Cap. 4 FRENTE A FRENTE

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Os dias foram seguindo e o tempo foi passando e com isso um ano, Bianca se sentia bem e feliz, mas sabia que precisava realizar coisas e a partir daí conheceu pessoas incríveis, reencontrou outras e seus pais estavam contentes com sua mudança. Nem parecia a mesma pessoa de antes, a depressão não tinha ido embora da sua vida, porém estava se reerguendo, só o tempo iria resolver esse problema.

Sofia estava muito apegada a Bianca, eram amigas inseparáveis, Patrícia estava muito feliz em poder ajudar financeiramente o marido e ter uma pessoa de confiança cuidado do seu bem mais precioso.

Era hora do almoço e Bianca fez angu para a pequena que amava com caldinho de feijão, era sua comida favorita, a mesma sempre repetia.

Brincou com ela por bastante tempo e quando sua mãe chegou ela já estava de banho tomado e dormindo como um anjinho. Ela se despediu e depois foi para a praça tomar um sorvete, no final de semana ela iria ao trailer de lanches bem famoso da região, todos amavam o hambúrguer de lá, assim como ela que frequentava sempre, era simplesmente perfeito.

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Durante a noite Bianca ficou pensativa, sua amiga estava estranha, mal falava consigo, era algo normal sua amiga demorar a responder, mas estava muito estranho tudo aquilo, dispersou tais pensamentos e voltou para casa, estava ficando tarde.

Se preparou para dormir e pulou na cama e ficou olhando para o teto, não se lembra de quando pegou no sono, acordando com o celular tocando, umas oito e meia da manhã, era seu pai.

Conversou com ele por um certo período e depois recebeu mensagens de sua amiga, seu trabalho estava sendo cansativo demais, então estava sem tempo e Bianca sentiu até calafrios ao se lembrar daquele trabalho.

Ficaram horas se falando até ela descobrir algo que a deixou em choque, Bianca descobriu que Gustavo gostava dela, o que era muito esquisito, pois nunca tinham ficado, só tiveram poucas conversas e mesmo assim ele se interessou por ela. O rapaz sempre fora mulherengo, e de certa forma ficou atraído, estava mal pela ida repentina de Bianca.

Ela não teve muito o que dizer, ainda processava a informação que caiu como uma bomba prestes a explodir em seu colo, não sabia quais seus sentimentos em relação a isso, teve algumas paixonites, porém nunca correspondidas e se quer imaginou alguém sentir algo por si, não se sentia atraente o suficiente, então não tinha namorado.

Isso ficou martelando em sua cabeça pelo resto da noite, mal conseguiu dormir, parecia exausta no outro dia, por sorte Sofia estava bem sonolenta e aproveitou para pegar no sono com ela.

Acordou antes da pequena e fez a mamadeira para ela tomar quando acordasse, aproveitou para organizar a casa e ficar à toa, porém aqueles pensamentos da noite anterior ainda insistiam em aparecer em sua cabeça. Bianca não entendia, Gustavo poderia ter quantas garotas que ele quisesse, era bonito e chamava atenção, porque teria sentimentos por ela.

A morena se questionava se aquilo era recíproco ou talvez sua amiga tivesse se enganado, talvez ele quisesse alguém para acabar com a carência, já que era um completo mulherengo e devia ter ficado com metade das meninas da cidade, porém Bianca despertou dos seus devaneios quando a pequena Sofia acordou, indo até ela.

Passaram o resto do dia brincando, sua mãe iria chegar mais cedo do trabalho então ficou sozinha com seus pensamentos, pois não tinha mais a doce criança para se distrair, sua melhor amiga não lhe enviou mais mensagens, ficando o resto da tarde esperando, mais nada, tinha se acostumado com seus sumiços repentinos. Realizou sua rotina noturna e deitou na cama, se revirou a noite toda porque não tinha sono algum.

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Era domingo, então a noite iria ao trailer de lanches que ficava na praça, estava bastante ansiosa, então pelo menos se esqueceu um pouco dos problemas. Ela não se deu conta de quanto tempo ficou ali após ter saboreado o delicioso hambúrguer e aproveitando a noite estrelada, até que decidiu seguir para sua casa, quando ouviu uma voz chamar seu nome.

Bianca na hora ficou estática porque sentia conhecer aquela voz grave, mas só poderia ter certeza ao olhar para a pessoa atrás de si, ela se virou lentamente e confirmou suas suspeitas, realmente era quem ela achava, estancado em sua frente com as mãos no bolso usando uma jaqueta de couro.

Seu olhar era o mesmo em todas às vezes que se encontravam ao acaso, leve e sem demostrar um sinal de interesse e como sempre escondia, porém, nunca tomou atitude de dizer diretamente a ela sobre ficarem, mas claro que ali havia algo fora do normal, sentia um brilho diferente nele, um olhar de quem finalmente encontrou o que procurava há muito tempo.

Os dois ficaram se olhando, sem pronunciar uma palavra, Bianca tentava entender o que ele estava fazendo ali e claro tentava ler seus pensamentos, porém não conseguia decifrar aquele olhar, ainda agora, mais perto de si, visto que o mesmo se aproximou a passos curtos até ela.

Estavam frente a frente e Gustavo foi o primeiro a se pronunciar dizendo "oi", sorrindo para ela. Bianca ainda estava em transe então se forçou a responder, sem retribuir o sorriso gentil. Antes que perguntasse o motivo dele estar ali, ele mesmo respondeu o mais sincero possível. Bianca não tinha mais dúvidas, realmente sua amiga não mentira e ele estava ali, foi até ela, para ter o que queria, e, no fundo, sabia que faria ele sofrer, pois não correspondia dos mesmos sentimentos por ele, estava em uma corda bamba, prestes a cair em queda livre.

Má sorte ou karma Onde histórias criam vida. Descubra agora