Capítulo 123

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Kei trouxe xícaras e um bule de chá. Porém, como não havia cadeiras suficientes, Perante teve que puxar uma mesinha e sentar-se nela.

"Estas são folhas de chá que eu colhi e sequei. O aroma é delicioso."

Enquanto Kei falava, ele colocou as folhas de chá no bule e despejou água quente, enchendo a cabine com um aroma agradável.

"Meu filho tropeçou e torceu o tornozelo."

A avó acariciou carinhosamente a cabeça de Kei. Kei sorriu com confiança.

"Aconteceu quando estávamos andando e tropecei em uma pedra."

"Você devia ser mais cuidadoso."

O rosto profundamente enrugado da avó estava cheio de preocupação.

"Não é nada sério."

"Ainda assim, seria melhor você descansar e não escalar as montanhas por alguns dias."

"Não, não posso. Quando o tempo esfria, fica difícil encontrar ervas sensíveis ao frio. Eu tenho que reunir o maior número possível antes disso."

Em vez de concordar, a avó soltou um suspiro profundo.

Riett sentiu que eles entendiam o significado por trás daquele suspiro.

A avó provavelmente queria impedir o neto, mas, considerando as circunstâncias, ela não conseguiu fazê-lo.

Enquanto Riett observava isso silenciosamente, uma sensação de frustração cresceu em seu peito e ela desviou o olhar para o fogo crepitante.

O perfil de Perante chamou sua atenção. Seu rosto pálido estava iluminado pela luz vermelha da lareira.

Sua expressão era tão rígida que era perceptível. Riett achou que era inesperadamente diferente da maneira como Perante agiu com Kei antes, fingindo ser gentil e puro.

A atmosfera mudou assim que entraram nesta casa.

'Rapaz esquisito.'

Riett fez esse julgamento sobre Perante e olhou distraidamente para as chamas da lareira.

Houve um momento de silêncio.

A primeira a quebrar o silêncio foi a avó de Kei.

"Kei, não se esforce demais por minha causa. Se as coisas não derem certo... você pode vender a adaga."

Era uma voz calma, mas Kei imediatamente se levantou ao ouvi-la.

"Vovó, não posso fazer isso!"

"Eu sei que você não está recebendo o valor adequado pelas ervas."

As sobrancelhas de Kei se contraíram de ansiedade.

"Como você sabia, vovó?"

"Todas as noites, quando adormeço, você não suspira profundamente enquanto olha o livro-razão?"

Kei cerrou o punho.

"Vovó, mas..."

"Suficiente. Vamos vender a adaga antes do final da semana. O valor de uma pessoa reside em algo diferente dos bens e do status da família."

A avó baixou o olhar para os pés de Kei.

"Não quero que meu único neto suba as montanhas com um pé machucado e não consiga nada."

Kei não respondeu. Ele simplesmente mordeu o lábio, levantou-se e saiu.

Com uma perna já desconfortável e a outra machucada hoje, sua partida parecia extremamente pesada.

I Hate You the Most in the World!Onde histórias criam vida. Descubra agora