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— Não fazia ideia que você conhecia a Jirou - Rule disse, se jogando no sofá de nosso apartamento com um pacote de salgadinho de pimenta na mão.

— Eu nunca iria adivinhar que ela estudava lá - falei, me virando de todo jeito para me olhar no espelho do meu quarto - Aliás, ela falou comigo sobre a batalha de bandas, aquela no fim do ano, onde a gente se inscreve?

— Relaxa amiga, eu já cuidei disso - ela respondeu, me olhando pela porta aberta de meu quarto.

— O que você usa em uma entrevista de emprego? - eu disse, enquanto tentava arrumar meu cabelo, de qualquer forma.

— Ah, eu acho que assim tá bom, mas, eu usaria uma camiseta de banda. Sabe, tem mais a ver com o lugar - concordei, revirando minha mala, pois ainda não havia arrumado as coisas desde que vim morar aqui.

Acho que tenho uma dessa... Aqui. Puxei ela do meio de minha bagunça, que, talvez eu arrumaria depois. Então, rapidamente tirei minha camiseta anterior e coloquei essa.

— O que acha? - perguntei, ainda me olhando no espelho que mostrava meu corpo inteiro.

Assim que me virei, foi impossível não reparar na expressão de desgosto de Yui, e sei que ela queria que eu reparasse.

— Porra, nirvana, gata? - ela disse, e engoliu mais um salgadinho - Cara, isso é maravilhoso - disse, olhando para o pacote.

— Ok, eu deixei as outras na minha outra casa, não me julga, eles são bons - expliquei, pegando o primeiro tênis que vi na frente, um all star inteiramente preto.

— Eu não disse que são ruins, só são... - ela pareceu pensar - genéricos. Mas, se é o que tem, usa.

Fechei a porta de meu quarto, pegando minha bolsinha preta e abrindo a porta de saída do apartamento.

— Então, tô indo, beijinhos - disse, o mais rápido possível e fechei a porta antes da resposta da garota.

Eu estava atrasada então eu tinha que andar rápido, rápido mesmo. Descendo as escadas em uma grande pressa, consegui chegar rapidamente na entrada do apartamento, e, sai. Felizmente, a loja que eu deveria ir, ficava perto de onde eu morava, o que também ajudaria no dia-a-dia, caso eu conseguisse o emprego.

Quando finalmente consegui chegar até a frente da loja, não pude deixar de olhar, por um momento, a grande entrada para o local, a fachada era preta com as letras rosas e roxas formando a palavra 'Earphone Jack". Apressada, entrei na loja, procurando por alguém conhecido, e não encontrando. Então, resolvi que iria para o caixa, esperar por alguém, enquanto mandava mensagem para Kyo.

Até que sinto uma movimentação estranha atrás de mim, e de repente ouço alguns gritos.

— Já falei para você não tratar os clientes assim, seu muleque - uma voz disse, e então me virei.

O que eu presenciei foi um homem alto com cabelos claros e para cima, andando um pouco raivoso para minha direção, enquanto atrás do mesmo, se fez a figura daquele garoto. Eu sabia que ele trabalhava aqui, mas, parece que ele me persegue. Estranhamente o mais novo não disse nada e só aceitou o que estava acontecendo, fazendo com que se apoiasse em uma das prateleiras com CD's.

— Boa tarde - falei, tentando tomar a atenção do mais velho - eu vim para a vaga, sou amiga da filha dos chefes e...

— Oh, você! - ele disse ne cortando, animado - Hmm - me observou de cima a baixo - Você tá contratada - o mais velho apenas disse - Bakugou! - gritou - Mostre a loja para essa dama!

O outro pareceu se ligar e ficou confuso.

— Por que eu? - Bakugou respondeu.

— Porque você tem que aprender a ser mais gentil, principalmente com clientes - o outro respondeu.

— Tá, mas você não manda em mim - o mais novo disse, agora, com raiva em seu tom de voz.

— Na verdade eu mando sim, eu sou seu gerente - ele fez uma pausa para observar a cara emburrada do outro - Vai logo.

Então, sem um aviso prévio, Bakugou apenas começou a andar pelo local, esperando que eu fosse atrás. E fui.

— Nirvana? Sério? - ele perguntou.

— Sei que é genérico - falei me amaldiçoando pela escolha, enquanto ele se virava para mim, no meio de uma das seis estantes presentes - Mas era a única que eu tinha.

— Então vai ter que arrumar outra - ele respondeu, com um sorriso de canto - Se você usa isso, eu nem consigo imaginar que tipo de música sua banda toca.

— A gente toca muitos tipos de música - vi ele se virando totalmente para mim, com uma expressão... divertida? - E vocês?

— Nós?

— É. Que tipo de música vocês tocam? - perguntei, com uma ponta de curiosidade, mas com a feição neutra.

— Acho que é mais interessante quando eu faço as perguntas - ele respondeu, ainda divertido.

— Você não parecia nada com isso de manhã ou a cinco minutos atrás - comentei e ele apenas ignorou, revirando os olhos.

— Por aí também, tocamos várias músicas - o homem finalmente respondeu, se virando para a estante enquanto coçava a cabeça.

— Ahn, como é o nome do gerente? - perguntei por ser algo importante a saber.

— A gente chama ele de President Mic.

— President Mic?

— É, ele fala muito alto - ele apenas completou.

Logo, ele me explicou coisas óbvias, como onde estavam os CD's, DVD's e alguns livros sobre música — todos presentes lá. Mais para trás, havia instrumentos a serem vendidos, e então, a parte do café. A loja estava praticamente deserta.

— E, aqui é onde você vai trabalhar - ele anunciou, enquanto andávamos para perto do café - Boa sorte, Nirvana.

— Ei, não me chama assim - repreendi.

— Você não deveria ter vindo com essa camiseta - falou com mais um sorriso de canto e se virou, me deixando sozinha.

Ou, pelo menos, eu achava que estava sozinha.

— Uau, você conseguiu ter uma conversa com ele sem que ele te humilhasse - ouvi uma voz conhecida dizer, e então me virei para encara-la.

— Mina, que susto! Achei que você não trabalhasse nessa parte - falei para a menina, que agora saia completamente da porta do interior do café e se apoiava no balcão.

— É, a gente meio que trabalha com um pouco de tudo - ela sorriu - Sobe aqui - e apontou com a cabeça para uma portinha no fim do balcão preto.

E então, a mesma me ensinou qual seria meu trabalho, que por acaso, era mais simples do que eu achava. Era fácil quando havia uma máquina de café que você, basicamente, só precisava ligar.

Percebi também que Kirishima não estava naquele dia, sabendo que ele também trabalhava lá, mas, havia mais alguns funcionários dos quais eu não conhecia. E, amanhã eu começaria realmente a trabalhar.

— Então, você precisa ir na festa que vai ter semana que vem - a de cabelos rosa disse, enquanto andava ao meu lado pelas ruas movimentadas - Sabe, sábado a gente foi para conhecer o local, já que eles vão tocar lá no próximo sábado. Você vai? Diz que sim!

— Ok, claro, vai ser divertido - concordei - E, vai ser legal ver a banda.

— Você vai ficar perplexa com a voz da Kyoka - ela riu - Depois te passo o endereço, qual seu número?

— Ah, eu sei onde é, mas posso anotar meu contato no seu celular - falei, fazendo com que ela me entregasse animada o aparelho, e então anotei.

— Eu acho seu nome tão legal - ela suspirou - Enfim, vou por ali, onde é seu apartamento?

— É pra lá. Então, acho que nos afastamos aqui.

— Pois é amiga, até amanhã! - disse ela, dando um 'tchauzinho' com a mão enquanto andava para o lado que teria que ir.

𝐌𝐄𝐃𝐃𝐋𝐄 𝐀𝐁𝐎𝐔𝐓 | Katsuki Bakugou Onde histórias criam vida. Descubra agora