simples, mas complicado.

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Perdida e solitária. Hyeji não era capaz de encontrar palavras que descrevessem a dor que seu coração estava naquele momento. Nem mesmo a xícara de café quente era capaz de esquentar suas mãos, ou seu coração. A neve caía lentamente do lado de fora, e ela a observava cuidadosamente através da janela, pensando em todas as decisões ruins que fez nos últimos meses para se sentir assim, tão triste e vazia.

No fundo, sabia que términos eram dolorosos, mas a dor de perder um amigo era ainda pior, e sabia que havia percebido tarde demais, quando ele nem mesmo queria olhá-la nos olhos.

— Sinceramente, eu não sei mais quem é você — ele disse, a dor em seus olhos tão visível que Hyeji quase podia sentir ela dentro de si.

— Sunwoo, para com isso, você sabe o que eu quero dizer, eu só não acho que poderemos nos ver mais com tanta frequência — ela responde, com as lágrimas enchendo o canto dos olhos.

— Eu não te vejo há semanas, Hyeji! Você ignora todas as minhas mensagens e aparece aqui para falar isso? — ele diz, o tom de voz muito mais agressivo do que ele planejava inicialmente. — Não estou pedindo para te ver todos os dias, eu só estou pedindo para você não me cortar da sua vida sem mais nem menos!

— Eu ando ocupada, você sabe disso. Além do mais, eu tenho um namorado agora, você acharia certo sua namorada sair frequentemente com outro garoto e te deixar sozinho esperando?

Naquele momento, Sunwoo caiu na real de que, afinal de contas, ele já não era a parte mais importante da vida dela, mesmo que ele continuasse sendo puxado em sua direção, como um ímã.

— Eu sabia que ele não era bom pra você, mas você nunca me escuta — a voz dele, mais baixa do que antes. — Você está cega, Hyeji.

Ela suspira: — Isso tudo não passa de ciúmes. Eu prometi que ia esquecer o que você disse, mas...

— Para com isso! — ele diz, a irritação lhe subindo à cabeça. — Você acha que eu estou fazendo isso por gostar de você? Eu sou seu melhor amigo, Hyeji, apesar de você claramente ter se esquecido disso.

As lágrimas escorriam pelas bochechas e queimavam os olhos. Honestamente, nem sempre foi assim. Hyeji teve o começo de relacionamento mais perfeito que a romântica incurável dentro dela poderia sonhar. Viajou para vários lugares pela primeira vez, comeu em restaurantes tão chiques que sabia que dariam meio mês do seu salário, e, claramente, tudo aquilo parecia ter saído direto de um dos livros que estavam na sua estante. O amor era claramente uma aventura, cheia de paixão. Mas é o que dizem, a paixão acaba rápido, e o amor dura para sempre.

Hyeji sempre soube que o amor era complicado, de entender, de expressar, de sentir, mas agora, olhando para trás como se fosse um filme em que ela não podia tomar decisões, ela sabia que a protagonista era extremamente idiota.

Ela olhou para a porta da frente e sentiu como se o casaco bege pendurado na entrada a chamasse. Como se estivesse gritando: Faça alguma coisa! E então, mesmo sabendo que era tarde demais, ela levantou do sofá e foi para a rua.

O céu já tinha começado a escurecer, mas ainda tinha uma pincelada de rosa e laranja através dele, o que deixava a visão dos flocos de neve ainda mais deslumbrante. Naquele momento, Hyeji não sabia exatamente onde ela estava indo; o ar estava frio, e ela não fazia ideia de onde poderia encontrá-lo, e se ele sequer aceitaria falar com ela. De repente, a realidade a chamou de volta: ele nunca mais olharia para ela com os mesmo olhos, os olhos castanhos não teriam a mesma admiração, aquela que ela nunca prestou atenção o suficiente.

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