Marina Lina.—
Depois de um tempo procrastinando decidi ficar em casa mesmo, não iria me sentir muito a vontade em ficar no meio de um monte de homem que eu nunca vi na vida.
Fiquei jogada no sofá da sala encarando um ponto do teto específico, enquanto um turbilhão de coisas passava pela minha cabeça e de como tudo mudou de uma semana pra outra.
Eu realmente sentia muita falta do Guillermo, muita mesmo, tudo que eu mais queria era estar entre seus braços, mas não tinha muito o que ser feito. Eu jamais me colocaria naquela posição novamente, nem por todo amor no mundo.
E a forma que eu ainda me sinto quando eu imagino de todas aquelas coisas nojentas que foram feitas assim que eu entrava no avião, fazia meu estômago se revirar por inteiro.
—— Que droga. — Murmurei limpando uma única lágrima que insistiu em cair.
Era assim todos os dias.
Faz parte do processo!
—— Oi! — Escutei uma voz grossa ecoar pela sala gigantesca, e me levantei num pulo.
Ao me virar, tive a visão de um homem alto, sua presença preenchendo o espaço da sala como se fosse um gigante. Seu cabelo tingido de um tom loiro brilhante, brilhava ainda mais contra o ambiente mais escuro da casa.
Seu olhar grudou em mim como se tentasse ler cada pensamento da minha mente agitada. Engoli em seco, juntando coragem para encarar aquele estranho que tinha praticamente invadido a casa.
—— Oi... — Minha voz saiu num sussurro, meio rouca pelo desuso. Minhas mãos tremiam um pouco ao meu lado, tentando esconder a enxurrada de emoções que ameaçava me engolir.
Ele se aproximou, o semblante sério se transformando num sorriso gentil e lindo que iluminou seu rosto.
—— Desculpe se te assustei. Estou na casa da frente, Richard. — Seu tom era de timidez e o sotaque era forçado, provavelmente não era do Brasil.
O nome dele ecoou na minha mente como uma melodia desconhecida que despertou uma sensação de familiaridade. Percebi que ele esperava por uma resposta, então me esforcei para sorrir de volta, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia.
—— Marina... Marina Lina. — Respondi, estendendo a mão num gesto automático. Me senti um pouco boba por estar tão nervosa diante dele, mas ao mesmo tempo, uma parte de mim estava grata por ter uma distração da minha própria angústia.
Richard apertou minha mão com firmeza, seus olhos castanhos brilhavam com curiosidade.
—— Seu nome me soou mais como um trocadilho. — O loiro tombou a cabeça pro lado, transmitindo confusão enquanto me encarava.
—— Não é um trocadilho, é bem simples por sinal. — Reforcei rindo fraco. Ele era gentil!
—— É que eu sou colombiano, e tem muitas coisas que ainda acho confuso. — Recuou um pouco, e dizia em um tom mais introvertido do que antes.
—— Ah...Entendi. — Sorri sem os dentes cruzando os braços, ainda estava meio aérea e intrigada de como ele apareceu aqui de repente.
Richard olhou ao redor da sala, como se procurasse por algo, e então se dirigiu a mim com um sorriso amigável.
—— Então... — Ele começou, parecendo um pouco desconcertado. — Seu irmão, Théo, pediu pra mim vir buscar algumas bebidas. Já que eu perdi uma aposta na sinuca e essa era a punição.
Fiquei surpresa com a explicação, mas dei um sorriso compreensivo.
—— Claro, Théo sempre inventando algo. As bebidas estão na cozinha, vou te mostrar.
Richard me seguiu até a cozinha, onde as bebidas estavam guardadas. Enquanto ele as pegava, continuamos conversando.
—— Então, Richard, como está sendo morar no Brasil até agora? — Perguntei, curiosa sobre ele enquanto me escorava na bancada de mármore.
Ele se virou para mim com um sorriso brilhante.
—— Já me sinto um brasileiro, vocês são muito receptivos! — O mesmo se virou, colocando as bebidas na minha frente.
—— Que legal! E você veio sozinho? — Indaguei curiosa, enquanto colocava tudo dentro de uma sacola grande.
Seu sorriso fechou na hora com a minha pergunta e antes de me responder coçou a garganta, sua fisionomia já era diferente de segundos atrás.
—— Sim, eu vim sozinho. — Ele respondeu brevemente, seu tom de voz um pouco mais sério do que antes. Parecia que minha pergunta tinha tocado em algum assunto sensível.
Em um gesto rápido ele pegou a bolsa e em total silêncio eu o levei até a porta de entrada, o clima tava bem desconfortável e eu daria tudo pra voltar no tempo e desfazer essa pergunta.
Mas fazer o que, eu não iria adivinhar que era um assunto, aparentemente, delicado pra ele, só tentei ser legal e puxar assunto.
—— Tchau Richard! — Acenei sorrindo fraco.
—— Até mais Marina. — Retribuiu o fraco sorriso antes de atravessar a rua e eu trancar a casa.
Praticamente corri até meu quarto e digitei o nome do colombiano em todas as rede sociais possíveis, sentia que conhecia aquele rosto de algum lugar e a minha curiosidade gritava dentro de mim.
—— Bingo! — Sorri animada quando apareceu uma foto dele em um jogo contra o flamengo, na data que eu ainda estava com o meu ex.
Continuei indo mais fundo nas pesquisas, até em site de fofoca eu joguei o nome dele, achei algumas coisinhas não tão relevantes.
—— Natália Rios...Bonita. — Murmurei dando zoom em uma postagem da Gossip do Dia.
E pelo que eu deduzi eles eram ou foram casados, pela semelhança de sobrenome.
——————————————————
curtinho só pra atualizar aqui!! 💓
YOU ARE READING
𝐈𝐍𝐃𝐎𝐌𝐀́𝐕𝐄𝐋 • 𝘙𝘪𝘤𝘩𝘢𝘳𝘥 𝘙𝘪𝘰𝘴
Fanfiction𝘙𝘪𝘤𝘩𝘢𝘳𝘥 𝘙𝘪𝘰𝘴 descobre o verdadeiro significado do amor e o sentido da vida.