√ 𝐿𝑜𝑣𝑒 𝑓𝑜𝑟 𝐸𝑡𝑒𝑟𝑛𝑖𝑡𝑦

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''Não sei se pudéssemos voltar ao tempo e se teríamos sucesso... talvez fosse um eterno efeito borboleta onde nos afundaríamos em nossas próprias melancolias. No entanto, quem sabe pudéssemos ter dado mais dos nossos últimos abraços... beijos e principalmente falado o que realmente era importante e verdadeiro. A saudade que sinto quando olho pra você neste momento apenas tortura-me a ponto de quebrar meus ossos e rasgar meu coração por saber que errei tanto....

Com todos a minha volta... eu traí a você, eu traí a meu pai, a minha família... e principalmente a mim mesma. Não conseguir presenciar seus castanhos aos meus neste momento, mesmo que me olhe sobre fúrias... é a minha maior punição e espero que me perdoe um dia, pois falhei... e não viverei o suficiente para compensa-la.''

[...]

New York. Times Squere, Manhattan.

Play. Ruelle - Bad Dream.

Quando passamos por um processo doloroso o afastamento é a primeira forma de autoproteção, as vezes fugir do passado não é a maneira correta de lidar com suas dores e frustrações. Enfrentar todas nossas pendencias é o modo mais rápido para o processo de superação. Mas conforme exista a alimentação do ódio, ele lhe consumirá lentamente, apodrecendo seu corpo limitando seus sonhos e matando sua alma. Para algumas pessoas nada disso importa, a displicência se torna normativa a suas atitudes vingativas e inconsequentes.

Limites é apenas uma questão de decisão. Perdão? Sequer era uma possibilidade.

Sentia arder-se por dentro durante todos esses anos ansiando por seu momento, por seus desejos. Toda sua tristeza se transformara em ódio intenso e rancor. No entanto, se recusava sentir-se magoada e afetada, fragilizada por qualquer coisa que seja. A doçura perdera seu lugar dando espaço para a arrogância, a bondade se transformara em prepotência e egoísmo. Fria, calculista, narcisista.

Possuía vários atributos negativos sem preocupações de demonstra-los, vivera sua vida apenas para seu único objetivo que a fez manter-se viva até os dias de hoje.

A vingança.

Os verdes perigosos vagaram pela madeira da sua mesa luxuosa, assim como as grandes janelas de vidro que refletiam a luz do sol a invadirem o chão de mármore branca. Os prédios eram vistos através de todo o luxo que se apoderava. O vazio que atingia seu peito a tornando mais solitária e enraivecida, suas angustias lhe dera forças para prosseguir após aquela desgraça.

Os dedos vagaram pela caneta de tinta preta disposta a assinar mais um de seus contratos endinheirados. O homem bateu três vezes a porta e teve sua autorização a entrar.

Suas pernas mantinham-se cruzadas sobre a cadeira marrom confortável. Girava brandamente a espera de seu sócio com suas novidades. A tranquilidade em seu corpo a tornava impenetrável a qualquer imprevisto pela calmaria de sua frieza que congelaria qualquer um a sua volta, mas também possuía a fúria dentro de seu corpo, em chamas pelos seus desejos insaciáveis pronta para destruir qualquer pessoa que se metesse em seu caminho sem qualquer remorso. Sem qualquer compaixão.

Seu suspiro veio ao tombar a cabeça para trás e relaxar os músculos se encostando sobre a cadeira. Os olhos permaneciam fechados em aguardo ao teu descanso particular. Seus pensamentos eram sempre enegrecidos e acinzentados, não era mulher de sorrir com frequência, não gostava de programações conjuntas. Vivia para si e para seu objetivo. Possuía em mãos seu grande império, dinheiro, empresas. Tudo o que ele sonhou um dia. Seu prédio era um dos maiores arranhas céus de Nova York, mais cobiçado e um símbolo de fortuna e grandeza. Seu minuto de tranquilidade fora interrompido ao ouvir o barulho da porta sendo aberta.

Tormenta(Primeira Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora