45

1.2K 119 19
                                    

Pov. Cameron Dallas

A vi sair do banheiro com a toalha amarrada na cintura, ri ao ouvi-la dizer que não estava com ciúmes, ela deveria estar.

Coloquei minha bermuda novamente e saí do banheiro, voltei para a praia, dessa vez não me sentei ao lado de Liv, ela, apesar de ser gostosa, não era tanto quando Brooke e acho que pensava que éramos namorados, pois não tinha me soltado muitas vezes.

- Não acredito que vocês transaram – Nash me entregou uma cerveja.

- Deu para ouvir alguma coisa?

- Não, mas você está feliz demais e com cara de quem acabou de foder.

- Ela é boa- dei de ombros.

- Boa o bastante para vocês estarem assim por tanto tempo? – franzi o cenho – Você pegou uma mulher mais que uma vez, nunca vi passar tanto tempo com alguém, será não tem nada aí no meio?

- Sabe o que eu acho? – disse rindo – Que a paternidade está te deixando muito gay – coloquei a mão em seu ombro – Eu não sinto nada por ela.

- Eu dizia mesma coisa e agora vou ser pai – olhou para Lola, que ria de alguma coisa que Taylor dizia – E eu estou feliz – eu podia ver em seus olhos que sim.

Assenti, ele foi até Lola e a abraçou por trás, ela se assustou e lhe deu um tapa no ombro, mas logo começou a rir, minha atenção foi desviada por Brooke, que saia de casa e corria de alguma coisa, mas acabou caindo no meio do caminho, ri da sua falta de coordenação, ela veio até mim.

- Não ria da desgraça alheia, você vai pro inferno – chegou limpando as mãos de areia – Eu não sei porque a gente tinha que vir para um lugar que tem tanto bicho.

- Você que é mimada demais?

- Eu não sou mimada, apenas fui criada na área urbana, não sei conviver com bichos – ela se explicou – Principalmente com um sapo pulando atrás de mim!

- Tem um sapo ali?

- Infelizmente – ela cruzou os braços, me encarando atentamente – Você não vai fazer o que eu estou pensando, vai?

Eu assenti, corri para o pequeno mato que tinha na entrada da casa, procurando por um sapo, ouvi Brooke gritar alguns palavrões para mim, então eu finalmente enxerguei um sapo ao lado da porta, pelo menos eu o pegaria e impediria de que entrasse na casa.

Peguei o sapo e fui até a praia, Brooke já estava há cem metros longe de mim.

- Brooke, ele é tão lindo! – corri atrás dela – Me disse até que queria ter filhos com você.

- Seu grande filha da puta! – ela gritou enquanto corria de mim.

Aaron a pegou quando ela passou por ele, ela tentou sair do seu aperto, uma tentativa falha.

- Parece que todos vocês acordaram pensando em um jeito de fazer maldade comigo – reclamou quando viu que não iria sair de lá – Você não vai ter coragem de encostar essa coisa em mim.

- Você acha?

- Eu tenho certeza – sorriu cínica – Nenhum homem gosta de ficar sem sexo.

Ouvi assovios atrás de mim, agora aquilo me parecia um desafio. Eu me aproximei, ela engoliu seco, provavelmente com medo de que eu realmente jogasse o sapo nela, e eu iria fazer isso, se meu celular já não estivesse tocando pela terceira vez no meu bolso. Segurei o sapo com uma mão e peguei o celular, era meu pai.

- Você vai se livrar dessa – coloquei o sapo no chão – Mas foi pura sorte.

Ouvi as reclamações de alguns garotos e Lola gritando comigo dizendo que eu deveria ter feito aquilo, dei as costas para todos e fui atender a chamada em um lugar mais calmo, já sabia o que viria pela frente.

- Pai – atendi.

- Como assim você foi para uma porra de casa de praia?

- É a ultima semana de férias, eu só quero aproveitar.

- Era pra você estar com a sua cara enfiada no meio dos livros, estudando, não curtindo a vida! – gritou comigo – Como você quer se tornar alguém se nem para isso você serve?

- Dá um tempo, ok? Será que por uma semana você pode não dizer o quão inútil eu sou?

- Eu não posso esconder verdades – ele riu sarcástico – É realmente uma pena que sua irmã tenha morrido, ela pelo menos fazia alguma coisa de útil, oh Deus, não, ela era perfeita!

- Por que você precisa falar dela em toda conversa que temos?

- Por que ela era tudo que você não é – falou calmamente – Eu te dou um apartamento, um carro, dinheiro todo mês, e você continua sendo o mesmo merda de sempre, me pergunto o que aconteceria se parasse de fazer isso.

- Já pensou que podia ter sido diferente se você não tivesse me impedido de seguir o que eu gosto?

- Você realmente é meu filho? Porque eu acho que não tenho um filho tão imbecil assim!

- Imbecil, sim! – gritei com ele – Por que esse idiota sempre acha que algum dia nós poderemos ter uma conversa de pai e filho, mas é sempre a mesma porra! Não vale a pena tentar isso com alguém que não aceita o próprio filho, por que não termina o serviço e me mata também? Seria um peso a menos pra você.

- Não é uma má ideia.

- Talvez eu faça isso por mim mesmo – desliguei a chamada.

Senti um nó em minha garganta, ele tinha mesmo dito que pensava em me matar? Meus olhos marejaram, mas eu não podia chorar, não por ele, tinha que ser forte e enfrentar isso de cabeça erguida. Soquei a árvore ao meu lado, procurando alguma dor, eu tinha que me distrair com alguma coisa, não podia chorar, não podia.

Sempre foi assim, Sierra sempre foi perfeita demais, boa em tudo, e eu apenas observava, quando ela morreu foi como se tudo que já estava ruim ficasse ruim ao quadrado, meu pai que antes apenas dizia que eu não servia pra nada, passou a me visitar toda semana para dizer isso e muito mais, ele já chegou a me bater, mas eu acabei revidando e a partir disso tudo piorou mais ainda, ele me colocou na faculdade de direito, sendo que eu sempre quis fazer medicina, no primeiro semestre, quando ele viu como eu estava indo, mandou alguns capangas me pegarem em um beco perto de casa, eu tive que melhorar, só consegui isso com a bebida, ela sim era alguém em quem eu confiava. Teve o dia em que eu machuquei Brooke, não tinha bebido muito desde então.

Não sei quantas vezes soquei a árvore, quando parei minha mãos estavam sangrando e já roxas, fiz um caminho diferente e fui para a casa de praia, eu sabia onde Nash tinha guardado as bebidas mais fortes, peguei uma garrafa e fui para a varanda, não liguei para a minha mão, aquilo me lembraria que eu não devia abaixar a cabeça e obedecer.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Então, o Pov. que vocês tanto queriam!

Gostaram? O capítulo voltou a ficar do tamanho que eu normalmente faço, o anterior foi muito grande e muita gente não leu.

O que acharam do motivo de Cameron beber? Achavam que era o que?

Kirids, onde vocês estão? Quero falar com vocês!

Ah, e sobre a história do Harry ter estuprado uma menina? Vocês acreditam? Eu, sinceramente, não sei, depois falo porque para quem quiser saber.

Xoxo,

Leeh.


IronicOnde histórias criam vida. Descubra agora