O Conto de Pescador - HIDEDUO

Parte 1

O fogo se alastra sem se importar com o que queima no caminho, começa pequeno mas sua fome nunca termina, pois sua existência não é nada sem algo para queimar.

Pagina por pagina o livro se vai, antes da próxima folha se tornar cinzas é possível ler no final:

"... indica que são seres anciãos tão antigos quanto a própria vida neste planeta, e que a vida neste planeta tenha vindo deles, assim como tirada por eles. sendo eles grandes fatores no e-"

Um temporal caiu sem piedade sobre a vasta mata da floresta que alaga a terra a cada minuto que passa, o rio estava violento e com uma força devastadora que poderia derrubar grandes estruturas no caminho, seu tamanho estava em seu ápice chegando quase na metade de suas árvores, inundando tudo pela frente e com córregos violentos sendo criados ao seu redor.

Mas isso nunca impediu os caçadores de sua diversão.

O que era para ser uma guerra estava se tornando um massacre, a única luz visível era o clarão ofuscante de suas armas com um som ensurdecedor, o sangue de um povo sendo pintado na correnteza onde uma vez foi a sua morada.

Por mais que o povo deles estivesse em maior número no momento, seus tridentes não foram o suficiente contra suas armas que atiram chumbo rapidamente. O sangue derramado a cada tiro de espingarda era menos uma vida de seus milhões que estavam nadando por suas vidas ao lado de seu mais novo líder. O sangue dos corpos em sua volta o cegava com tristeza e enchia seu coração em fúria, o príncipe finalmente toma uma decisão.

Enquanto ele incentiva a todos a continuarem nadando, ele se vira para enfrentá-los e ganhar mais tempo para eles. Nadando contra a correnteza ele usa seu tridente nas turbinas dos 3 pequenos barcos de pesca que ele passa rapidamente, seu povo usando sua própria força de suas caudas escamosas para virar os barcos, dando pouco tempo dos humanos reagirem antes de serem levados pela força do rio.

O príncipe nada em direção ao maior dos barcos prateados de metal dos humanos e usa o poder de seu tridente para se içar pelo ar numa velocidade poderosa, que pegou os caçadores desprevenidos vendo o grande híbrido de jacaré saindo da água com uma força inimaginável, e acaba aterrissando ajoelhado e com seu tridente diretamente empalando um dos humanos do barco ainda em movimento.

Os caçadores começam a cercar o híbrido por todos os cantos, o rodeando de uma forma que não tenha como escapar enquanto preparam suas armas rapidamente. No primeiro som de gatilho sendo puxado, é num piscar de olhos que a sua grande cauda derruba todos em sua volta num giro rápido e sem mais pestanejar ele avança para atacar os humanos, sangue jorrando em abundância pode ser visto no reflexo de seu olhar furioso, a cada golpe mais sangue ainda cai em suas mãos.

A chuva que cai faz o melhor que pode para lavar o sangue nas mãos do príncipe mas é em vão, mais sangue é derramado nele a cada avanço de seu tridente por entre as entranhas de mais e mais caçadores que aparecem contra seu caminho, empalando vivo seus oponentes e arrancando seus membros com sua própria força.

Em um momento, vários homens se juntaram para agarrar o príncipe híbrido enquanto outros avançavam nele com peixeiras enormes. Entretanto, mesmo não se salvando totalmente dos cortes, ele usa os homens que o seguravam como escudo, fazendo o ataque seguinte das peixeiras cair em sua totalidade naqueles que o seguravam, cortando os homens que o seguravam e caiam sangrando no chão com cortes severos.