Flores de sangue • Volume 1

tudo tem um preço - capítulo 3

Perseu tinha saído a alguns minutos para ir pegar as roupas, talvez ele tenha ido embora de novo. Não vou me apegar novamente, toco minha bochecha, não me apegar vai ser algo difícil..
por que ele age assim? Pego o copo de bebida que havia em minha mesa, bebo o restante e deixo acima da mesa, pego um livro e saio de perto da mesa indo em direção a porta, a abro e saio, tranco a porta do escritório, não quero que entrem e vejam os documentos que tem lá.

Sigo pelo corredor indo para meu quarto, entro e fecho a porta.
-tá doendo.. - toco meu ombro, tiro a blusa e pego uma toalha, vou pra o banheiro, fecho a porta, porém não vejo necessidade de trancar, já que Perseu provavelmente vai demorar.

Tiro o restante de minha roupa em seguida dou um jeito de tentar tirar as atadura, toco meu machucado, será que vai arder se eu entrar na água? Temo que sim..

Sigo até a cabine de chuveiro que fica ao lado da banheira. Ligo para começar a esquentar a água, saio de perto, vou até a pia tiro meu tapa olho, por sorte hoje meu olho está normal não vou precisar usar amanhã, eu espero.

Abro a porta do banheiro,sigo pelo quarto até a cômoda vou guardar o tapa olho, abro a gaveta e coloco, iria fechar-lá quando escuto uma batida na porta

-Mikhail?

Olho de um lado para o outro, corro para o banheiro, fechando a porta
-pode entrar! - escuto a porta do quarto abrir e fechar logo em seguida.

Vou até o chuveiro, entro. Toco meu ombro, ardia, ardia muito. me abaixo
-Merda.. - saiu sangue da ferida, acho que os pontos não foram bem dados e pelo movimento, mesmo que leve eles romperam, não entendo por que ainda não cicatrizou? não posso fazer barulho, não quero fazer barulho.

Só pelo oque aconteceu mais cedo.. eu tenho que parar de chorar por qualquer coisa, mesmo que doa muito, mesmo eu estando levemente embriagado...

Escuto uma batida na porta
-Mikhail?? Tá tudo bem? Tô sentindo cheiro de sangue

O sangue não para de escorrer, já estava chegando no chão e escorrendo para o ralo, eu preciso pegar uma toalha antes de pedir ajuda, mas eu não preciso de ajuda, não vou chamar ele.

-Mikhail!! Me responde, tá tudo bem?!

Minha visão está trêmula, efeito da bebida? Provavelmente, eu vou cair. Minha ferida não para de arder. Eu devia desligar o chuveiro, porém não consigo levantar, acabo por me sentando no chão, apoio minhas costas na parede. Escuto a porta abrir

-N-Não olha para mim! - gaguejo, me encolho tentando esconder minhas partes constrangedoras

- Meu deus! - ele vem até mim, estava sem camisa e entrou na água sem ligar que iria molhar a calça, me escolho mais ao aproximar do rapaz.

Ele toca minha ferida a apertando tentando conter o sangue, minha respiração fica falha, olho para seu rosto, seus olhos estão vermelhos, iguais aos daquele dia.. deve ser só impressão.

-Perseu... sai daqui.. -viro meu rosto

Nega com a cabeça, segura minha mão e coloca na ferida.
-aperte, eu vou pegar algo para cobrir.

Aperto a ferida, evitando gemer de dor.
O rapaz sai de perto de mim rapidamente, vai pegar duas toalhas que haviam em cima da pia, eu acho que eram duas, minha visão não é confiável.

Logo volta, desliga o chuveiro,
Cobre minhas partes íntimas com a toalha, coloca a outra no machucado. Sinto meu rosto arder, olho para o vidro. ah, sim eu tô vermelho..

-ei, Mikhail? Tá me ouvindo?

-oque?..

-a dor passou? - ele toca meu rosto fazendo carinho, é tão bom quando ele faz isso..