Capítulo 14 - O Caminhar Silencioso

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Jonas sentiu seu coração pesar em culpa.

Olhando para o túmulo cheio de flores de seu melhor amigo, ele chorou. Jonas se prostrou à beira e seus olhos derramaram as mais sinceras lágrimas de arrependimento. Como fora tão tolo?
Seu pensar no instante em que tudo aconteceu, foi tomado por sombras. Sombras essas, que o impediram de reagir de outra forma senão empunhando uma espada.

Naquele momento, seu coração pesou. Ardeu, como nunca o fizera antes. O que ele havia feito?!

Jonas Isayev, o traidor da Rússia. Era assim que seu nome saía da boca das pessoas desde aquele maldito dia; em seu caminhar até o cemitério real, ele tivera que andar disfarçado de forma não tão discreta com um capuz preto. Mesmo que chamasse atenção, não era anormal um russo usar roupas pesadas nas ruas frias do reino.

E bom, cá estava ele. Chorando em perfeita angústia pelo crime que cometera.

- Jonas?

Ele ergueu sua cabeça, levantando-se quando viu a mulher loira de roupas coladas e encharcadas se aproximar com flores nas mãos. Atlanna Widewater, senhora dos sete mares.

- Majestade. - ele se curvou.

- Não acha meio inconveniente vir até aqui? - ela colocou as flores sobre a lápide e cruzou os braços na altura dos seios.

Jonas assentiu.

- De certa forma sim. - uma pausa. - Eu... - gaguejou. - Não pude deixar de comparecer aqui para prestar alguma homenagem.

- Você o matou sem piedade.

Os olhos da atlante reluziram a cor clara dos mesmos.

Jonas engoliu em seco.

- Eu me arrependo profundamente disso. E também... Não o fiz por desejo pessoal, minha rainha.

Atlanna deu de ombros.

- Sabe que Scar não vai descansar até vê-lo morto. Não sabe?

Com pesar, Jonas balançou a cabeça fazendo que sim. Mesmo que a ideia da morte fosse algo que o assustava, ele não conseguia tirar a razão do príncipe. Principalmente quando nas torturas que fazia, seus olhos refletiam as chamas. Refletiam o desejo da vingança.

- Bom, eu te acompanho até o palácio. - disse Atlanna, finalmente. - Vamos antes que comece a nevar.

Jonas olhou para o céu. Estava nublado, alguns floquinhos de neve caíam sobre seus ombros.

- Vamos.

Alemanha

- Por aqui. - instruiu o rapaz de cabelos negros e olhos cinzentos. Consigo, ele carregava uma besta, mirava em qualquer canto suspeito da floresta, preocupando-se em acertar o mínimo dos ruídos que surgisse. - Olha só... - ele se agachou e admirou. - Uma centáurea. - seus olhos brilharam ao ver a belíssima flor lilás com algumas pétalas em azul.

- Ei.

O rapaz se virou ao sentir o toque da garota morena em seus ombros.

- Sabe que não estamos aqui para admirar flores. - ela revirou os olhos.

- Tem razão.

Ele armou a besta e deu passos lentos sobre o matagal, visando ao máximo não espantar os animais da floresta negra. Eram raros, todavia não impossíveis de se achar.

Ouve silêncio e então passos. Passos que quebravam os pequenos galhos distribuídos no chão. O homem e a mulher se puseram em alerta, entreolhando-se a todo momento enquanto miravam suas armas na direção do barulho ouvido. Um rugido escapou por trás da moita, estremecendo os dois, deixando o ambiente tenso e propício à morte certa.
No meio do mato alto, um tigre emergiu. Porém, seus olhos azuis eram cintilantes, denunciando que o animal era uma entidade híbrida de tigre.

DOMÍNIO VERMELHO - Príncipe de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora