REMEMBER ME - Charles Leclerc

Cinq

OLIVIA DUPONT point of view
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NÃO é querendo me gabar, mas eu estou muito linda. Com um top preto sem alça e com manga longa e um calça branca de alfaiataria.

Ou seja uma grande gostosa

E não sou eu que estou falando isso, assim que Lando colocou os olhos em mim, não parou de me elogiar.

Encostada no balcão com meu martini na mão, olhando para todos que estavam naquele salão. Alguns bebendo e outros dançando, é um ambiente agradável. Estava tão imersa em meus pensamento que nem vejo uma pessoa se aproximando de mim.

— Era você mesma que eu estava procurando. — Olho para ele com curiosidade o vendo com um copo de uísque, meus Deus que homem lindo.

— A que devo a honra de você estar a minha procura, sir. Lewis. — brinco com ele, afinal não é todo dia que eu tenho a chance de falar com Lewis Hamilton.

— Você tinha tirado algumas fotos minhas e postou, queria muito que você me enviasse elas.— eu sabia que Lewis gostava muito das minhas fotografias, mas normalmente ele me manda mensagem me pedindo elas...— e procurei pelo paddock, mas não te encontrei em lugar nenhum.

— Eu provavelmente estava enfurnada na minha sala. — ele solta uma leve risada o que me faz rir também. — Mas não se preocupa que vou te enviar com a melhor qualidade possível.

Continuamos a conversar sobre fotografias, o que fez a minha noite ficar até mais leve por enquanto, pois sinto um olhar quase queimar sobre mim.

Olho em volta rapidamente e nossos olhos se colam como ímãs, será que ele não tem vergonha de estar me encarando mesmo estando acompanhado? Porque sim, ele está ao lado dela e ela parece tagarelar sem parar.

Foram segundos assim, mas pareciam horas.

Nada mais fazia sentido na minha cabeça, me despeço de Lewis pois eu precisava sair um pouco para tomar um ar, se eu continuasse ali eu provavelmente iria surtar.

Já do lado de fora da balada, eu vou para um lugar mais afastado e poucos segundos depois escuto alguns passos se aproximando. E eu tenho certeza de quem é.

— O que você está fazendo? — pergunto com a voz com diversos sentimentos misturados.

Tristeza, raiva, repulsa, dor... e uma pitada de saudade.

— Vim ver se você está bem. — ele fala baixinho.

— O que você está fazendo comigo, Charles. Voce gosta de me torturar? É isso? Você está acompanhado e mesmo assim parecia que iria matar Lewis com o olhar. O que você tem na cabeça?— bato minhas duas mãos no peito de Charles na tentativa de o afastar o máximo possível.

Ele com as mãos dentro dos bolsos da calça me observava calmamente, o que me agoniava ainda mais. Eu respirei fundo e ele se aproximou de mim colocando a mão em minha bochecha, e meu corpo logo reage se arrepiando por inteiro e ele percebe.

— A Alex é só fachada, quem eu queria que estivesse ao meu lado estava conversando com outro na minha frente eu não podia fazer nada.— eu tiro a mão dele do meu rosto e ele solta uma risada nasalada.— O que sua boca fala não é o que o seu corpo pede, a sua carência do meu toque é muito mais sincera que você. — disse ele com um sorriso sínico nos lábios.

Eu o encaro indignada com o cenho franzido, era como se ele tivesse ignorado tudo o que eu tinha acabado de falar. Solto todo o ar dos meus pulmões.

Agora ele vai me ouvir.

— Como você consegue ser tão prepotente e imaturo?— umedeço meus lábios olhando para o chão mas logo volto o meu olhar para os olhos de Charles. — Já que você insiste em falar sobre "nós", então agora nós vamos falar sobre. Deve ser tão doloroso para você saber que eu sou a sua mais profunda magoa, não é? E é por isso que você sempre está tentando manter contato comigo,estou certa? — Cruzei meus braços a frente do peito e vejo que dessa vez quem estava sem palavras é Charles.

É agora ou nunca.

— Você era como o meu sol, Leclerc. Iluminava meu dia mas queimava a minha pele cada dia mais, e eu não percebia. Você foi embora, mas prefere ficar sempre por perto como se nunca tivesse me deixado, por que você acha ok machucar qualquer pessoa ao seu redor para conseguir o quer quer, como se não tivesse consequência nenhuma. — eu rio com irônica balançando a cabeça de um lado para o outro e Charles se mantém em silêncio. — me conta, você também está destruindo todas aquelas outras que passaram pela sua vida como fez comigo ou eu sou um caso especial?.

Nada. Ele não me responde nada. Eu poderia até ver fumaça saindo pelos ouvidos dele, como se a mente dele estivesse a mil.

— Eu te amo muito Olivia, e queria tanto que tivesse sido diferente. Um dia talvez você entenda o por quê de eu ter feito o que eu fiz. — disse olhando para o chão como se não conseguisse me encarar.

— Te amar foi o meu primeiro grande ato de amor e segundo foi entender que nada que eu fizesse no passado iria mudar o fim que tivemos.— eu continuo olhando para ele com os braços cruzados mesmo que ele não me olhasse de volta. — eu sei muito pouco sobre o amor Charles, mas sei que o meu amor por você era tão grande que chegava a rasgar o meu peito, e que se você me amasse um quarto do que eu te amo você nunca teria terminado comigo daquele jeito. Boa noite, Leclerc.

Um peso saiu de mim, por mais que doesse falar aquilo para ele eu finalmente me senti livre deixando Charles ali sem respostas, eu virei as costa indo para dentro do estabelecimento novamente. Avisei a Lando que voltaria para o hotel e logo ele se prontificou a me levar.

Ao chegar no hotel tomei um banho e vesti as roupas mais confortáveis possíveis, um short mole com estampa de vaquinha e uma camisa da McLaren que é 3x o meu tamanho. E me assusto com algumas batidas na porta, quando abro vejo Norris com uma sacola, que imagino eu que esteja cheia de doces, e ele estende sorrindo para mim.

— Eu sei que você está mal, então não há nada melhor do que se entupir de doces a madrugada inteira. — sorriu largamente o que me fez sorrir para ele de volta, ele me conhece muito bem.

E realmente Lando está certo. Passamos a madrugada quase inteira conversando sobre diversos assuntos e comendo algumas guloseimas que ele achou por um mercadinho 24 horas do hotel. Não tive nem tempo de pensar na conversa que tive mais cedo.

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