Prometida ao Don - (Irmãos Ricci)

3°

                                                                                        Chiara

Acordei no dia seguinte torcendo para o que aconteceu ontem ter sido um sonho, um sonho não, um pesadelo.

Mas minhas esperanças foram por água abaixo quando vi minhas 2 pequenas malas prontas perto da minha cama...

Fui dormir um pouco tarde arrumando tudo, hoje será o dia que vou embora da casa que vivi por muitos anos, ontem cheguei a conversar um pouco mais com meu pai, eu ainda tinha esperança de que o tal Don, que pelo que lembro se chama Lorenzo, resolver se separar de mim após algum tempo, mas meu pai deixou claro pra mim que isso não ocorre no meio das máfias, simplesmente não há divórcios, inacreditável.

Me olhei no espelho e vi algumas olheiras, eu nunca havia tido isso, não que eu me importasse, mas eu não imaginei me ver assim no meu primeiro dia com 18 anos.

- Que belo regalo (presente) de aniversário Chiara, parabéns - disse para o meu reflexo cansado no espelho.

Após terminar toda a minha higiene ouvi alguém batendo na porta do meu quarto.

- Papa pode entrar? - ouvi a voz do meu pai e isso me aliviou, sabia que o Don Lorenzo chegaria a qualquer momento.

- Claro papa - eu disse abrindo a porta.

Meu pai trouxe um café da manhã na cama pra mim, como todos os anos.. Como eu sentiria falta da minha vida, de ter alguém que faria eu me sentir amada.

- Buon compleanno amore mio (feliz aniversário meu amor) - ele disse enquanto colocava a bandeja na cama e vinha me abraçar - te desejo muita felicidade, e saiba que independente de tudo, eu nunca vou deixar de estar ao seu lado - mesmo com apenas poucas palavras, eu e meu pai já chorávamos nesse momento.

- Papa, obrigada pela vida incrível que me proporcionou - eu disse isso e me repreendi, parecia que eu ia morrer, credo - não continue se culpando, eu já comecei a aceitar meu destino - eu menti pra mim mesma - vamos tomar esse café da manhã maravilhoso juntos - eu disse e começamos a comer e conversar sobre uma série que acompanhávamos juntos.

Após terminarmos o café, papa recebeu uma ligação de um tal de Matteo, aparentemente era quem estava vindo me buscar, será que meu "marito (marido)" nem mesmo vir me buscar vai? Qual é Chiara, não é como se ele fosse ser um príncipe encantado.. ele deve estar mais pra sapo.

Papa pediu para eu me ajeitar e descer pois ele estava a pouco tempo da nossa casa.

Optei por uma calça jeans e uma blusinha tomara que caia, joguei apenas uma jaqueta por cima, queria mostrar o mínimo possível, não queria um velho estranho me olhando... tudo bem, sei que 35 anos não é tão velho, mas pra mim é. Não acredito que vou ter que perder minha virgindade com alguém aleatório, tudo bem... eu não estava me "guardando", é que eu só não tinha encontrado ninguém que tivesse me dado vontade de fazer algo. Pelo que meu pai conversou comigo, ele sempre agradeceu por isso, pois eu não poderia me casar com o Don se não fosse virgem, e se caso isso acontecesse, assim que eles descobrisse eu iria para um bordel, só de imaginar o quanto a máfia é machista, eu já me sinto enojada.

A roupa me caiu muito bem, minha mãe era brasileira, considero meu corpo bem bonito por ter puxado ao dela, minha mãe era incrivelmente bonita e tinha um corpo maravilhoso. A diferença é que ela tinha o cabelo loiro, e no meu caso meu cabelo é bem pretinho, puxei ao meu pai isso, e eu amo também.

- Figlia, preciso que desça, nosso convidado chegou - meu pai disse na porta do quarto e ouvi seus passos se distanciarem. Ok, eu ri na parte do "convidado", quem convidou mesmo?