Traição - Yizhan

Capítulo 26 - Nossa vida

1 ano e meio depois

— Meu Deus, Xiao Zhan, você tem quantos livros ao todo? Eu juro que essa é a quinta caixa que eu estou descarregando. — Yibo falou entrando na sala do apartamento que os dois tinham comprado.

— Há um motivo para esse apartamento ser tão amplo, meu amor. — Zhan passou por ele, deu um selinho e se abaixou para arrastar outra caixa.

— Certo. E eu achando que era porque você quer ter filhos.

Zhan parou de abrir uma caixa. Ele não tinha certeza se Yibo estava brincando ou falando sobre um desejo genuíno. O empresário não percebeu porque continuou separando alguns pacotes mais leves.

— Você quer? — Zhan perguntou apreensivo.

— O quê?

— Filhos. Você quer ter filhos?

Yibo finalmente entendeu a pergunta de Zhan e se deu conta do quão importante seu comentário foi.

— Sim e não.

Zhan fez uma expressão de incompreensão.

— Sim. Eu quero ter filhos com você, só com você. Sei que existe o lance da barriga de aluguel, mas eu não gostaria disso, Zhan. Eu gostaria de adotar, mas só se for algo que você também queira. Se você me disser que não tem esse desejo, tudo bem, eu não vou ficar frustrado por isso. Não é um sonho, eu só... Estamos começando a morar juntos, podemos pensar nisso mais tarde.

Xiao Zhan sorriu e levantou uma das mãos para acariciar o rosto de Yibo.

— Eu amo tanto você, Wang Yibo. Para ser sincero, nunca havia pensado nisso. Concordo que podemos discutir isso mais pra frente. Não quero que você pense que eu não amaria criar uma criança com você, nosso filho ou filha, eu amaria. Porém, precisamos amadurecer essa ideia.

Yibo entendia. Ele beijou Zhan e eles continuaram a arrumação das caixas da mudança. Embora Zhan não fosse admitir facilmente, Yibo sabia que a relação entre as suas famílias era algo que o afetava, e que a ideia de educar uma criança sem que seus avós quisessem vê-la... Yibo tinha quase certeza que era isso que mais preocupava Xiao Zhan.

O empresário nunca entrou na casa dos pais de Zhan. Em determinadas épocas do ano, Zhan passava mais tempo com os pais, às vezes, até viajava com eles. Em outras, Yibo era quem ficava com os próprios pais. A relação não era tão ruim quanto parecia. Zhan participou de alguns jantares e festas dos Wang. Um dia, ele até apareceu com um lindo arranjo de flores para dar de presente à mãe de Yibo. Surpreendentemente, ela ficou muito feliz.

Em uma noite, o pai de Zhan passou mal. A mãe de Zhan ligou para Yibo, na esperança de que o filho estivesse com ele, mas o advogado estava participando de um julgamento em outra cidade. Após a vitória no caso da mineradora, a clientela dele havia aumentado significativamente.

Com todo o respeito possível, Yibo se ofereceu para ajudar e a mãe de Zhan aceitou. Quando Yibo chegou, eles já estavam esperando na calçada, em frente a casa. Felizmente, tudo tinha sido causado por uma crise de labirintite. Nada que não pudesse ser tratado. Naquele dia, pela primeira vez, Yibo sentiu algum tipo de aceitação. Era um começo. Ele estava disposto a esperar.

Já cansados e sonolentos depois da arrumação, a campainha do apartamento tocou e Yibo foi atender.

Em seguida, ele entrou no quarto com um pacote em mãos.

— O que é isso? — Zhan perguntou curioso. Ele já tinha tomado banho e estava enxugando os cabelos.

— Entrega para nós dois. É da Itália.

Assim que Yibo falou os dois se olharam e falaram em uníssono:

— FANG?!

Eles abriram o pacote e perceberam que era um tipo de quadro. No centro do objeto, uma fotografia em preto e branco de três crianças em uma grande árvore. A menina estava sentada de ponta-cabeça com um sorriso amplo no rosto. Ao lado dela, um garoto magricelo, dentes salientes e óculos estava sentado corretamente, ele sorria enquanto segurava as mãos de outro rapaz sentado ao seu lado, ele era um pouco mais rechonchudo e parecia ter medo de cair do tronco em que estavam, apesar de também estar sorrindo.

Olá, garotos!

Agora que vocês estão praticamente casados, eu pensei em aparecer na porta de vocês de repente, assim como um certo cara fez um tempo atrás... Mas não sei se vocês gostariam dessa piada. Eu me casei na semana passada, foi uma cerimônia íntima, apenas alguns amigos, meus pais e os do Matteo participaram. Ah! E daqui nove meses, preparem-se para me visitar porque eu terei um filho ou filha. Enquanto revirava alguns álbuns e buscava documentos para o meu casamento, eu encontrei essa foto. Eu chorei e não foi de tristeza. Acho que vocês dois irão entender.

Com carinho,

Fang Han Ferracci

— Nossa. Eu não sabia que ela iria se casar, muito menos que estava grávida — Yibo disse assim que Zhan terminou de ler.

O empresário estava surpreso, mas feliz. Ele olhou para Zhan e seu advogado ergueu a cabeça do postal com os olhos marejados. Ele passou os dedos no quadro e deixou as lágrimas rolarem.

— Zhan, amor, você está bem?

Zhan riu e balançou a cabeça em afirmação.

— Eu não poderia estar mais feliz, Bo. Você sempre diz que foi burro de não ter percebido que poderia se apaixonar por mim naquela época, mas... Acho que eu também fui. Olhar essa foto agora, nós dois, de mãos dadas, só me faz perceber que apesar de tudo, nós três encontramos nossos caminhos uns pros outros. Eu me sinto feliz por Fang. — Zhan entrelaça os dedos nos de Yibo — E eu me sinto ainda mais feliz por nós dois ainda segurarmos as mãos um do outro.

Eles se beijam como se estivessem descobrindo um amor de uma vida toda.

FIM. 

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E aí, gostaram? 

A tod@s que esperaram e resistiram para ler o fim dessa história, MUITO OBRIGADA! A partir de agora, eu volto a publicar apenas quando já tiver escrito todos os capítulos e finalizado a fic (como eu fazia antes). Beijos!  

(:

S A M K I.