Diego POV.
Não é possível que eu tenha conseguido ignorar a regra que estabeleci há tantos anos e que sempre deu certo.
Espantar humanos dessa floresta terrível.
Mas cá estava eu, preparando jantar para um cara que nunca vi na vida — que pode ser um maluco, um ladrão ou sei lá — pensando em seu líquido vital e em como eu poderia sugá-lo se não tivesse o mínimo de controle.
A sorte foi eu ter caçado uns animais antes dele chegar. Caso contrário, não sei o que teria acontecido. Provavelmente, durante a noite, iria atacá-lo. Honestamente, ainda não sei muito dessa minha parte (e nem quero saber).
Parecia bobo, mas ainda me sinto humanamente ingênuo. De certa forma, queria preparar algo digno para o rapaz que se aventurava na mata. Não custava nada fazer isso se eu estava, literalmente, sonhando com o seu sangue.
Mas ele não precisa saber disso.
Preparei a janta com outra lebre que havia caçado. Eu não gostava de ir a cidade por razões óbvias, então tudo foi preparado com o que eu achei ou plantei na mata.
Minha vida era quase completamente sustentável, tirando a energia elétrica e água encanada que tinha que pagar mensalmente (patético, eu sei!).
Fiz algumas verduras cozidas, cozinhei a lebre como gostava de comer e separei a única coisa humanamente bebível além de água: vinho.
Aquele vinho estava ali antes daquela casa ser minha, maturado há anos e muito, muito antigo.
Organizei a sala de jantar para dois, e não poupei na decoração. Eu realmente não recebia visitas há muitos anos, e assumo que me empolguei com ele aparecendo.
Por razões humanas e vampirescas, claro.
Escutei passos da escada e, como se houvesse uma rajada de vento, senti o seu cheiro amadeirado invadir meus sentidos.
Arregalei os olhos, mordi o lábio segurando todo o desejo que senti naquele momento. Não posso me descontrolar, não posso deixar que isso aconteça.
Respirei fundo, tentando me acostumar com seu cheiro e sorri quando ele apareceu na porta.
Ele estava limpo, agora perto pude sentir o cheiro de lavanda do sabonete. As roupas eram simples, diferentes das minhas que eram antiquadas e obsoletas.
— Que sala linda! — Disse Amaury, observando toda a sala de jantar com um sorriso no rosto. — Esse lustre é lindo. E… você realmente gosta de velas, hm?
Sorri, eu realmente gostava. O calor das chamas me lembravam do calor da vida. De quando meu peito batia, de quando o gelo não dominava meu corpo.
— Eu realmente gosto. — Respondi sorrindo. Apontei para a mesa na frente dele, fazendo sinal de que ele poderia sentar. — Fiz o jantar, mas não sou muito de cozinhar! Espero que goste mesmo assim. — Tentei soar humilde.
— Vou gostar, com certeza! — Saí da sala para buscar os pratos na cozinha e ouvi dizer “tô morrendo de fome”. Ri, completamente bobo, como era legal ter companhia para comer.
Depositei na mesa e me sentei para comer também.
Não era só de sangue que um vampiro vivia.
Começamos a comer sem muita conversa, mas ele me pareceu extrovertido e começou a puxar assunto.
Eu gostei disso.
— Por que você optou por esse tipo de decoração? — Ele perguntou curioso. Quem não estranharia uma casa completamente preta e vermelha assim?
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Dark Paradise - fanfic Dimaury
FanfictionOnde o Diego é um vampiro solitário, que mora em uma floresta deserta para evitar encontrar humanos e tentar medir a sua sede incontrolável de sangue, e Amaury é um aventureiro destemido e inocente que aceita passar a noite na mansão do ruivo. _____...