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(As partes com asterisco * é a Kate/André a lembrarem-se)

Kate P.O.V

-Acordem meninas! – a minha mãe diz e abre a cortina fazendo com que os raios de sol penetrem intensamente na minha íris e os meus olhos automaticamente fecham-se.

-Quero dormir mais! – a Laura diz, a sua voz ainda rouca devido ao sono.

-Tu é que sabes. Depois não digas que não tens tempo! – a minha responde.

Salto da cama instintivamente ao lembrar-me que hoje é o dia. É hoje! Estou entusiasmada. Olho para o relógio e já são 09.30. Corro para a casa de banho e ligo a água. Espero enquanto aqueça e passados cinco minutos entro no chuveiro.

Nem acredito que a minha mãe me deixou ir de férias com os meus amigos. Eles são os meus melhores amigos desde sempre... Vai ser tão fixe!

Sei que deve ter sido difícil para o meu pai convencer a minha mãe a deixar-me ir, por isso quando voltar vou ter de o recompensar. Uma grande recompensa.

Acabo de tomar banho e enrolo uma toalha à volta do meu corpo. Saio da casa de banho e volto a entrar no meu quarto.

-Já vestida? – eu pergunto espantada.

Como é que a Laura num momento parece uma zombie a implorar por mais tempo para dormir e noutro já está vestida e pronta para a "festa".

-Yap, sabes como sou. – ela responde.

Entro no meu closet e visto um vestido de renda branco que eu adoro e calço as minhas sandálias com tacão. Faço uma maquilhagem simples e encaracolo o meu cabelo.

-Já fizeste a mala? – a Laura pergunta.

-Não, vou fazê-la agora e tu? – eu respondo.

-Claro que já fiz, se não onde é que ia buscar a roupa agora? – ela responde como se fosse óbvio.

-É tens razão. – eu respondo.

Agarro nas minhas malas de viagem e começo a arrumar a roupa.

***

-Vou ter muitas saudades vossas! – digo e sinto as lágrimas formarem-se nos cantos dos olhos.

-Aw querida, nós também. – o meu pai diz e começo a chorar agarrando-me ao seu pescoço.

-São só duas semanas, filha. – a minha mãe diz.

Sei o quanto se está a controlar para não chorar e também a fazer um grande esforço para me deixar ir, pois ela não quer que esteja fora de casa nem durante uma hora. Estou feliz pelo seu esforço.

-Eu não vou ter saudades tuas! – o meu irmão diz e faz uma careta de desprezo.

Eu sei que ele está a mentir. Lá no fundo do seu pequeno coração ele gosta de mim como eu dele.

-Não finjas Jacob! Eu sei que vais. – eu digo contrariando-o.

-Eu?! Deve mesmo ser. – ele diz.

-Anda cá puto. – eu digo e puxo-o para um abraço cheio de saudade.

Saudade da pessoa que ele foi. Eu sei bem o porquê disso!

Ele tenta lutar contra mim, enquanto os meus pais riem-se. Passado algum tempo, ele deixa-se levar no abraço e é como se não existisse mais ninguém no mundo. Só eu e ele.

Há quanto tempo não o sentia tão perto. Nunca mais foi o pequeno Jacob que brincava com a sua irmã antes de tudo acontecer. Sinto o batimento do seu coração devido à sua proximidade. Ele está vivo.

Reality of lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora