Capítulo 13 - O que você quer?

139 23 15
                                    

Dias se passaram até que Yibo decidisse retornar às aulas de tênis. Parte dele ainda ressentia o dia da reunião com Fang, mas outra parte, uma bem maior, queria ver Zhan de novo.

Naquela manhã, quando ele entrou na quadra, Zhan estava se alongando e só se deu conta da sua presença quando ergueu a cabeça.

— Zhan, o Yibo entrou faz pouco, mas está aprendendo muito rápido. Achei que seria legal vocês dois jogarem juntos. Principalmente porque você está voltando após uma lesão. — O professor disse e Yibo estendeu a mão com um sorriso ladino.

Mas Zhan não o cumprimentou.

— Sinto muito, Yang. Eu preciso voltar ao escritório. Fica para uma próxima.

Zhan saiu da quadra na sequência, sem dar a menor chance a Yibo ou a seu professor, que ficou desconcertado com a "grosseria" atípica de seu melhor aluno.

Yibo pediu licença ao professor e correu atrás de Zhan até o vestiário.

— Ei! Você não precisa fugir de mim.

— Não? Então por que diabos você está me perseguindo ainda? Não sente o mínimo de vergonha de si?

— Pior que não, acredita?! — Yibo respondeu irônico — Eu só vim aqui hoje para fazer uma pergunta, ou melhor, um convite.

Zhan bufou e começou a tirar seus calçados. Ele estava suado, então, logicamente iria entrar no chuveiro a qualquer momento. Yibo estava completamente distraído olhando os detalhes do corpo a sua frente.

— Achei que você já tivesse conseguido o que queria ou desistido de vez, já que sumiu. — Zhan parou de arrumar suas coisas e com a toalha de banho em mãos, ergueu o olhar para Yibo — Faça de uma vez, mas vire-se de costas! Eu não vou tirar minha roupa enquanto você estiver me olhando desse jeito.

Yibo seguiu as ordens prontamente e controlou o sorriso que teimava em escapar de seus lábios. O homem havia sentido sua falta?

Ele ouviu quando Zhan ligou o chuveiro e já que ele estava dentro da cabine, pensou em se virar, mas foi parado por uma nova voz de comando do advogado.

— Não! Não se atreva. Fale o que tiver que falar de costas. Não preciso olhar para o seu rosto para saber quando mente.

Yibo ficou ligeiramente curioso com isso. Ele estava apenas ofendendo ou o filho da mãe realmente sabia identificar as mentiras de Yibo?

— Certo. Então, ouça.

Yibo iria começar a falar, mas a sinfonia de Zhan tomando banho a poucos metros era infinitamente mais interessante. O som da água caindo, as intermitências desse fluxo conforme o corpo que se movia...

— Você foi embora? Fale de uma vez! — Zhan estalou debaixo do chuveiro.

— Seu sabonete caiu? Quer que eu pegue? — Yibo perguntou. Apenas os dois estavam no vestiário.

— Inferno dos deuses... — Yibo conseguiu ouvir Zhan praguejar baixo — FA-LE!

— Você quer ir a um lugar comigo? Não pense besteiras, é algo bem legal.

— Por que você tá me convidando? Yuchen não estava disponível?

Yibo não se controlou e quase se virou para encarar Zhan, mas voltou seu corpo rapidamente.

— Não acredito que você sente ciúmes do meu melhor amigo. Ele é como meu irmão, Zhan. Eu não pensei em chamá-lo, eu pensei em você.

Zhan ainda estava ríspido, mas Yibo conseguiu sentir a mudança em sua voz. Havia um tipo de constrangimento, talvez ele estivesse com vergonha. Yibo esperava que fosse vergonha por realmente ter sentido ciúmes de Yuchen.

Traição - YizhanOnde histórias criam vida. Descubra agora