Parte 9

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SAKURA

Quando os pingos de chuva começaram a cair pesados sobre o meu rosto, eu já não me importava com a água fria. Só conseguia correr o quão rápido meu corpo aguentasse, esperando que o ato de levá-lo ao limite acabasse com a dor emocional, que fazia meu peito doer em uma forte pressão e as lágrimas deslizarem silenciosas. A garganta seguia apertada também e o ar parecia faltar, por mais que o puxasse com força por entre os dentes.

— SAKURA HARUNO — A voz ao longe soava como um rugido furioso, saído do fundo da garganta da Hokage, que por mais que corresse também, não conseguia diminuir a distância entre nós e tampouco alcançar a minha velocidade.

Sentia que meu corpo todo iria se desintegrar, se continuasse correndo e parte de mim torcia para que isso acontecesse, mas fui parada bruscamente por uma montanha enorme, que surgiu bem em frente, como resultado do jutsu estilo terra da loira.

Não queria encarar o mundo, não queria encarar ninguém, ou nem mesmo existir. Apenas fechei os olhos com força, respirando fundo e dolorosamente, antes de sentir seus braços invadirem meu espaço, me puxando para um abraço por trás contra a minha vontade e seu corpo batendo no meu com o impacto da velocidade em que estava.

A chuva me fazia tremer pelo frio, disfarçando o quanto já estava tremendo antes mesmo das gotas me atingirem. Tsunade me agarrou com força em seu abraço, me apertando contra seu peito, ficou assim por longos segundos, mas só desatou o choro que eu tentava prender. A mais velha se afastou e me virou em sua direção, retomando o abraço de uma forma que ficasse mais confortável, depois de conferir a tristeza em meu rosto.

Tudo o que eu não queria era parecer frágil diante da minha mestre, que também era a líder da aldeia, mas não havia nada que pudesse fazer.

— Por que isso dói tanto? — perguntei com a voz abafada pelo rosto escondido em seu peito, em meio a soluços, que já não conseguia conter.

— Eu não poderei ajudá-la, se não souber do que se trata — ela respondeu centrada, mas com a voz mais mansa do que o habitual.

Me afastei, passando as costas da mão pelo rosto, embora a chuva já tivesse lavado minhas lágrimas o suficiente. Encarei minha mestre com uma expressão determinada, deixando as bolsas que segurava caírem, logo depois fazendo o mesmo com minhas roupas, uma a uma.

Tsunade piscou algumas vezes e demorou a perceber o que eu estava fazendo, afinal estávamos fora da vila, em missão, na rua. A Sannin se apressou em soltar sua própria bagagem para pegar o casaco que usava na intenção de me cobrir. Seus movimentos rápidos pareceram engraçados pelo desespero repentino com minha nudez em público, mas só esperei que ela se desse por satisfeita com o pano verde que cobria tudo para jogá-lo no chão de uma vez.

• Konoha - horas antes •

Dormi em seus braços sem preocupações, pela primeira vez. Apesar de não termos terminado com as carícias, como eu imaginava, a noite tinha sido perfeita. Adormeci sentindo seu perfume e acordei sentindo seu corpo quente no meu.

A manhã seguiu normalmente, sem que eu fosse ignorada pela mais velha, mas ainda assim, tínhamos muito o que fazer. Ninjas visitantes de Kumogakure vinham de longe para uma reunião com Tsunade, a pedido do Raikage, que embora fosse próximo de nossa líder, tinha assuntos que exigiam sua presença.

No intervalo que tive para almoçar, mesmo sem esperanças de que a Hokage tivesse tempo, passei em sua sala na intenção de a convidar para comer algo. Sinceramente, eu só queria olhar pra ela de novo!

Logo que virei o corredor, me deparei com nossos visitantes sussurrando baixo. Meus sentidos ninja rapidamente fizeram com que virasse o corpo, me escondendo por trás da parede. Se estivessem tramando algo contra Konoha, eu deveria saber.

Minha aluna levada e sexy - Tsunade x SakuraOnde histórias criam vida. Descubra agora