o tempo está acabando - capítulo 2

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Claridade, um zumbido em meus ouvidos. Eu morri? O brilho vai diminuindo conforme meus olhos se acostumam, minha respiração ainda estava pesada, na tentativa de observar o local, viro meu rosto cuidadosamente para a esquerda, depois para a direita tem alguém sentado a minha direita.. mas pelo menos eu estava em uma das áreas médicas no meu castelo, pego impulso me sentando, dou um soco no rosto da pessoa, mas aquela coisa segura meu pulso com força.

-ou, calma aí.. eu te ajudei, meu Império - digo segurando o pulso do rapaz, que estava a minha frente sentado em uma cama com o ombro enfaixado, no qual ainda tinha cheiro de sangue vindo dele, me olhava, provavelmente ainda não tinha se acostumado com a luz. Solto seu braço. Mikhail toca a própria cabeça, passava seus dedos pelo próprio cabelo, cabelos esses que me lembravam nuvens, grisalhos andulados.. era o próprio céu, mas isso faz sentido. Desde criança, já estava óbvio que ele seria o homem mais belo do mundo.. tem olhos claros, seu cabelo tem algumas mechas que eram amareladas nas pontas, sua pele é tão bem cuidada, já ouvi dizer que seus peitos são como os de uma dama.. mas não confirmo isso, é quase impossível tirar os olhos dele, como uma divindade, a beleza dos deuses...será que.. nah, não acho que ele seja, caso contrário já teria percebido oque sou.

- Perseu.. - me olha, arrumando o tapa olho que usava no olho esquerdo, não sei porquê, talvez tivesse algum problema, mas quando criança ele usava alguns dias e depois não usava, por que ele faz isso?

levanto indo pegar alguns remédios anti-inflamatório, e mais um para diminuir a dor da ferida - oque?

-oque eram aquelas coisas?. - o cheiro de sangue vindo dele aumenta, precisava trocar as ataduras, vou até ele e me sento na cadeira, dou os remédios e o rapaz toma.

- vampiros... eu vou precisar trocar suas ataduras, tire a blusa, por favor.

-oque?.. por que eles atacaram o castelo? - ele tira a blusa, tocando a atadura, parece que os boatos eram verdade, me lembravam os de uma dama, devem ser macios como um travesseiro... prendo meu olhar por alguns segundos, mas logo desvio o olhar para não parecer um tarado ou algo assim.

- eu não sei, Império - pego uma tesoura e recorto tirando as ataduras deixando exposta a ferida, pego um algodão limpo a ferida e passo antisséptico. O rapaz obviamente se incomoda, termino o mais rápido possível. Pego as faixas e as coloco novamente, primeiro rodeio sua cintura e em seguida subo para onde está a ferida, logo fazendo isso mais algumas vezes e terminando, estava me segurando para não o abraçar e o confortar, sabia que ele tinha visto algo nem um pouco agradável.

- você matou aquele vampiro?

- querido, está doendo muito? - digo evitando o assunto, Mikhail não é burro, pelo contrário, ele é um gênio. já deve ter percebido ou suspeitando de algo, do porquê eu ter voltado só agora.

-não muito - ele olha para o teto por alguns segundos. olho para o rapaz, toco seu rosto vendo as leves feridas que ainda tinham por conta da explosão e destroços, ele ainda não tomou banho

- ele te machucou bastante.. eu não o matei, mas deveria ter matado, se eu o visse agora o mataria quantas vezes fosse preciso. se ele tocar em você novamente.. eu juro que eu o procuro até no inferno - levanto e vou guardar as coisas

- não precisa exagerar, querido.. - o rapaz toca as proprias costas, ele desvia o olhar por alguns segundos, tirou as mãos das costas -por que não matou? - sussurrou e se virou para o lado que tinha a escadinha para sair da maca

vou até o rapaz e o ajudo -... não quero sangue em minhas mãos

Não tenho certeza se ele viu como eu estava quando o ajudei, talvez não tenha prestado atenção, mas eu estava encharcado de sangue, antes de vir para cá eu tive o trabalho de limpar todo o sangue, espero que ele não tenha percebido meu estado naquele momento.

Flores de sangue • Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora