" Katsuki Bakugou é um adulto com problemas judiciais e emocionais graves não resolvidos.
Vivendo sob as consequências deles, em seu ápice de fúria, acabou tendo a oportunidade de conhecer as pessoas que tentariam o ajudar a mudar sua vida e rec...
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Katsuki não conseguia nem imaginar o quão maluca sua mãe estava àquela altura.
Enfurnado na van, ele só conseguia pensar no tamanho da encrenca que teria que enfrentar no auge dos seus vinte e sete anos. Ele podia listar todos os motivos para que Mitsuki tentasse arrancar seus cabelos fora:
1° Depois do julgamento, Bakugou simplesmente sumiu pelas ruas;
2° Tentou brigar com quatro caras aleatórios e estava todo machucado;
3° Não atendeu nenhuma das ligações, não respondeu nenhuma mensagem e a possibilidade de tentar dar um sinal de vida acabou quando o celular descarregou;
4° Já era hora do almoço e ele ainda estava na rua.
Sim, ele tinha vinte e sete anos. Sim, ele morava sozinho, já trabalhava e já tinha autonomia o suficiente para se virar por aí. O problema era que, depois do que Camie fez, passou a morar com seus pais — tinha noites de insônia, quando dormia tinha pesadelos e estava tendo mais acessos de raiva do que o normal — temporariamente. Então, sim, ele ainda devia explicações.
Conforme se aproximavam cada vez mais da casa de seus pais, mais Katsuki se preocupava em como dizer para ela o que aconteceu sem surtar e sem causar transtornos ao seu pai, ao mesmo tempo que não queria que seus novos "colegas" vissem sua família de uma maneira tão caótica.
— Seus pais também vão querer pegar a gente no soco? — A piada de Kaminari faz Bakugou sair de seus pensamentos.
— Cala a boca, Denki. — Jirou lhe deu uma cotovelada como podia, porque novamente, ele estava em seu colo.
— Ai gente, chega de brigas né, hello-o! — Ashido estalou os dedos, rindo quando Sero a imitou, mesmo que quase não tivesse conseguido pelo aperto da van.
— Não sei né, vai que... Aí, Jirou! — Tomou outra cotovelada, e dessa vez Kaminari se calou definitivamente.
— Bakugou, os seus pais vão nos receber bem? Tipo... — Eijirou o encara pelo retrovisor. Seus olhos um pouco menos vermelhos o fitando com preocupação. — eu quase te matei espancado, te acolhemos e... somos pessoas desconhecidas.
— Ou a minha mãe te agradece por ter me espancado e supostamente colocado "juízo" na minha "cabeça oca", ou ela tenta matar todo mundo. — Fez aspas com os dedos, emburrado em seu canto, pensando qual dessas opções mais se encaixam ao perfil de Mitsuki.
Mas as gargalhadas o fizeram franzir as sobrancelhas. Que porra era aquela?
— Sua mãe parece uma pessoa muito calma. — A ironia de Shinsou fez Katsuki bufar, se encolhendo ainda mais em seu mau humor. Talvez estivesse com sono.
— Vai tomar no seu cu. E é a próxima casa aí. — Se virou para a janela.
A van estacionou em frente a casa da família Bakugou, que era bonita; dois andares, branca e com um aspecto de bem cuidado. A hora da verdade havia chegado e tudo o que o loiro mais queria naquele momento era a morte certeira. Bom, talvez conseguisse isso quando desse de cara com Mitsuki segurando uma panela.
