Banhar-me em suas águas

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Banhar-me, entrar aos poucos, conquistar, impregnar;
Tornar repleto de, imbuir, encher.

Brasília, 2024, dezembro.

Simone point of view:

Chegamos em meu apartamento, após um caminho curto de carro, esse sendo dirigido por ele. Uma de suas mãos em minha coxa em um singelo carinho, no rádio tocava Gal Costa com Marília Mendonça. Os versos de cuidando de longe preenchia os silêncio do carro e tornava o ambiente gostoso.

O frio do ar-condicionado batia em nossa pele quente, refrescando-a, e as palavras naquele momento se tornaram dispensáveis diante o clima bom.

'Por de trás do seu cabelo
Dentro desses olhos negros
E da sua vida confusa'

Ele cantarolava baixinho esse trecho, e eu, nem precisaria olhar para o lado para que sentisse que ele olhava para mim. Um sorriso discreto se formou em meus lábios, mas ainda assim não o olhei.

'E se eu tiver distante
Não quer dizer que eu não ame'

Dessa vez quem cantou baixinho fui eu, ainda sem olha-lo, eu fitava a paisagem sentindo sua mão dar uma pressionada em minha coxa coberta. E assim continuamos o caminho, nos provocando indiretamente.

Já em casa, tudo estava na mais perfeita harmonia, limpo, cheiroso e fresco. O por do sol ja pontava de minha varanda, aquarelando o céu de alaranjado e mistificando o ambiente. Alessandro chegou por de trás de mim e me abraçou, encaixou sua cabeça na curva de meu pescoço e fungou meu cangote.

'Hum amor, que saudade eu estava de você, te ver durante o dia e não poder te abraçar no meio de toda aquela gente é tortura.'

Fiz carinho em suas mãos ao mesmo tempo que me aconchegava em seus braços. 'O que acha de tomarmos um banho juntos para que você possa matar sua saudade de mim?' Me virei dentro de seu abraço e afrouxei sua gravada vermelho-vinho. 'Eu acho uma ótima ideia namorada!'

Fomos caminhando abraçados pela casa, as roupas ficando pelo caminho até chegarmos no banheiro. Não é querendo causar inveja, mas um senador com pinta de surfista, bronzeado, com um abdômen que... jesus, no meu banheiro não é pra todas.

' Morena...'  Hum?- Respondo já sentindo meus músculos relaxarem com a água quentinha. 'Posso lavar seu cabelo?- Sorrio e o beijo de forma terna. Me viro de costa e sinto suas mãos em meus cabelos. O cheiro de lavanda se espalha pelo banheiro, enquanto sinto sua massagem em minha cabeça.

Enquanto o calor da água escorria pelos meus cabelos, fechei os olhos e me entreguei ao toque gentil de Alessandro. Suas mãos habilidosas massageavam o shampoo em meus fios, criando uma sensação de relaxamento e bem-estar que me envolvia por completo. Cada movimento era suave e cuidadoso, como se estivesse tratando de algo precioso e delicado.

À medida que ele lavava meus cabelos, uma sensação de gratidão inundava meu coração. Era um gesto simples, mas cheio de amor e cuidado, uma demonstração do carinho que ele sentia por mim. Eu me sentia amada e protegida, envolta pelo seu afeto e pela intimidade do momento.

Enquanto os fios escorriam entre seus dedos, eu me sentia conectada a ele de uma maneira especial. Era como se, naquele momento, não existisse mais nada além de nós dois e da ternura compartilhada entre nós. Era um momento íntimo e pessoal, que eu guardaria para sempre em meu coração.

Após a lavagem, nos abraçamos, nos beijamos, nos tocamos.

'Hum meu amor, sim... assim'. o Box embaçou, as respirações descompassaram e eu me sentia na beira de um penhasco pronta para cair.

Meu coração acelerou, minhas bochechas queimavam enquanto eu me agarrava em seus braços, minha unhas deixando marcas avermelhadas por sua pele. Minha boca caçava o caminho para sua, as testas encostadas, eu com os olhos fechados, mesmo assim sentindo seus olhares em mim.

'Ale, querido... mais rápido.'  Imediatamente sinto seus dedos que estavam na minha intimidade me atingirem com velocidade, então eu não aguento, seguro em seu punho a fim de prolongar as sensações em meu corpo. Mordo seus lábio e sinto o orgasmo passar por cada célula de meu corpo, desabando em seus braços.

Sinto quando ele fecha o chuveiro e me ampara para fora do box, me enrola em um roupão e seguimos para o quarto. No quarto, visto apenas uma calcinha e me jogo na cama, apagando quase que imediatamente, sentindo o cansaço pesar meus ombros.

Alessandro point of view

Após nosso banho, vou à cozinha buscar um copo d'agua dou uma olhada em meu celular e vou cômodo a cômodo apagando as luzes e fechando as janelas no caminho. Quando chego no quarto, encontro aquela beldade em nossa cama, apenas de calcinha e com os cabelos negros espalhados pela cama. Ligo o ar-condicionado, puxo as cortinas eu vou até ela. Cubro de sua cintura para baixo com o lençol deixando um beijo em suas costas no processo. Também me cubro e me aninho a ela, escutando seu ressoar tranquilo nem percebo quando pego no sono.

Já era noite quando sinto um par de mãos delicadas e quietinhas passarem por meu cabelo em um carinho singelo. Sorrio e me achego mais perto dela, colocando meus rosto seu pescoço a fim de sentir seu cheiro delicioso e irresistível.

' Oi amor' digo de forma preguiçosa encaminhando minhas mãos para sua bunda. 'Oi meu bem, desculpa te despertar.. é que eu fiquei com fome e acordei' Sinto sua risada nasal em meu rosto.

'Hum, eu também estou com fome...' Me afasto de seu pescoço olhando em seus olhos de forma sugestiva. 'de você, gostosa'. Logo sinto um tapinha em meu ombro -' Seu bobo, é serio vamos levantar' .

Ela tenta tirar minhas mãos de seu corpo, porém à aperto mais ainda em meus braços- 'A não morena, tá tão gostoso aqui.' - Anda vamos, sinto meu estomago pregar nas costas ale-

'Meu deus, quanto drama, então vamos, tenho que alimentar essa tigresa deitada na minha cama, se não logo, logo serei devorado' .

Ouço sua gargalhada e nos levantamos, visto uma bermuda que estava jogada perdida em cima da poltrona, e ela caminha em direção ao closet, voltando vestida com um short jeans de lavagem clara com uma camisa. Calma, não acredito.

'Simone!! Não acredito que você realmente vai vestir essa camisa comigo aqui'. 'Uai ale, oque tem demais com essa camisa? Só porque ela é do Botafogo? ' - Ela afirmou claramente prendendo o riso.

'Só porque ela é do Botafogo' -Repito com deboche- 'É sério vida?' Vai vestir a camisa do meu rival? Faço um beiço do tamanho do mundo.

'Alessandro, para de drama, pelo amor de deus, é só uma camisa. E além do mais, eu ganhei de presente, não farei desfeita' Ela diz simples e sai do quarto.

'Mais amor...' - digo derrotado. Eu terei um seria conversa com João, quem ele acha que é, para dar uma camisa do meu rival para a minha mulher?

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Olá queridos, obrigada por cada leitura, voto e comentário. Sem vocês isso aqui não faz sentido. Espero que tenham gostado.
Beijos e até breve!

Trajetória de amor - SIMOLONOnde histórias criam vida. Descubra agora