Prólogo - Give Me A Second I, I Need To Get My Story Straight

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"Me dê um segundo que eu, eu preciso contar a minha história direito."

Harry tira a mochila de suas costas e se joga na cama esfregando o rosto com as mãos. Niall entra no quarto, logo atrás de si, se sentando na cadeira da escrivaninha do quarto de Harry em desânimo.

Argh, eu odeio o professor Cooper! — Harry exclama irritado para o melhor amigo que fecha a porta preguiçosamente com o pé.

— Não consigo acreditar que ele fez um teste surpresa. — Niall diz incrédulo, suspirando em nervosismo e raiva. Ele gira a cadeira, ficando de frente para o Styles que se senta na cama para poder olhar de volta para o amigo. — Ainda mais com essa merda de conteúdo de seno e cosseno! — Xinga recebendo um olhar de advertência por ter falado palavrão.

Não que Harry fosse um puritano. Mas, sinceramente, ele não está muito longe de ser um. Mesmo já tenha assistido alguns pornôs durante seus dezesseis anos, tivesse se masturbado algumas - várias - vezes e soubesse bastante sobre sexo e vários outros tabus, ele só pensa que esse vocabulário não agrega em nada. Embora que, quando com raiva, acabasse proferindo algumas palavras inadequadas.

Porém esse desgosto com palavras de baixo calão é algo de sua família, visto que seus pais eram católicos devotos até que a igreja se tornou um lugar para críticas à vida deles. Mesmo que ir ao templo sagrado não fosse mais da rotina de sua família, a doutrina católica prevaleceu por muito tempo.

Harry não tem muita certeza sobre quando começou, mas tem certeza que se intensificou depois que Gemma se foi, onze anos atrás. Não fazia muito sentido em sua cabeça infantil o sumiço dela. Durante anos pensou que ela estava morta, porém aos seus doze anos ela retornou e prometeu lhe buscar um dia. Fazem quase cinco anos e essa foi a última vez que a viu. Seus pais não comentam sobre a fuga repentina da menina, toda vez que perguntou recebeu olhares tortos e desconversações que o levou ao mesmo patamar: a estaca zero.

Então Gemma foi simplesmente se apagando da sua memória, um borrão do que um dia foi uma irmã bondosa.

"Prometo de dedinho que um dia eu lhe buscarei, Garotão."

E Harry ainda tem esperança. Mesmo que ela diminua a cada dia.

— Desculpe. — Niall murmura em um revirar de olhos, ganhando um sorriso de canto do outro por sua reação.

— Você sabe que eu não me importo, mas meus pais sim e eles fazem sermões sobre "como eu deveria ajudar meus amigos a pararem de proferir essas palavras feias" e blá blá blá! — Comenta e dá de ombros, fazendo o Horan rir pela forma nada animada com que disse. — E você aposta quanto que em menos de 5 minutos minha mãe virá aqui checar se "precisamos de algo", ou seja, descobrir o que estamos fazendo. — Ele conta e ri travesso, sendo acompanhado pelo amigo.

Anne não é uma mãe excessivamente controladora, embora o prive de algumas coisas por julgar inapropriadas para jovens da sua idade. Seu pai, Desmond, é ainda pior, geralmente Harry não pede permissão para nada pois sabe que a resposta será não.

Por mais que não possa sair por aí, tem total privacidade em outros âmbitos, como não mexerem em suas coisas sem permissão, não acessam seu quarto sem baterem na porta antes e também não restringem ou verificam os sites que usa no seu telefone ou notebook.

Não são pais ruins, embora Des não seja o melhor exemplo de pai, já que mal há vínculo entre os dois. São apenas progenitor e cria.

Apesar de todas as coisas Harry os ama como qualquer filho ama seus pais.

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