Vol. 1.

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Amaury era um homem aventureiro, amava fazer trilhas e aproveitar a vida dessa forma. Hoje, estava na casa de sua mãe na capital do Mato Grosso do Sul para avisar que ficaria alguns dias reclusos em uma longa trilha.

Dona Fátima o advertiu.

- Amaury, você tem certeza que vai pra esse lugar deserto sozinho, filho? - disse, passando a mão nos cachos do maior. Ele estava sentado na mesa de jantar, comendo uma refeição preparada pela mãe, enquanto ela estava de pé ao seu lado. - Você sempre vai com um amigo ou outro para essas ocasiões...

- É uma aventura a ser feita sozinho, mãe.

- Mas eu estou com um mal pressentimento! - disse a mulher. - Você sabe que eu tenho um sexto sentido para essas coisas.

"Ela realmente tem..." pensou Amaury.

Mas a teimosia fez com que ele não a escutasse.

- Pode ficar tranquila que vai dar tudo certo, logo logo eu volto aqui contando toda a experiência que tive. Como sempre fiz. - tentou tranquilizá-la em vão.

Ela negou com a cabeça, mas sabia que não podia fazer nada para mudar a opinião de um homem já formado.

Dois dias depois, Amaury já arrumava uma mala para sair. Levando quase tudo que precisava, comida, roupas limpas, materiais de limpeza pessoal, facão para cortar mata se necessário, pederneira e outros.

Em suas mãos, levava um mapa do local que iria, devido ao sinal de celular que não iria ter.

Traçado no mapa com uma caneta vermelha, havia um círculo rodeando o local famoso ao qual iria. Um local de água cristalina e difícil acesso, onde poucos haviam conseguido chegar pela mata fechada e distância, chamado de "gruta lago azul".

Assim que arrumou suas coisas, Amaury mandou uma mensagem de texto para a mãe e para seu melhor amigo. Enviou a localização de onde estaria e média de dias que ficaria fora da cidade, sem sinal de celular.

Pegou tudo que havia preparado e partiu para a viagem, pegou metrô, ônibus e ainda um trem que o levava para o interior ao qual a gruta se encontrava.

Para conseguir realizar isso, juntou dinheiro por muitos meses até que fosse suficiente. Atualmente, era vendedor numa loja de café na cidade e recebia pouco dinheiro, mas com um corte de gastos, pôde preencher um pouco a poupança.

Ao chegar na cidade, Amaury passou a noite em um hotel simples, de beira de estrada para recuperar as energias e conseguir realizar a trilha no dia seguinte.

Dormiu e acordou disposto a enfrentar essa aventura, mas ainda não sabia do erro que havia cometido ao preparar a mala.

Amaury andou um pouco do hotel, cerca de dois quilômetros. Era um homem forte por natureza, fazia exercícios em casa e caminhadas constantes, então aquele percurso e o da trilha não afetariam a sua saúde.

Chegou na beira da mata fechada e se benzeu com a prece de nossa senhora de Fátima antes de entrar. Rezou para que encontrasse o seu destino naquela mata.

Entrou no local sem sentir medo algum, se sentiu preparado para qualquer situação que viesse a enfrentar.

Ramiro andou por cerca de três horas seguidas, deu pausas de dez minutos aqui e ali, mas sempre seguindo ao seu caminho.

Parou para descansar e comer uns suprimentos que haviam em sua mochila, acreditava ser aproximadamente meio-dia pela posição do sol.

Comeu, reforçou o protetor solar, estendeu o saco de dormir e cochilou um pouco para descansar as pernas.

Dark Paradise - fanfic Dimaury Onde histórias criam vida. Descubra agora