DOMÍNIO VERMELHO - Príncipe de Fogo

Capítulo 15 - Acordo

Sibéria

Com os olhos encharcados de lágrimas, Scar prosseguia pelos corredores gélidos do grande Palácio de Inverno da família real. Lá, ele encontraria paz, encontraria seu tio. A única coisa que necessitava no momento, era esquecer o que acabara de acontecer. A briga com Atlanna.

Ela estava certa, era tudo culpa de Scar. Culpa dos russos. Se Scott estava infectando os oceanos, só poderia ser por um único motivo: vingança. E o pior de tudo isso, era saber que Scar não fizera absolutamente nada, e mesmo assim, levara a culpa do assassinato de Laurie Plovanova. Era intrigante.
No fundo, Scar sabia que o que estava acontecendo não era de seu controle, muito menos sua culpa, todavia não dava, não dava para discordar de Atlanna se ela estava tão furiosa. E bom, Scar havia dito bobagem, o que não tirava a razão dela.

Limpando as lágrimas geladas que caíam sobre seu rosto, ele continuava a caminhar. E ao abrir as portas do salão, ele obteve uma surpresa. No trono prateado, uma mulher se assentava. Seus cabelos longos eram de dupla cor, metade rosa, metade preto. Seus olhos, num brilho cor de rosa, podiam ser vistos de longe. Enquanto que um leve sorriso era estampado em seu rosto, revelando um pouco de seus dentes, que no meio, eram levemente separados.

Scar franziu o cenho e limpou as lágrimas.

- Quem é você?

A garota deu uma risadinha e se levantou.

- Phoebe Darlin. Estou aqui para fazer uma espécie de... - uma pausa. - acordo.

- Acordo?

- Exatamente.

Ela ajeitou o vestido lolita, retirando-o da frente de suas botas rosa-claro.

- Uma espécie de troca. - continuou ela.

- Acho que não é comigo que você tem que tratar, senhorita Darlin.

Scar fez menção de se virar, todavia, antes que consumasse o ato, Phoebe o chamou, fazendo com que ele franzisse o cenho enquanto a observava.

- É aí que você se engana, Scar Shoufier. - ela desceu alguns degraus, ficando cara a cara com ele. - Você tem algo que eu quero, e eu, tenho algo a te oferecer.

Arqueando as sobrancelhas, Scar limpou a garganta.

- Tipo o quê?

- O paradeiro de Hugo Semyonov.

Incrédulo, Scar questionou a si mesmo se deveria mesmo dar as costas para a garota. Como ela sabia de Hugo? Como sabia seu nome? Como sabia que estava a sua procura?

- Eu sei onde ele está. - continuou ela. Uma de suas mãos deslizou por seus cabelos, ajeitando sua franjinha. - Mas quero algo em troca disso.

- O que você é?! Uma kitsune? - Scar deu uma curta risada.

- Não. Kitsunes são interessantes, mas não.

- Eu não vou perder o meu tempo com você.

E então ele se virou, caminhou com pressa até as grandes portas do salão, todavia, assim que os guardas abriram as portas, alguma coisa as fechou novamente. Um vento forte fez com que as mesmas se chocassem com força.