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Seiscentas milhas de mar aberto até chegarmos ao nosso destino, mas o problema não era a distância, e sim o que estava no meio dela, uma vastidão de água salgada e desconhecida, um terreno instável e perigoso.
- fiz com que a névoa nos escondesse por um tempo, mas não é algo definitivo, meu poder tem um limite - Damian confessa enquanto observa o mar escuro à nossa frente.
- pensei que filhos de Hécate tivessem mais poder à noite, ou algo assim - Ethan resmunga, recebendo um mexer de ombros do outro.
- pelo visto, eu nasci com defeito - seu comentário saiu em tom sarcástico, mas no fundo, eu podia sentir uma pitada de tristeza vinda do garoto.
Uma tristeza que eu também sentia.
- de qualquer maneira, isso é ótimo, Shay disse que vamos chegar ao amanhecer - digo enquanto inspiro uma grande quantidade de ar.
- então é melhor nos prepararmos, sinto que não será uma tarefa fácil - o moreno diz, ainda sem olhar para nenhum de nós - minhas pesquisas sobre a tumba não deram quase nenhum resultado.
- então isso quer dizer que temos que esperar pelo pior.
- talvez, mas também pode não ser algo tão ruim Ethan - tento argumentar a procura de algo positivo - os deuses foram orgulhosos o suficiente para deixar a tumba a céu aberto.
- idiota, isso não quer dizer que não a encheram de maldições e armadilhas até os dentes - o asiático rebateu agressivamente.
- fora os guardas, todos ex-argonautas - Damian soma a fala de Nakamura.
- vamos dar um jeito, nós precisamos - solto um suspiro baixo e ergo meu olhar para os dois garotos ao meu lado - por todos nós, por toda a nossa causa e por todos aqueles que morreram por culpa dos deuses...
- não tente bancar uma de Luke pra cima da gente, nós já entendemos toda essa merda Alya - Nakamura ruge enquanto aperta a cerca de proteção com força, fazendo eu me encolher minimamente.
- o que o Nakamura quer dizer, é que nós sabemos o que temos que fazer, Aly - Damian tenta apaziguar a situação enquanto põe sua mão calorosamente sobre a minha.
- será que sabemos ? - retiro minha mão de perto da sua e começo a andar pela embarcação em direção a entrada para as cabines, ignorando os chamados insistentes de Damian.
Desço o pequeno lance de escadas com cuidado, é quase impossível não pensar, se o que estamos fazendo é realmente a coisa certa.
Indo de frente a uma guerra que eu nem sei se podemos vencer, lutando por uma causa justa, mas que pode gerar inúmeras consequências.
