Acho que talvez nunca estive cercado de tanta riqueza como naquele momento.
Estava estático, no centro de duas palmeiras gigantes. Ao meu lado, imóveis, assim como as plantas, estavam Jimin e Yoongi.
O piso sob os meus pés era lustrado, brilhoso e límpido. Porcelanato branco prateado, da cor das paredes da construção à minha frente, combinando com dois pilares em mármore branco que faziam par às palmeiras, enfeitando o local como dois lados de um portal, travados ali, inúteis.
Três andares era o mínimo que se podia observar do lado de fora da construção. As janelas também eram de vidro claro, e percebi que elas desciam em linha reta pela casa até alcançarem o chão, onde continuavam a escorrer em volta do piso e da escada no hall de entrada, pelos dois lados, contornando cada degrau mais à frente, como duas nascentes de um rio. Debaixo de cada vidro desse ficava uma luz neon esverdeada, a única cor que enfeitava o branco mórbido da residência.
Eu nem sequer lembrava mais o nome do dono da casa.
Dois passos sincronizados, foi o necessário para que eu e os outros dois nos entreolhássemos assustados, com a mesma expressão no rosto.
Jimin estava exuberante. Vestia uma camiseta preta e uma jardineira preta de couro que marcava suas pernas mysculosas. O cabelo vermelho cereja combinava com o tênis da Nike que era da mesma cor.
Yoongi parecia um boneco de vodu. Sua camiseta rasgada em farfalhos cor de bosta era tão comprida que eu mal conseguia ver sua bermuda. O cabelo dele não ficou bom. O verde menta fixou demais na raiz, mas foi ficando mais claro nas pontas, manchando os fios. Ele estava putasso.
Entramos.
A porta da frente não tinha maçanetas, mas era gigante. Empurrei mesmo assim, e ela se abriu, revelando uma sala de estar recheada de alunos e rostos desconhecidos, iluminando as paredes brancas em roxo e vermelho neon. Música alta tocava, algo sensual, e consigo me recordar de ficar impressionado com a melodia de I Want It, do cantor Two Feet, e em como aquela música parecia ter sido feita para tocar em um lugar como aquele.
Foi impossível reconhecer alguém. Segurei as mãos dos meus dois amigos e entramos no meio da multidão. Meu coração bateu fortemente em ansiedade, e logo se confundiu com as batidas fortes da música.
Escadas cercavam o cômodo, correndo em diagonal pela casa, que parecia um labirinto. O teto era alto para um caralho, e havia sacadas internas nos outros dois andares.
No centro da sala, um grande sofá prata metálico servia de apoio para casais descarados, e eu pisquei duas vezes fortemente para ter certeza de que não estava em nenhuma fanfic.
O pior de tudo é que no centro dele, com um sorriso ladino e uma perna cruzada despojadamente em cima da outra, com os dois braços esticados no encosto do sofá, estava Kim Taehyung, o desgraçado filho de uma puta nojento que se alimentava de sangue como um pernilongo e provocava minha paciência todos os dias na faculdade. Ele foi o primeiro a me notar.
Incrível.
— Já viemos— disse para os dois ao meu lado— Agora podemos ir embora.
Yoongi revirou os olhos. Jimin apenas sorriu encantado. Uma garota ruiva muito bonita, que eu nunca havia visto antes, se aproximou da gente, oferecendo copos com drinks coloridos. Resolvi aceitar, aliás tinha ido a uma festa com um motivo, certo? Me divertir.
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BLOODSHOT ➟ taekook (shortfic)
Vampiros𝑩𝒍𝒐𝒐𝒅𝒔𝒉𝒐𝒕 (One shot) jungkook mora em uma cidade infestada por vampiros, e seu ódio pela espécie só aumenta à medida em que é provocado diariamente por Kim Taehyung, o mais antigo deles. Por quanto tempo esse sentimento de ódio conseguirá...