Parte 2

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TSUNADE

Isso nunca deveria ter acontecido! Eu deveria ter impedido de alguma forma! Foram incontáveis as vezes em que me virei na cama, inquieta. O sono não veio naquela noite, nem mesmo depois do saquê.

Ceder à vontade de ter a garota em minhas mãos me deixou alucinada, mesmo que por um breve instante. Seus gemidos involuntários, sua respiração, o quanto ela estava vulnerável, frágil e presa a mim, me faz perder o fôlego só em lembrar.

Só pensava em como poderia encarar Sakura no dia seguinte, em como a imagem dela me levaria àquelas lembranças delirantes. Queria poder arrumar qualquer desculpa para faltar ao trabalho, mas eu ainda era a única encarregada da função mais importante de toda uma grande nação.

Não seria covarde ao ponto de me enfiar em uma sala e preencher papéis o dia inteiro, ignorando sua existência no hospital, ou seria? Poderia simplesmente encarregar Shizune de seu treinamento por uns dias, mas isto seria um forte indicativo do quanto o ocorrido me abalava.

Logo pela manhã tive a ajuda da morena em minhas tarefas, o que aliviou um pouco aquela tensão, mas as memórias voltavam involuntariamente. Estava mordendo o polegar sem perceber, até que Shizune chamou minha atenção.

— Você está muito pensativa, isso me preocupa um pouco. Se quiser conversar, eu estou aqui, Senhora Tsunade.

"Shizune vai saber, se eu mentir, não que deva alguma explicação, mas é melhor fugir do assunto."

— Nada que deva preocupar você, ou tirar minha atenção agora. Está tudo bem.

— Você não dormiu.

— Está bem, podemos sair para conversar mais tarde, se isso a deixa mais tranquila. Agora vá, me deixe trabalhar, Shizune!

• Horas mais tarde •

— Uma mulher da minha posição jamais deveria permitir algo assim.

— Espera... — a morena ainda parecia surpresa demais com a minha confissão — Você beijou uma aluna? Você só tem duas alunas, até onde eu sei, por que não diz logo quem foi?

Suspirei, cansada com aquele interrogatório, mas algo que eu mesma procurei.

— Fale mais baixo — gritei em um sussurro, puxando seu braço para que chegasse mais perto — Você quer que a aldeia inteira saiba? Meu título já é ameaçado o suficiente por meus ideais!

— Foi Sakura? — perguntou em um tom muito mais baixo — Ela é a única com coragem suficiente pra uma iniciativa assim, não imagino que Ino teria tanta audácia e ela claramente gosta de garotos.

— Gostar de garotos não é um obstáculo, eu posso afirmar que gosto muito, embora nos últimos anos não pareça. Talvez você só seja careta demais.

— Eeeeeei, o que você quer dizer com careta demais? Nenhuma mulher nunca demonstrou interesse em mim, eu não sei o que faria.

— O ponto é que eu não sei como acabar com isso — coloquei os cotovelos sobre a mesa e passei os dedos por entre minha franja, apoiando as mãos na testa — ela só tem dezessete anos, dezesseis? Eu não faço ideia!

— Dezessete, mas esse é o problema? Quer dizer, você aparenta ter no máximo vinte, talvez ninguém se lembre que já passou dos cinquenta.

Apenas levantei o rosto, a encarando como se tivesse uma katana nos olhos, Shizune imediatamente inclinou o corpo para trás na cadeira, mostrando certo receio de minha expressão furiosa, mas não tentou consertar nada.

— É claro que não é esse o problema! Eu não posso corresponder qualquer sentimento que ela possa vir a ter.

— Por que não?

Minha aluna levada e sexy - Tsunade x SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora