𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

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      Jimin já tinha presenciado construções magníficas anteriormente. Afinal, passara a maior parte de sua vida em Paris com seus pais e o pequeno Taehyung, onde belíssimas edificações dominavam a paisagem urbana. Ele havia admirado o talento artístico necessário para criar tais maravilhas arquitetônicas e, sendo ele mesmo um apreciador das obras do irmão, observava aqueles capazes de transformar suas visões em realidade. Contudo, nada do que vira em Paris poderia prepará-lo para o castelo que se erguia diante dele naquele momento.

     A estrutura desafiava a própria gravidade, com imponentes torres que se elevavam até o céu tempestuoso. Suas paredes laterais eram construídas com pedras cinzentas esculpidas de tal maneira que o castelo parecia emergir organicamente do solo. O caminho pelo qual Philip trotava era na verdade uma longa ponte que atravessava um fosso congelado e conduzia à imensa entrada do castelo. À direita das portas gigantescas, havia uma extensa colunata. Para surpresa de Jimin, lindas roseiras cresciam atrás das colunas, apesar das condições climáticas estranhas. Brancas, floresciam em profusão, tão vívidas que se destacavam na paisagem nevada.

     Um breve calafrio de medo perpassou pelo mesmo. Rosas florescendo na neve? Parecia algo sobrenatural. Contudo, tão rapidamente quanto surgiu, a sensação desapareceu quando ele avistou o grande estábulo do castelo. A porta do edifício estava aberta e uma luz bruxuleante emanava de seu interior.

     Jimin guiou Philip até lá, e então desmontou depressa e o conduziu para dentro do estábulo. Ele parou no limiar e observou ao seu redor. O ambiente se assemelhava a um estábulo comum o bastante.

— Água, feno fresco... — Constatou, acariciando o animal. — Parece que você está bem acomodado, Garotão. Descanse aqui. — Ele lançou um olhar de volta para o castelo logo adiante e comentou — Enquanto isso, vou dar um olá a quem quer que esteja dentro deste lugar.

      Caminhou pelo pátio e subiu com cautela os degraus em direção ao que presumiu ser a porta principal do castelo. Uma sensação de apreensão o tomou quando ele contemplou uma fileira de tochas penduradas por mãos esculpidas em ferro. As mãos pareciam tão reais que Jimin não resistiu em estender a mão e tocá-las, apenas para ter certeza. A mão permaneceu imóvel, mas as portas não. Abriram-se subitamente diante dele.

— Olá? — chamou, explorando com o olhar o interior do castelo. — Há alguém aqui?

    Sua voz reverberou pelo vasto e vazio saguão, Jimin apenas conseguiu discernir o suave som de um cravo, vindo de algum lugar nas profundezas do castelo. Parecia que alguém estava presente.

Deixando escapar um suspiro nervoso, Jimin entrou.

— Desculpe. — disse ele ao entrar. — Não tenho a intenção de ser intruso. Apenas preciso me abrigar da tempestade. Olá?

    A luz fraca penetrava pelas altas janelas, mal iluminando o interior do castelo. Ao notar um cabideiro, Jimin removeu seu chapéu e casaco e os pendurou para secar. Sem as camadas de roupa úmidas, sentiu-se um pouco mais confortável. Ele continuou sua exploração, concentrado no que estava à sua frente, sem perceber que o cabideiro ganhou vida assim que virou as costas, sacudindo a neve de suas vestes como um cão encharcado pela chuva.

    Jimin também não notou um grande candelabro e um relógio de mesa ornamentado dispostos em uma mesa próxima. Enquanto ele passava por eles, o candelabro virou-se lentamente, observando o homem.

— Não se mexa! — Sussurrou o relógio quando o candelabro esticou o pescoço. — E fique quieto, talvez assim ele se vá!

— Oh, Mon Chat, tenha dó.

𝐁𝐞𝐚𝐮𝐭𝐲 𝐚𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐞 𝐁𝐞𝐚𝐬𝐭 - 𝐓𝐚𝐞𝐣𝐨𝐨𝐧 🌹Onde histórias criam vida. Descubra agora