Capítulo um

53 9 12
                                    

O amigo do meu irmão

Anne estava terrivelmente incomodada com o que havia acontecido, mesmo assim, precisava descer para o jantar. 

Desceu bastante constrangida, principalmente quando viu Ethan sentado ao lado de Gilbert, conversando com a sua mãe. 

— Precisa conversar com ela mãe — Ethan reclamava — quando a vi, ela já estava nas costas dele. 

— Me desculpe Gilbert — Bertha falou — não leve em consideração as atitudes infantis de Anne, ela é só uma garotinha… que estava com saudade do irmão, certo, Ethan?

Ethan movimentou a cabeça, receoso de que sua mãe começasse um sermão. Em seguida, soltou um suspiro irritado.

Anne relutantemente se aproximou e tomou coragem para se desculpar.

— Sinto muito — falou envergonhada, permitindo que seus cabelos escorressem para frente do seu rosto…

— Seus cabelos são tão laranjas que parecem até uma cenoura — Gilbert falou espontaneamente sem imaginar que a garota ficaria extremamente aborrecida. 

— Retire o que disse — ela fala autoritária — retire o que disse!

Impulsionada por sua raiva, ela pega a tábua de plástico branca que estava sobre a mesa e parte para cima de Gilbert.

Por um segundo, ele desvia e segura a mão dela, impedindo que ela o agredisse.

— Anne Shirley! 

— Cenoura, cenoura — Ethan a provoca, como se não fosse cinco anos mais velho que ela. 

— Cala a boca, Ethan — ela o empurra e sobe para o quarto correndo. 

— Eu não imaginei que ela ficaria ofendida — Gilbert falou, preocupado — Senhora Shirley, se me permite, gostaria de me desculpar.

— Cuidado para não ser atacado — Bertha sorriu — pode subir, ela é só uma menininha que odeia os cabelos, não sei porque, eles são tão lindos…

— Deixa isso pra lá, cara — Ethan tenta o convencer — logo ela esquece. 

Gilbert o ignora e sobe até o quarto da jovenzinha, rapidamente ele bate na porta, recebendo como resposta um grito abafado, o mandando ir embora. 

— Vou entrar mesmo assim — ele diz, insistente. 

Anne abre a porta do quarto, e o encara com o olhar mais furioso que ele já viu em toda sua vida. 

— O que quer? 

— Me desculpa — ele tenta ser gentil, recebendo uma virada de olhos como resposta — estou sendo sincero, não queria ofendê-la e se me permite dizer, seus cabelos são os mais lindos que já vi, nunca vi nada igual. 

Anne sabia que ele estava mais ofendido que ela, afinal, era a primeira vez que ia à sua casa. Aproveitando-se do mal jeito que ele aparentava, teve uma ideia brilhante. 

— Entre aqui — ela o puxou pelo braço e o obrigou a se sentar, ficando na altura de seus olhos, sem que fosse preciso ela erguer a cabeça — eu até posso te perdoar… 

Amor oculto - Shirbert Onde histórias criam vida. Descubra agora