𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨

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     Era uma vez, em um pequeno canto da França, um jovem príncipe vivia em um resplandecente castelo, afastado dos vilarejos que nas redondezas residiam. Apesar de tamanho luxo, o garoto era mimado, egoísta, grosseiro...

   Em tempos de alegria, uma enorme festa estava sendo feita no salão da estrutura tão rica. Empregados de um lado para o outro, enquanto os mais nobres dançavam e festejavam naquela noite fria e tempestuosa que mal se ouvia. Não existiam camponeses ali, a soberba gritava e ecoava pelas paredes bem pintadas e com detalhes finos. Ninguém ousava o desafiar, Namjoon era um príncipe temido pelos empregados, sempre tão rude.

   Ao terminar o som alegre do violino, o garoto celebrou com palmas ao lado de sua companheira de dança, na qual ele nem se recordava o nome. Nem fazia tal questão, afinal, apenas queria procurar uma jovem moça para provar a todos sua masculinidade inabalável. Ou talvez provar isso a si mesmo.

  Namjoon se virou para trás e procurou seu criado com os olhos, Hoseok deveria estar por perto para lhe entregar sua taça quando a dança findasse. Em seu campo de visão, apenas Seokjin era visível, arrumando a enorme mesa repleta de comidas e servindo alguns convidados.

— Quem procura, Vossa alteza? — A voz doce da mulher soou por seus ouvidos, mas não atraiu seu olhar.

— Um momento.

   Ele se afastou apressado, indo até o criado com seus passos pesados que, se não houvessem conversas paralelas, ecoariam por todo o salão. Ao chegar, Seokjin deu um pequeno pulo, se ajeitando às pressas. O terno preto combinava com seu cabelo, junto do lenço branco e os babados nas mangas da mesma cor, o queixo erguido sempre lhe passava o ar de segurança.

— Pois não, Vossa alteza?

— Onde está Hoseok?

— Não o vejo a algum tempo, meu senhor, talvez ele tenha ido buscar algo na cozinha.

— Mas eu o disse para não sair de perto até que a dança acabasse e você estava aqui o tempo todo, Seokjin, seu campo de visão não é tão limitado. — A voz de Namjoon se tornou mais grave, o punho fechado sob a mesa amedrontou um pouco o homem à sua frente, o fazendo engolir a saliva nervosamente e dar um pequeno passo para trás. — Eu vou lhe perguntar uma última vez, Seokjin, e espero que eu não tenha que mandá-lo para a forca logo pela manhã. Onde está Hoseok?

— Eu o vi subindo as escadas e nada mais, Vossa Alteza, eu lhe dou minha palavra que não vi mais nada. — Os dedos finos apertavam a própria calça, ele realmente não havia visto nada mais do que isso. O medo era um sentimento decorrente quando se tinha Namjoon como seu príncipe.

   Ele nem se importou em o agradecer, apenas correu até as escadas. Seokjin deslizou discretamente um pedaço de pano limpo para Jungkook, o pequeno garoto que havia salvo do frio a alguns dias após o mesmo invadir o lugar, suas bochechas sujas de bolo brilhando à luz fraca da sala e os olhos tão inocentes o observando, oferecendo-lhe um sorriso encorajador. Ele estava ali para Jungkook, pronto para ser seu protetor em um mundo que poderia ser tão cruel.

   Namjoon percorria cada passagem, tendo já explorado a cozinha no primeiro andar antes de subir sem encontrar vestígios de Hoseok em lugar algum, sua paciência se desgastando rapidamente. A única pista útil foi a confirmação de que Hoseok esteve lá, nada mais.

   Ao se aproximar do corredor da ala oeste que finalmente captou alguns sons, uma conversa sussurrada que poderia ter passado despercebida por alguém menos atento.

Yoonie, Mon chat, eu preciso voltar logo para o salão, Namjoon dará por minha falta.

Eu sei disso, Querido,também preciso voltar, mas não nos falamos o dia todo, eu sinto sua falta.

𝐁𝐞𝐚𝐮𝐭𝐲 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭 - 𝐓𝐚𝐞𝐣𝐨𝐨𝐧 🌹Onde histórias criam vida. Descubra agora