capítulo único

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Agora eu estava terminando de amarrar a minha chuteira quando Léo se sentou do meu lado, eu sabia que era ele por conta de suas pernas e também por sua chuteira. O mais velho passou seu braço pelo meu ombro assim que eu me endireitei novamente.

—— Tá preparado, princesa? —— ele falou em um tom baixo perto do meu ouvido. —— Hoje eu vou fazer muitas defesas então acho bom você estar com a garganta bem preparada. —— ele apenas falou isso e saiu dali.

Nesse momento um grande arrepio percorreu todo o meu corpo, agora eu não estava preocupado se alguém tinha escutado o que ele havia falado, até porque todos estavam fazendo a maior barulheira.

Eu sabia que Léo estava indo para esse jogo com fogo nos olhos — assim como nós —, jogar contra o Flamengo sempre era um grande desafio, assim como todos os outros times, mas um clássico, é um clássico. E não tem nada melhor do que ganhar ele, ainda mais em casa.

Escutei Emiliano chamar todos para entrarmos em campo, seja o que Deus quiser, e que ele esteja do nosso lado.

Quando entramos em campo pude sentir a atmosfera do clássico, ambas as torcidas gritando, mas a festa mais bonita certamente era a da nossa.

Terminando de tocar o Hino Nacional e nos prepararmos para vencer ou vencer, olhei ao redor vendo os vascaínos nas arquibancadas, todos eles vieram apoiar o Vasco, esperando uma Vitoria merecida, depois de derrotas humilhantes contra o time rubro-negro, era o que todos eles mereciam, e eu os levarei a comemorar, custe o que custar.

O jogo foi pegados desde do momento que o juiz apitou o começo da partida, faltas e mais faltas eram cometidas, um dos jogadores rivais chegou a lesionar nosso camisa oito, o Jair.

Aos 38 do segundo tempo, Arrascaeta foi derrubado por João Victor na área e a arbitragem assinalou pênalti. Os jogadores do Vasco reclamaram com o juiz, mas nada adiantou e Gabigol foi para bater o pênalti – os cruz-maltinos torciam para que seu goleiro pagasse o pênalti ou que Gabriel chutasse para longe – o juiz apitou e quando Barbosa chutou para o gol, Léo Garden tinha agarrado, a torcida e os jogadores vibravam bastate, a euforia era grande.

Leonardo olhou para Lucas por breves segundo, mas foi o suficiente para ele entender, "eu to muito fodido" pensou o leteral.

O clássico caminhava para o empate certo quando, nos acréscimos, Payet foi derrubado por Fabrício Bruno, o juiz marcou falta, na conversão Lucas Piton, chamou a responsabilidade e cruzou para a grande área, fazendo seu companheiro de equipe, Pablo Vegetti, cabecear e marcar o gol da vitória para o clube cruz-maltino.

Vibrando com seus companheiros pelo gol e pelo belo cruzamento, Lucas mais uma vez naquela partida procurou os olhos de seu namorado – durante a partida os olhares de ambos de cruzavam – Lucas sentiu seus coração bater mais rápido ao ver Léo Jardim piscar para si discretamente.

Depois de 1 minuto o juizão pagou a bola e apitou, fim de papo em São Januário, 1x0 para os dono da casa, o clima era de festa da torcida vascaína, certamente rolaria pancadaria entre as duas torcidas – infelizmente – mas todos os jogadores, de ambos os clubes, preferiam não pensar nisso.

No vestiário Ramon parabenizou a todos e disse que estava orgulho do time e dos funcionários, parabenizou especialmente o goleiro titular, que recebeu aplauso de todos ali presente.

—— Parabéns para nosso paredão, se não fosse por Léo pegando aquele pênalti a história poderia ter sido outra.

—— Léo Garden é foda, Deus abençoou esse time com um goleiro bom demais. —— Paulinho disse.

—— Obrigado por ser derrubado Pepet – Praxedes disse batendo nas costas do francês. —— Se você não tivesse se jogado quase chorando, o juiz ia mandar seguir

No VestiárioOnde histórias criam vida. Descubra agora