CAP.17 JÚLIO

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*São Paulo, 55 anos antes da tragédia*

Júlio acorda com uma vontade tremenda de ir à piscina da sua casa em um bairro de luxo em São Paulo. Para ele não tem dia e nem horário para ir. Ele é o filho mimado da família. O primeiro neto, primeiro sobrinho e filho único. Ele era cercado de presentes, tudo que ele queria ele conseguia. As 6 horas da manhã em um dia de inverno ele já estava na piscina. O pai Joaquim e a mãe Janice não estavam acordados para ver aquela cena. Mas nem se estivessem acordados não iriam ligar e nem falar aquela típica frase "saí da piscina! Vai ficar gripado". A verdade é que Júlio sempre foi um garoto que amava piscina, disse que quando crescesse ia ser um atleta olímpico de natação. E o quanto ele amava piscina ele ama a mãe sua mãe. O pai era mais 'mão de vaca' com dinheiro, e quanto a mãe, ela era mais liberal. Nós sabemos que não existe família perfeita, mas a de Júlio, era a família dos sonhos. Mas Júlio não era uma criança normal. Aos 3 anos começou a ter crises convulsivas e uma ansiedade fora do normal, quando fez 12 anos até pensava em se matar. Os pais ficaram muito preocupados com ele, e da última vez que ele ficou assim conseguiu demitir 3 funcionárias, falando que elas estavam batendo nele. Você deve estar se perguntando, e os seus pais não levaram ele em um psicólogo? Sim, levaram mas Júlio queria agredir todos, então o psicológico recomendou levar ele em um local onde ele ficaria feliz, onde se alegrasse e depois que estivesse mais calmo levaria ele no consultório novamente. Então decidiram levar ele no mais novo e magnífico parque aquático que abriu em Cuiabá no estado de Mato Grosso. Compraram os ingressos e como já era de se esperar, o menino concordou em ir. Eles iriam no dia seguinte. Antes de contar a notícia os pais já haviam comprado os ingressos, ele querendo ou não iria ter que ir. Iriam pegar o vôo as 6 horas da manhã para chegarem mais cedo e aproveitarem mais e as 4:30 da manhã Júlio já havia revirado a casa inteira para que os seus pais acordassem para ir pegar o vôo. Júlio finalmente conseguiu o que queria, os seus pais acordaram, a mãe foi a primeira a acordar. Com aquele salto dourado, um 'tomara que caia' vermelho e seu cabelo loiro ondulado, já estava pronta, pois sabia que Júlio iria acordar primeiro que todos da casa. Já o seu pai ainda estava escovando os dentes, e nem arrumar o seu cabelo grisalho tinha arrumado. O carro que iria levá-los para o aeroporto já estava a postos, e Júlio já estava dentro do carro. Júlio nem havia se arrumado direito também, colocou a primeira blusa que viu em seu guarda roupa e para ele já estava ótimo para quem iria pegar um voo na executiva do avião. Chegaram no aeroporto e foram tomar um café na lanchonete. A mãe pediu um pão de queijo e um café com leite, que apesar de ser rica, sua mãe era muito humilde. Júlio foi até o banheiro do aeroporto e ao abrir a torneira, percebeu que a água caiu em sua mão, e sim ficou flutuando. Ele tomou um leve susto, olhos para os lados, percebeu que não tinha ninguém e abriu a torneira novamente, e a água flutuou em suas mãos de novo. Ao contrário do que a maioria das crianças iriam fazer, que era chamar os pais e dar um jeito da água parar de levitar em sua mão, ele achou aquilo um máximo, já existia o super herói 'tocha humana' agora teria o 'água humana'! Se bem que não era um bom nome de super herói. Saiu do banheiro, e já estava na hora de pegar o voo, pegaram o voo e chegaram em Cuiabá. Já foram direto para o clube que era de ricos literalmente. Piscinas aquecidas, mornas e geladas. Alugaram uma casa próximo ao clube e quando estava na hora de ir embora, Júlio decide mostrar os seus poderes para sua mãe, e fala "olha mãe, agora eu tenho poderes!" Janice ficou paralisada vendo o menino controlar a água e em um ato de brincadeira, Júlio jogou um pouco na água no cabelo da sua mãe. Ela começou a se sentir mal e um pouco tonta, e logo depois ela caiu no chão inconsciente, Júlio tentou reanimar para que ela voltasse a vida, mas ele não conseguiu.

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