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Ana Flávia Castela Point of view Maratona 03/05
-Ela acordou!-Uma enfermeira veio correndo para me contar.
Eu estava deitada em um dos bancos,e levantei tão depressa que me deu uma leve tontura,mas ao menos liguei.Minha mãe havia acordado!Um sorriso enorme se abriu em meu rosto.
Já era de manhã e todos haviam vindo para o hospital.Antonella,meu pai,Gabi,Giana e até mesmo Gustavo.
-Apenas duas pessoas por vez,por quinze minutos a visita.Ela está meio confusa,por isso não façam muitas perguntas e não falem depressa.
Todos assentimos rapidamente.Meu pai toma a frente para dizer:
-Vá você e Antonella primeiro.
Balanço a cabeça,e logo a enfermeira começa nos guiar por um longo corredor.Sinto Antonella apertar a minha mão com força,retribuo o aperto,sorrindo para ela.Eu estava eufórica e meu coração estava um tanto quanto aliviado por saber que minha mãe estava bem.
-Quinze minutos!-a enfermeira reforça,assim que chegamos enfrente a porta do quarto.
Antonella a ignora e entra dentro do quarto com pressa.A coitadinha chorou a noite toda,segundo meu pai.Eu queria tanto estar lá por ela.Mas eu estava do mesmo estado,não sei se ajudaria muito.
Meu coração falha um pouco e minha respiração fica presa na garganta.Minha mãe está pálida,com braços roxos e tubos por toda parte.Não suporto vê-la assim.Me aproximo de sua cama com lágrimas nos olhos.
-Ei,mãe.-ela sorri fracamente.Antonella está em lágrimas do outro lado da cama,apertando sua mão com força.-Você nos deu um baita susto.
-Acho que não sou como Toretto,afinal.-rio nasalado.Apenas Eva Parker é capaz de fazer piadas em um momento como esse.
-Eu fiquei com medo,mamãe.-Antonella confessa com a voz baixa,embargada.Os olhos de minha mãe se encharcam.
-Me desculpe por isso.-ela diz,com a voz fraca.
-Você não tem que se desculpar.Nada disso foi sua culpa,mãe.-eu respondo,beijando o dorso de sua mão.
Os machucados em seu rosto me fazem fechar os olhos com força,respirando profundamente antes de abri-los novamente.
-Ficamos feliz por você estar bem.
Minha mãe sorri para nós duas.E então,Antonella começa a contar a ela como foi seu dia de aula ontem,tomando o cuidado para falar sem pressa e com calma,na intenção de distrai-la.
Eu apenas fico observando,mordendo o lábio várias vezes.
Eu estou completamente feliz por minha mãe estar bem.Deus sabe o quanto sou grata por não perde-la.Mas meu coração ainda está em frangalhos.Ainda falta algo e eu sei exatamente o que é.
Eu nunca fui boa em tomar decisões,sempre agi pelo modo irracional,sendo movida pela emoção.Quando eu acho que estou pensando com razão,a realidade me atinge em cheio e mais uma vez eu percebo que tomei a decisão errada.
Se ao menos fosse fácil.
-E você?-minha mãe de repente me chama,e eu a encaro.-Parece meio distante,avoada.
-Ela está com a cabeça nas nuvens.-Antonella ri.
-Não é nada,só estou pensando.-balanço a cabeça,forçando um sorriso.
-Ainda não resolveu as coisas com ele?
Nego com a cabeça,murmurando um som de desgosto.Ao mesmo tempo que parece que fiz a coisa certa,eu sinto que não foi.E por isso,estou com raiva de mim mesma.
-Praticamente expulsei ele da minha vida.Acho que não tem mais volta.
-Gustavo gosta de você.Não acho que as coisas entre vocês simplesmente acabaram.
-Eu fui uma covarde com ele,mãe.-Nem mesmo eu me perdoaria.-suspiro,recebendo um olhar reconfortante de minha irmã.
-Você se arrepende do namoro falso?-sem hesitar,nego com a cabeça.-Se arrependeu de tê-lo afastado?-dessa vez,hesito um pouco,mas logo balanço a cabeça que sim.-Então,já tem a sua resposta.
Ela sorri,mas logo sua testa se franze e ela tem um ataque de tosse.
-Estou bem.Estou bem.-ela assegura para nós duas.
-Acho bom você ficar quietinha.Vamos jogar o jogo do silêncio.-Antonella diz,cruzando os braços mandona.
-Obrigada,mãe.Não sei o que seria da minha vida sem vocês duas.-eu falo,com lágrimas nos olhos.
-Ana,você perdeu!-minha irmã exclama.-Mas eu também te amo.Amo vocês duas!
Sorrindo uma para as outras,nós três nos abraçamos,de um modo meio desajeitado,mas ainda sim reconfortante.
-Eu amo muito vocês!-minha mãe diz,sorrindo.
E ficamos assim por um tempo,em um abraço de urso,eu e Antonella tomando o cuidado para não apertar tanto nossa mãe,devido aos ferimentos.
-O horário de visita acabou.-a mesma enfermeira de antes aparece na porta para nos avisar.
-Eu volto mais tarde.
-É bom mesmo,você precisa de.um banho.-reviro os olhos para minha irmã,mas rio por fim.
-Descanse,mãe.-dou um beijo na sua testa.
Quando já estamos no corredor,Antonella chama meu nome,me abraçando de lado.
-Tata,a mamãe vai ficar bem agora,não é?-ela pergunta,com seus grandes olhos marrons escuros me encarando.
-Agora sim,Tomtom.Agora sim.-sorrio,beijando o topo de sua cabeça.
-Só mais uma coisa.-fico esperando que ela continue,e então,dando uma risadinha,ela diz:
-Se você aceitar namorar com Gustavo,fique sabendo que eu apoio.Ele é o melhor cunhado falso que já tive.
Eu rio de leve,lhe dando um tapinha no ombro.
Eu estou com medo,sim,mas não vou mais me esconder.Eu sei o que quero e o que sinto.Na verdade,nunca estive tão certa de algo como agora.
•Desculpa pela demora,estou bem ocupada esses dias.
•Espero que gostem.
•Eu quero a opinião de vocês,como essa história está quase acabando,que tipo de história vocês gostariam que eu fizesse:dark romance,romance,clichê...Botem nos comentários
