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Ana Flávia Castela Point of view

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Ana Flávia Castela
Point of view

Um ombro deslocado.Um corte profundo na perna.Hemorragia.Uma parada cardiorrespiratória.A Dra.Mason me explicava cada detalhe do que tinha acontecido.

Minha mãe estava voltando do trabalho quando uma carreta colidiu com a parte traseira do carro,a fazendo perder o controle,bater em um poste e capotar.

Eu tentava manter calma diante de Taina,mas estava difícil,e eu sabia que no momento em que ela saísse do meu campo de vista,eu iria desabar.

-Quando vou poder vê-la?-pergunto,pois é tudo que eu mais  quero agora.

-Ela levou pontos na perna,ainda está em observação.Quando puder,eu venho te chamar.

Assinto,decepcionada,mas também com esperanças.

Minha mãe vai ficar bem.Ela vai.Com certeza,vai.

Sento no sofá da sala de espera,deixando que as lágrimas saiam sem pudor.Meu celular começa a tocar no mesmo instante em que uma pessoa chega apressadamente perto de mim.

-Ei,Ana.Você tá bem?-Gustavo se agacha a minha frente,me fazendo encarar seu olhar preocupado.

Olho no celular,é meu pai quem está ligando.Desligo o celular e o deixo de lado.Não quero falar com ninguém,especialmente com ele.

-Ei...me conta.O que aconteceu?-a voz de Gustavo soa novamente,suave e calma demais.

A minha vontade era de abraça-lo,dizer que sinto saudades e que quero que ele fique comigo para sempre.Mas não posso fazer isso apenas por estar vulnerável agora.

-Minha mãe,Gustavo...-começo dizendo,mas a vontade de chorar volta novamente.

A minha cabeça já começava a doer.

Sou pega de surpresa por Gustavo que me abraça em conforto.Ele deita minha cabeça em seu ombro,e começa a afagar meu cabelo,sussurrando que tudo vai ficar bem.Ele é perfeito demais para mim.

Ficamos um longo tempo apenas nessa posição.Ele me escutando chorar e me deixando molhar toda a sua camiseta.Teve paciência e compaixão o tempo todo.Foi carinhoso comigo,e também por causa disso,é que a vontade de chorar sempre voltava novamente.

Ele é perfeito demais para mim.

-Obrigada por vir.-eu me recomponho após um tempo,secando as lágrimas com a palma da mão.

Ele me encara,passando o polegar pela minha bochecha.

-Não precisa agradecer,Ana.-sua voz é suave,quase como um travesseiro.

-Quando me ligou aos prantos,eu fiquei em pânico.Passou mil e umas coisas ruins que poderia ter acontecido com você.-ele confessa,baixinho.-Senti medo por você.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Não respondo nada,pois não sei o que dizer.Mas Gustavo parece não esperar por uma resposta,ele tira alguns fios de cabelo do meu rosto,sorrindo pra mim em seguida.

-Você está com fome?Posso ir pegar algo pra você.-ele oferece,tão gentil.

-Não quero nada,Gu.Vou ficar esperando aqui pra ver minha mãe.

Ele assente,concordando.Então,me puxa para mais perto,acariciando levemente meu braço.Deposita um beijo carinhosamente no topo da minha cabeça,e eu instantaneamente,fecho os olhos.Sentindo seu abraço me envolver,e sua respiração quente no meu cabelo.

-Eu não queria que as coisas fossem desse jeito,Gustavo.-eu digo,tão baixo que duvido muito que ele tenha escutado.

-Eu também não,Ana.Mas ela vai ficar bem,sua mãe é uma mulher forte.

Ele responde,sincero.Mas não acho que tenha entendido o sentido da minha frase.


•Mais um capítulo

•O Gustavo todo carinhoso com a Ana.🥰❤

•beijinhoss

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