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Narradora.—

—— Lina, por favor! — Guillermo Varela, segurou a mão de Marina, com os olhos marejados.

—— Não adianta, Guillermo. Eu não mereço isso que você me causou. — Marina puxou sua mão de volta e respirou fundo tentando segurar o choro.

Os onze meses juntos, baseados em idas e vindas, brigas e muito amor, se encerrava numa sexta-feira chuvosa. Depois de três meses que o casal vivia em uma paz absurda, sem uma briga se quer, Marina descobriu um caso que Varela tinha no Rio de Janeiro, que já vinha acontecendo desde o quinto mês de namoro.

Simplesmente no meio da sua aula a garota recebeu um link no whatsapp enviado de um número desconhecido, repleto de provas, com fotos, conversas, áudios e tudo aquilo que provava a traição.

Apesar de Varela morar no estado carioca e Marina em São Paulo, eles sempre se esforçavam para passar todos os finais de semanas juntos, ou quando o jogador tinha algum compromisso no meio de semana na cidade da namorada, agora ex-namorada.

—— Eu juro que me arrependi do fundo do meu coração. — O uruguaio implorou derramando algumas lágrimas.

—— Você me traiu da pior forma possível! Você passou seis meses me enganando a cada três palavras que saía da sua boca, então por favor, vai viver a sua vida com essa moça e me esquece. — A loira dizia quase sem forças, mas não podia se mostrar vulnerável perante aquela situação.

Mesmo querendo muito ficar. Mesmo querendo muito agarrar o uruguaio e dizer em todas as línguas do mundo que o perdoava e que estava disposta a esquecer tudo que se passou, ela não conseguia.

Marina reconhecia o seu valor e sabia que não precisava se submeter a esse tipo de situação nem por todo amor que tinha pelo jogador, então ir embora e sumir de vez da vida dele, era a opção mais atraente pra estudante.

Iria voltar a viver a sua vida de anônima normalmente, porque nunca gostou e precisou da mídia. Seu Instagram tinha menos de dois mil seguidores e os fãs do ex-namorado só a conhecia por nome e flagras de paparazzi, tirando isso, nada!

—— Eu vou esperar você esfriar a cabeça e quando quiser pode me ligar que eu vou estar disposto à tudo por você. — O jogador disse puxando um pouco mais de sotaque pela voz embargada.

A jovem não respondeu nada, apenas se virou pra dentro do jardim e fechou o portão, agora sim ela podia soltar tudo aquilo que estava sufocando dentro do seu peito.

Do lado de fora não era muito diferente, Guillermo chorava sem parar, mas não era por ter perdido a pessoa que ele tanto amava, era pela culpa! Era por saber que podia ter feito diferente, e não fez, ele sabia que podia ser muito melhor que isso mas teve ações desprezíveis.

—— Você é um idiota! — Guillermo falou sozinho batendo com força no volante antes de arrancar com o carro dali.

—— Burra. Burra. Burra! — Marina repetia pra si mesma enquanto entrava em casa.

—— Se resolveram, Marina? — Elaine, sua mãe, questionou cruzando os braços o que fez a filha limpar as lágrimas rapidamente.

—— Eu terminei com ele. — Foi ríspida subindo as escadas praticamente correndo.

Ela sabia que se ficasse mais um segundo perto de sua mãe, as lágrimas que eram de tristeza iriam virar de desgosto de si mesma.

Sua mãe que sempre teve ambição por vida de luxo, fama e muito dinheiro, queria que a filha tivesse sorte na vida igual a ela, de se casar e engravidar do primeiro milionário que encontrar.

E Marina sentia que o passa tempo favorito de Elaine era diminuir e fazer a própria filha se sentir inferior e insegura diante resto do mundo inteiro.

Ao entrar em seu quarto ela se sentiu livre e acolhida pra derramar todas as lágrimas que estavam entaladas e começou a pensar demais sobre o tal assunto, e ao porque Guillermo resolveu fazer isso com ela. Se o problema era sua aparência, sua personalidade, talvez poderia ser o seu corpo, que Marina sempre odiou, mas também poderia ser o caráter duvidoso do homem e não todas essas questões que ela imaginava.

𝐈𝐍𝐃𝐎𝐌𝐀́𝐕𝐄𝐋 • 𝘙𝘪𝘤𝘩𝘢𝘳𝘥 𝘙𝘪𝘰𝘴Where stories live. Discover now