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Em sua forma mais vulnerável, a humana, Taehyung permaneceu fazendo o caminho em linha reta desde que saiu de Srikka

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Em sua forma mais vulnerável, a humana, Taehyung permaneceu fazendo o caminho em linha reta desde que saiu de Srikka. Sua mochila possuía dois cantis vazios, um cobertor e o último pedaço de pão.

Zangado o seguia como o felino leal que era, ignorando a natureza dos dois para permanecer com o seu humano favorito. Taehyung não entendia porque aquela amizade dava certo, mas Zangado estava com ele há três anos, desde que fora resgatado dos escombros de um casebre. Agora, Taehyung temia que eles teriam que se separar. A ração havia acabado e a água também há quase um dia completo.

Ao alcançar a mata fechada, o Kim percebeu que não havia nada em vista. O cheiro era diferente, menos poluído e mais fresco. Ele provavelmente havia saído do território cinza e frio de Srikka.

Zangado rosnou, parecendo ler os pensamentos sobre a falta de comida de seu companheiro de viagem. Taehyung racionou o quanto pôde para que a jornada fosse tranquila, mas eventualmente aquilo aconteceria...

— É isso mesmo. E eu não posso me prostituir pra te alimentar. - Taehyung pontuou com um tom severo, ainda andando na frente - irritadiço como se o gato estivesse lhe cobrando em voz alta. O suor escorria livremente pelo seu corpo como um velho amigo íntimo, e suas pernas mostravam sinais da exaustão só porque eles estavam diminuindo o ritmo.

Quanto menos adrenalina, mais cansaço.

Mas a certa altura, o gato rosnou de novo, e Taehyung resolveu parar e virar para o bichano. Com um vinco engraçado na altura da boca, como se o desafiasse a oferecer uma solução para o problema, Taehyung colocou as mãos na cintura. Se estivesse atento, o Kim teria percebido que a agitação de Zangado nada tinha a ver com os seus pensamentos.

Quando o rabo de Zangado espichou e seus olhos ranzinzas miraram nas árvores, foi que o ômega entendeu o que estava acontecendo com eles. 

Estavam cercados.


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— ... está desidratado, com alergia leve nos quadris e interior dos braços. Respiração comprometida. Deve ter se alimentado de alguma coisa no caminho. - Ajeitando os óculos meia-lua, Seokjin suspirou longamente. - Ele não está em situação precária, mas precisa se alimentar direito. Está abaixo do peso. Temo que seja um fugitivo ou exilado.

— Não entendendo porque ele não estava em forma animal. - Jungkook, com o cenho franzido, olhou rapidamente para o corpo nu do ômega antes de voltar o olhar inquisitivo para o médico. Delicadamente, Jin cobriu a nudez do ômega desacordado com um lençol azul. Ele havia analisado o corpo do desconhecido para que pudesse medicá-lo da melhor forma.

— Ele nunca esteve. Não há sinais de transformação. - Seokjin disse convicto, reafirmando uma suspeita que o rei já possuía. - Revistei a mochila. Nada de alimento e um cobertor imundo.

Taehyung se mexeu o suficiente para alarmar as pessoas dentro da sala. Estava grogue, mas conseguia entender parcialmente o que as vozes diziam. Ele estava deitado em uma superfície macia, o cheiro de lírios, maçãs e arrudas confundiam a sua percepção.

— Zangado. - Murmurou. Ele não podia abrir os olhos ainda, pois eles pesavam, mas seu coração apertado ordenava que se esforçasse para permanecer acordado.

Ao mínimo sinal de que estava tomando consciência, as vozes se agravaram.

— Leve-o pras masmorras. - O rei rosnou, olhos sombrios e frios em Namjoon.

— Nessas condições, ele não vai conseguir ficar muito tempo preso. - Seokjin interferiu.

— Então é bom você deixá-lo em boas condições para ficar preso. À noite, quando eu voltar da cidadela, eu o quero vivo e no salão. Vamos descobrir quem é esse ômega.

Taehyung achava que podiam estar falando dele. Mas quando tentou se apoiar para erguer o corpo, sentiu algo perfurando o seu braço e a escuridão tomando conta da sua consciência.

Sim, majestade.

O Ômega de Draskka - tkOnde histórias criam vida. Descubra agora