Capítulo 2 - Declaração

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7 anos depois

— Filho, eu pensei em fazer uma janta para comemorarmos o seu aniversário, o que acha? — A mãe de Yibo falava enquanto colocava uma nova escultura em uma parte da ampla sala de estar.

Yibo havia parado de tentar decifrar quaisquer peças de arte que sua mãe comprava. Ele desconfiava que a mulher gostava mais da sensação de arrematá-las em leilões do que das peças em si. Por mais que ele as olhasse, não conseguia entender nenhuma.

— Mãe, eu quero sair só com os meus amigos. Vou à casa da Fang para convidá-la pessoalmente. — Ele disse decidido.

— Como é que pode?! Quando criança, era um custo tirar você de casa para conhecer novas pessoas e fazer amigos. Agora nem quer mais saber dos próprios pais.

Yibo sabia que sua mãe não estava chateada de verdade. Talvez se ele dissesse que iria comemorar seu aniversário apenas com Cao Yuchen e sua turma, ela ficaria um pouquinho magoada... Mas com Fang, ela nunca ficava aborrecida.

— Mãe... Sem drama, ok? Além disso, eu vou fazer 18 anos. Quero fazer uma surpresa a ela.

Os olhos de sua mãe brilharam. Yibo fingia não saber o porquê. Mas ele sabia. Ela foi a primeira a notar seu interesse em Fang, e ele sempre sentiu esse apoio invisível. Achava que no fundo, tudo que sua mãe esperava era que ele finalmente apresentasse Fang como sua namorada. E era exatamente isso que ele planejava fazer muito em breve.

— Certo, Certo. Vá logo e depois me conte!

Yibo estava nervoso. A verdade é que ele, Fang e Zhan haviam se tornado amigos. Mas ele nunca viu Fang apenas como amiga, e, no fundo, sentia que a garota sabia disso. Não por acaso eles tinham se beijado anos atrás. Não importava que tivesse sido apenas por causa de um jogo, Yibo nunca tinha beijado ninguém antes e nem Fang! Ele tinha quase certeza que a garota não era indiferente aos seus sentimentos por ela.

Ao se olhar no espelho antes de sair e gostar do próprio reflexo, ele reforçava sua autoconfiança: "Como ela poderia ser indiferente a mim?".

No início da adolescência, ele se apaixonou por esportes e, com o passar do tempo, tornou-se o rei da experimentação nessa área. De judô à capoeira. Além do corpo atlético, ele tinha um rosto bonito. Zhan dizia que ele tinha o rosto pequeno... E apesar deles terem brigado feio nesse dia, o "quatro olhos" jurou de pé junto que isso tinha sido um elogio. Talvez tenha sido.

Ao chegar na casa de Fang, ele tocou a campainha duas vezes, mas ninguém apareceu. Ele achou estranho, afinal, Fang não poderia ter esquecido do seu aniversário, certo?

Antes que ele desistisse, viu Zhan correr em sua direção. Ele provavelmente estava ajudando o pai a limpar o jardim. O tempo não havia mudado o amigo tanto assim. Zhan havia crescido alguns centímetros a mais que ele, mas continuava magrelo (quase sem músculos), dentes salientes — embora não fossem tortos — e o bendito óculos de grau agora carregava lentes ainda mais grossas.

— Yibo! Você veio ver a Fang? — Zhan estava limpando o que parecia ser algum resquício de terra das mãos, mas o sorriso no rosto brilhava como sempre.

— Gênio. Óbvio! — ele respondeu impaciente. Não era Zhan que ele queria ver.

Zhan não ligou para o mau humor, era assim que o amigo ficava quando contrariado. Ele provavelmente estava incomodado com alguma coisa.

— Fang saiu com os pais. Quer entrar e tomar um chá comigo? Ela não deve demorar.

Não havia muito a se fazer e Yibo não iria embora sem falar com Fang. Yibo recusou o chá e pegou uma lata de refrigerante. Eles estavam sentados na varanda da casa de Zhan. Como o terreno da mansão era enorme, o Sr e a Sra. Han permitiram que o jardineiro e a família viessem morar no local.

Traição - YizhanOnde histórias criam vida. Descubra agora