Capítulo 6

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Yunho deixara o talher cair sobre o prato, fazendo um barulho chato. O alfa o olhava agora, assustado ou algo parecido.

— O que disse?

Ele precisava ouvir novamente para saber se era uma peça que sua cabeça estava pregando ou aquilo era sério.

— Quero saber se você quer a empresa. — repetiu, veemente. Tinha decidido e não retrocederia. Precisava daquilo.

— Mas…

— Yu, eu tenho mantido aquele lugar em meu nome por sua causa, mas não tenho nada com aquilo. Odeio aquela empresa e é como se eu morresse um pouco a cada vez que penso em pisar lá. Estou doente e é a primeira vez que admito isso para mim, a primeira vez que penso em fazer algo para não morrer tão miseravelmente. — ele suspirou, recuperando o fôlego — Estou te dando opções, as que não deram para mim. Você é completamente capaz de tomar conta de tudo. Se você desejar, ela é sua, se não, vou vendê-la.

— Por que isso agora?

— Vocês insistiram que eu deveria lutar mais um pouco e, caramba, eu nunca quis. Não quero agora, não quis antes e não sei quando vou querer, mas sinto que preciso. Joongie me convenceu a deixar o passado no passado e aquilo é um passado doloroso para mim. Não precisa resolver isso agora, pode ter um tempo.

— Woo, nós deveríamos conversar. Nós não te escutamos direito, só trouxemos alguém que achamos capaz e deixamos que você lidasse com toda essa merda sozinho. Não foi justo.

— Tudo bem. É justamente por conta dele que não posso me dar ao luxo de bater as botas.

San, completamente imerso em pensamentos, o olhou. Ele não sabia se sorria ou se abraçava o menor. Aquilo era bastante pesado para se resolver em um jantar de amigos.

— O quê? Por quê?

— Isso é assunto para depois. Voltei a desenhar e... estava pensando que, talvez pudesse tirá-los do papel agora.

— Que coisa incrível, ômega. Você é perfeito desenhando, todos os seus modelos são incríveis.

— Isso é verdade. — Hongjoong concordou, bebericando seu vinho — Se eu gostasse de vestidos, usaria todos. Aliás, poderia fazer ternos mais delicados para mim.

— Acho que você ficaria perfeito de vestido, Woo. Os dois, na verdade.

— Devo concordar. — Sannie se pronunciou, sorrindo para o ômega — Ficaria ainda mais lindo.

O pequeno corou, desviando o olhar.

Não era incomum ver ômegas masculinos usando roupas que eram consideradas femininas, na verdade, era a coisa mais normal do mundo. O problema era que algum dia alguém havia dito que não era o certo, que ficaria ainda mais abominável e ele tomou como verdade.

— Acho que não. — encolheu os ombros, não gostando do rumo da conversa.

— Tudo bem se acha mesmo que não. Pode fazer o que quiser, sim? — o alfa sentia vontade de ficar sua mão, mas eles estavam em extremos opostos da mesa.

Wooyoung concordou, nada firme.

O jantar se seguiu com conversas amenas e não tão importantes. O ômega ficou bastante empolgado na hora da sobremesa, o alfa jurou que só o viu daquele jeito com Nari, o que era verdade. Os amigos se foram perto das 22h, quando o ômega dava sinais de exaustão.

— Obrigada por ficar, alfa. — um sorriso discreto foi lhe destinado, seguido de um longo bocejo cansado — Foi importante.

— Ômega, vem cá. — O mais velho tocou na mãozinha delicada, o puxando até um dos sofás, então os sentou frente a frente — Você não precisa falar nada, é só me escutar e tentar acreditar, sim? — San brincou com seus dedos ainda unidos — Você é perfeito e eu te vejo. O jeito como cuida da Nari é perfeito e como sorri sem nem ao menos perceber às vezes. Eu realmente adoro o fato de você ter apenas uma covinha e que seus olhos sejam tão azuis que parecem com o céu em um dia lindo. Quero que saiba que enquanto eu estiver aqui, você pode fazer o que quiser e ser quem quiser, pode usar as roupas que tiver vontade e ser ela. Eu nunca te julgaria por algo que te faz brilhar. Sinto que fui posto no mundo apenas para te idolatrar e deixar claro o quão incrível você é. Pode não me aceitar como alfa, tudo bem por mim, mas queria que soubesse que pode ser e fazer o que quiser. O mundo será seu se o pedir.

O ômega não sabia o que dizer ou como reagir, então apenas se jogou nos braços fortes do alfa. Alfas lúpus tinham tendência a serem maiores, então sentia que ele poderia envolvê-lo por completo em si. O outro estava surpreso, mas retribuiu o contato imediatamente. Aquilo, sim, era como estar em casa.

— Obrigada, alfa. Por tudo que tem feito por mim. Isso é muito importante.

— Que bom. — O alfa sorriu, acariciando o rosto delicado — Que tal se você fosse dormir agora? Nos vemos amanhã.

— Combinado então. — timidamente, Wooyoung se esticou e deixou um beijinho rápido que quase não foi sentido na bochecha do seu alfa — Boa noite, Sannie.

— Boa noite, ômega.

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⏰ Última atualização: Feb 16 ⏰

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