◇ 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏 ◇

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Em uma noite comum, Nala anda pelas ruas de Nova York de forma apressada seguida por Paulo.

- Rápido! Não podemos nos atrasar, a luta de hoje tem apostas muito altas, não posso perder essa oportunidade!
- Se você não tivesse se atrasado, nós já estaríamos lá.
- Fiz hora extra no trabalho, consegui uma boa gorjeta. Estou vendo o Brutus ali em frente, vamos!
Nala segura a mão de Paulo e corre em direção à Brutus. Ele foi seu instrutor de luta e é o dono do clube.
- Está atrasada, menina. Por pouco, achei que não viria. - diz Brutus virando-se diretamente a ela.
- Acha mesmo que eu perderia um dia como esse? Eu não poderia decepcionar meu instrutor.

Ambos sorriem e Brutus bagunça o cabelo dela de forma brincalhona, assim eles entram no clube.

Logo a luta começa,  e o ringue cheio de pessoas assistindo vibra conforme os competidores são apresentados.
Foi uma luta acirrada, a concorrência era muito mais forte do que as que Nala já havia enfrentado outras vezes, mas dentre os três rounds, Nala venceu dois e foi a campeã da vez.

- Você foi incrível! Nunca te vi lutar daquele jeito! - diz Paulo entregando  uma compressa de gelo para Nala por na testa.
- Obrigada, mas você diz isso a cada luta que eu venço.
Paulo sorri com o comentário e prossegue:

- Mas é sério! Eu fico cada vez mais impressionado!
- Tudo bem, espere aqui, eu vou ao escritório do Brutus para acertar as contas de hoje.

A luta rendeu um bom cachê e ambos decidiram comemorar, logo se veem conversando e rindo enquanto caminham em direção a um bar. Quando estavam prestes a entrar, uma senhora os interrompeu. A idosa usava roupas velhas, um lenço na cabeça e carregava um grande saco sob os ombros.

- Boa noite, senhorita. Desculpe incomodá-la, mas fazem muitos dias que não como nada, poderia por favor comprar algo para eu comer? - ela olha atentamente para Nala.
- Bem... é... claro, meu irmão e eu iríamos comer agora mesmo. A senhora pode nos acompanhar se quiser. Não é, Paulo? A carne que servem nesse lugar é deliciosa!

A idosa sorri e os acompanha, eles comem, bebem e conversam por um tempo e a todo instante a senhora se mostrou ser uma mulher bastante educada e simpática. Ao saírem do estabelecimento, Nala pergunta:

- A senhora pretende ir a algum lugar? Posso deixá-la com algum dinheiro para que consiga uma passagem ou para comprar alguma outra refeição.
- Não precisa se preocupar comigo. - diz a senhora sorrindo - Você foi a única pessoa que me ajudou dentre tantas a quem eu pedi ajuda. Por favor, deixe-me lhe retribuir o favor que me fez.

A senhora põe o saco no chão e tira dele um velho e sujo espelho de parede, de tamanho médio.

- Nossa, como isso ficou aí dentro sem quebrar? - Pergunta Paulo.

A idosa olha para ele e sorri. Virando o olhar para Nala, ela diz:
- Por favor, aceite isso como agradecimento por sua bondade.
- É um lindo espelho, mas eu não posso aceitar.
- Eu insisto, deixe uma humilde velha expressar sua gratidão.

Vendo o olhar insistente da senhora, ela aceita o presente, agradece e ambos seguem em direções diferentes.
Ao chegar em seu apartamento, ela limpa o espelho e nota que ele é muito bonito, então decide o pendurar em seu quarto. Ao colocá-lo na parede, uma imagem de forma em seu reflexo, como se houvesse uma cidade medieval nele. Ela esfrega os olhos, e ao olhar novamente percebe que o espelho está refletindo naturalmente. Então supondo que havia bebido demais, resolve se deitar.

O dia se passa novamente, e Ana convida a amiga para sair, as duas vão a um café e Ana comenta sobre seu trabalho como enfermeira, enquanto Nala narra os acontecimentos da noite anterior, tanto a luta quanto o encontro com a estranha senhora.

𝐃𝐎 𝐎𝐔𝐓𝐑𝐎 𝐋𝐀𝐃𝐎 𝐃𝐎 𝐄𝐒𝐏𝐄𝐋𝐇𝐎 Onde histórias criam vida. Descubra agora