

_Quem foi o responsável por toda essa bagunça?!_ Mesmo que soubesse da resposta, quis perguntar.

Todos os presentes na sala apontam para Dazai.

_Aaaa Dazai! Seu maníaco suicida!_ gritou enquanto puxava-o do sofá _Seu desperdício de bandagens!

_Aiii Kunikida! Pra quê essa violência toda?

_Você ainda me pergunta? Olha toda essa bagunça que você fez!

_Aaah, também não chega a ser tanto. Se acalme, loirinho.

Ao proferir a última palavra que mais soava como uma provocação, um rubor extremamente adorável (no ponto de vista de Osamu) toma conta do rosto do outro.

Dazai sabia muito bem que Kunikida odiava aquele apelido, mas o moreno insistia em chama-lo assim nos seus piores momentos de raiva.

Sem pensar duas vezes, Kunikida ergue sua mão esquerda e acerta um tapa na face do outro:

_Apenas me ajude a organizar tudo, e eu não quero ouvir mais nenhum piu seu! Entendeu?_ O loiro disse enquanto caminhava em direção ao banheiro.

Dazai se pôs a rir. Já esperava aquela reação, então não ficara surpreso.

Sua vida não era interessante desde o nascimento, não se recordava em absolutamente nada dos pais e tivera uma criação horrível. Quando entrou para a máfia do porto, passou a se comportar de maneira mais sombria devido ao trabalho e literalmente todo mundo passou a ter medo de si; lhe evitavam a qualquer custo. Não tinha amigos, com exceção a Odasaku que acabara falecendo pouco tempo depois; desde então decidiu que procuraria uma razão para querer viver e tentaria ajudar os mais fracos. Com isto, após um pequeno período conseguiu entrar para ADA e conheceu Doppo Kunikida.

De início não se deram muito bem, mas com o tempo Dazai passou a perceber o quão lindo e fofo (principalmente quando estava irritado) Doppo era, e desde então se tornou seu hobby favorito irritar o loiro. Não entendia muito bem o que sentia, mas toda vez que estava perto dele se sentia acolhido, nervoso e até mesmo protegido.

A preocupação no rosto de Doppo quando o via tentando suicídio, ou até mesmo quando se machucava era algo que o fazia se sentir um pouco mal, mas ao mesmo tempo sentia-se... amado. Ou talvez fosse apenas impressão sua. Mas aquilo não tinha importância (ou talvez tivesse), o que realmente importava agora era conseguir terminar toda aquela bagunça que ele mesmo havia causado.

Algumas horas depois...

_Kunikida, já está ótimo! Vamos parar por aqui!

_Mas não é possível uma coisa dessas!_ Disse enquanto recolhia algumas folhas do chão_ Você deveria me agradecer por eu estar te ajudando! O justo seria você organizar tudo sozinho, sabia?!

_Claro que não! Somos colegas de trabalho, então automaticamente você deve me auxiliar em tudo.

Kunikida atira um pequeno pote com algumas canetas em sua direção, o qual Dazai desvia rindo.

_Você sabia que você é um inútil, Dazai?

_E você sabia que você é lindo?

Okay, aquilo não era normal e Kunikida não estava nem um pouco acostumado a ver flertes ou elogios direcionados a si, ainda mais vindos do seu colega de trabalho que era um especialista em seduzir mulheres.

Será que Dazai realmente lhe achava bonito, ou estava falando aquilo só para provoca-lo? Bem, não teria como saber ao certo pois tanto Ranpo quanto seus outros colegas haviam saído para almoçar, restando apenas os dois no escritório, desta forma não tinha ninguém para tirar suas dúvidas. E também, tinha certeza que se perguntasse ao próprio Dazai, o mesmo não o responderia de forma clara. Então, decidiu apenas se levantar e por fim, terminar de arrumar sua mesa.

_Kunikida?

_O que é que você quer agora?

Dazai da alguns passos se aproximando do outro.

_Na verdade, quero te pedir uma coisa. Mas tem que me prometer que vai dizer "sim".

_Você vai calar a boca e fazer seu trabalho direito?

_Se você disser que "sim", garanto que não tiro sua paciência durante essa semana inteira.

Tudo o que Kunikida desejava era silêncio para seus atormentados ouvidos, talvez assim não tivesse tanta dor de cabeça e tudo o que o loiro mais desejava era um trabalho bem feito.

_Então, sim. O que você quer?

Dazai sorri satisfeito e em uma pequena fração de segundos, puxa o loiro para perto de si e sem pensar muito acaba lhe roubando um beijo. Kunikida fora pressionado contra a mesa ao mesmo tempo em que o moreno o segurava pela cintura, fazendo corar muito mais do que o previsto.

Kunikida odiava que as coisas fugissem do seu controle, ou que algo não ocorresse da forma que fora esperado; mas naquele momento, desejou que aquele beijo nunca acabasse.








Nota da autora:

Essa aqui é oficialmente minha segunda fanfic de bsd (já havia escrito uma antes, mas foi na minha conta antiga do spirit), e confesso que isso me encheu de ideias para próximas fanfics, ou até mesmo para algum extra dessa! (Se vocês gostarem, garanto que trago uma continuação).
Espero muito que vocês gostem, pois lhes garanto que a escrevi com bastante carinho e dedicação!
Beijinhos da senhorita Lucas e até a próxima!❤️💓<33♡

Beijos de escritório (Kunikidazai)Onde histórias criam vida. Descubra agora