A Herança Animal 2 (CONCLUÍDO)

Uma Caçada Linear

As ruas de Forctown estão quietas, o movimento dos moradores se restringem a afazeres básicos como escola, trabalho e coisas desse tipo. Os noticiários informaram que as buscas pelo assassino ainda estavam a todo vapor Yuri e Michaella estão na casa do rapaz, no sofá da sala, assistindo ao noticiário pela grande tv. O rapaz estava envolto por uma aura pensativa e silenciosa que fez a outra se preocupar.

— Sente falta do trabalho? — Ela, então, questiona para quebrar o gelo, enquanto comia um sanduíche.

— Nah. — A resposta dele veio bem desdenhosa, como se de fato não tivesse pensando nisso bom um bom tempo.

— E da faculdade?

— Que se foda. — Yuri responde sem vontade. Ela sorri.

— Quem te viu, quem te vê.

— Hm...

— Você está bem? — Michaella questiona. O rapaz ao seu lado, com o controle na mão, suspira sem vontade.

— Nem um pouco, o D.E.C.A.S., está demorando muito com o livro.

Era de fato bem notável a inquietação do rapaz com tudo o que estava acontecendo, mas não havia como culpá-lo. Não. Claro que não, muita coisa aconteceu em pouco período de tempo, situações horríveis e que despertavam todo o tipo de sentimento que se poderia imaginar. E quando finalmente parecem ter encontrado um caminho no meio da escuridão, a possível resposta para todos os problemas demora para chegar. Michaella entendia o amigo por que ela também se sentia assim, mesmo não acreditando tanto na resposta que eles tem no momento.

— Hunf... — Ela faz uma careta. — Acha mesmo que esse plano da Monique vai dar certo?

— ...

— Desligar a caverna não vai impedir quem quer que seja de agir. — Ela dá uma grande mordida em seu alimento. — E se o assassino resolver mudar de alvo?

— Por que ele faria isso? — Yuri torna o seu olhar para a amiga ao seu lado, tentava entender onde aquele assunto iria chegar.

— Por que ele faz o que faz? — Michaella termina de comer e se levanta, limpando seus dedos na roupa, sem cerimônia. — A essa altura nem sei mais o que penso sobre os Hantá's... Se eles tem ou não participação nessa porcaria toda, minha mente está bem fodida. Enfim, conseguiu falar com Nolan?

— Hunf, não. Ele não me responde mais. — Yuri responde triste. — Nenhuma das minhas mensagens, na real.

— Ele deve precisar de um tempo. — Ela comenta, alongando seus braços. — Eu esbarrei com a tia dele no shopping, hoje de manhã.

— A tia... — Yuri emburra ainda mais a cara. Não sabia ao certo o que pensar daquela mulher, ela nunca esteve presente na vida dos meninos, ele mesmo quase nunca via ela por ali. Até estranhou de toda aquela cena que ela armou na delegacia.

— Ela me falou que eles vão embora daqui há dois dias.

— Eu não me acostumo nenhum pouco com a ideia, mas... Não é justo pedir para ele ficar. Não quero que ele vá embora estando brigado comigo.

Michaella sentia o peso daquelas palavras nitidamente, estar afastado de Nolan não faz nenhum bem ao tigre, era como se estivesse de frente para um quebra-cabeça com uma peça central faltando.

— Se nós dois conseguimos nos resolver. — Michaella diz. — Vocês também conseguem.

— Eu e você não brigamos, apenas... Nos desentendemos um pouco.

— E pra deixar claro, ainda discordo de algumas coisas, viu, tigrão. — Ela diz, fazendo-o suspirar.

— Eu vou lá hoje, de novo.